Nesta pesquisa de dissertação procurou-se entender a construção de um espaço para a literatura infantil através da publicação e circulação de livros na cidade de Fortaleza que abordavam um Ceará imaginado. Para isso, delimitou-se como objeto desta investigação as práticas editoriais de agentes e instituições que atuam e auxiliam a constituir esse espaço de edição. Como ponto de partida, foram escolhidas as editoras Edições Demócrito Rocha (EDR) e a Editora Dummar (ED), vinculadas simbólica e comercialmente ao Grupo de Comunicação O Povo, importante meio jornalístico em Fortaleza. A hipótese que permeia este trabalho é a de que a singularidade do espaço é atingida através da heteronomia, uma vez que não são encontradas, a princípio, as características que identificam um campo aos moldes da teoria bourdiesiana. Em vista disto, percebe-se a atuação do Estado nas questões simbólicas e econômicas, em que sua influência parte desde os temas que remetem a cultura popular, a tradição, o patrimônio, entre outros (o que confere um aspecto de criação e incentivo à uma cultura local e uma nacional) até a compra de livros e liberação de verbas para editais. Para a análise dos dados coletados é utilizada uma metodologia de cunho qualitativo com o apoio de dados quantitativos. Dispondo dessa perspectiva metodológica como norte, são utilizadas como ferramentas de análise as obras infantis com temas da cultura popular e da cearensidade, os catálogos, documentos, arquivos e reportagens disponíveis na internet, bem como a ida a campo em feiras literárias e, principalmente, a realização de entrevistas semi-estruturadas com os interlocutores da pesquisa (editores, escritores, produtores culturais, etc.) afim de reconstituir suas trajetórias para análise de seus habitus e práticas dentro do espaço cultural que se desenvolve na cidade. Por fim, compreende-se que o espaço construído se assemelha a um subcampo, submisso a um campo do poder dominado pelo Estado (governos municipais, estaduais e federal), sofrendo influência também do campo econômico. Este sistema identifica também a promoção da cultura local enquanto forma de “juntar as partes” de uma nação ao formar uma cultura nacional, diferenciando-se de uma cultura global através da tradição. O espaço de edição de livros infantis na cidade é visto então, como um subcampo de produção dependente e periférica. Esta investigación de disertación busca comprender la construcción de un espacio para la literatura infantil a través de la publicación y circulación de libros en la ciudad de Fortaleza que se dirigieron a un Ceará en imaginación. Para esto, el objeto de esta investigación se encuentra en el análisis de las prácticas editoriales de los agentes e instituciones que actúan y ayudan a constituir este espacio de edición. Como punto de partida, fueron eligidas las editoriales Edições Demócrito Rocha (EDR) y Editora Dummar (ED), vinculadas simbólica y comercialmente al Grupo de Comunicação O Povo, un importante medio periodístico en Fortaleza. La hipótesis que impregna este trabajo es que la singularidad del espacio se logra a través de la heteronomía, ya que no se encuentran las características que identifican un campo similar a la teoría de Bourdieu. En vista de esto, es posible percibir el papel del Estado en cuestiones simbólicas y económicas, en las cuales su influencia parte de los temas que se refieren a la cultura popular, la tradición, el patrimonio, entre otros (lo que da un aspecto de creación e incentivo para una cultura local y nacional) para la compra de libros y la liberación de fondos para avisos públicos. Para el análisis de los datos se utiliza una metodología cualitativa con el apoyo de datos cuantitativos. Utilizando esta perspectiva metodológica como norte, son herramientas de análisis las obras infantiles con temas de cultura popular y de la “cearensidade”, catálogos, documentos, archivos e informes disponibles en Internet, así como las excursiones a ferias literarias y, principalmente, la realización de entrevistas semiestructuradas con los interlocutores de esta investigación (editores, escritores, productores culturales, etc.) para reconstruir sus trayectorias y así, colaborar con el análisis de sus habitus y prácticas dentro del espacio cultural que se desarrolla en la ciudad. Finalmente, se entiende que el espacio construido se asemeja a un subcampo, sumiso a un campo de poder dominado por el Estado (gobiernos municipales, estatales y federales), también influenciado por el campo económico. Este sistema también identifica la promoción de la cultura local como una forma de "unir las partes" de una nación en una cultura nacional, diferenciándose de una cultura global a través de la tradición. El espacio para editar libros infantiles en la ciudad es visto como un subcampo de producción dependiente y periférica.