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Resumo: A agricultura em Timor-Leste é de natureza familiar e um modo de vida para as populações rurais, que são a maior parte da população. O objetivo deste trabalho é medir o bem-estar dos agregados familiares tendo como principal indicador o rendimento disponível, com base em atividades produtivas, reprodutivas e comunitárias, as quais são centrais à organização e ao funcionamento das comunidades rurais timorenses. A metodologia utilizada para representar o funcionamento dos agregados familiares é a programação linear etnográfica (PLE), que permite testar políticas, tecnologias, alterações reprodutivas e mudanças das normas sociais comunitárias, explorar os respetivos resultados e prever as consequências para o futuro dos agregados familiares e das comunidades rurais. Os resultados mostram que os agregados familiares com explorações agrícolas de pequena e, em alguns casos, também as de média dimensão, nas condições atuais, não geram rendimento suficiente para níveis de consumo e bem-estar acima da linha da pobreza. Alternativas de apoio ao rendimento, como o apoio direto ao rendimento, são possíveis, mas dependem dos recursos disponíveis para a sua implementação, enquanto, em médio e longo prazo, o aumento da área das explorações afigura-se uma opção mais válida para quebrar o ciclo vicioso da pobreza. Abstract: Agriculture in Timor-Leste is family-based and a way of life for the rural population who are most of the population. The objective of this work was to measure the well-being using as the main indicator the disposable income, considering not only productive activities but also reproductive and community activities, which are central to the organization and functioning of East Timorese rural communities. The methodology used to represent the functioning of households was the ethnographic linear programming (ELP), which models allowed to test policies, technologies, reproductive changes and changes in community social norms, as well as explore their results and predict the consequences for the future of households and rural communities. The results showed that households with small farms, and in some cases also medium-sized ones, under current conditions do not generate enough income for levels of consumption and well-being above the poverty line. Alternatives of income support, such as direct income support, are possible but depend on the resources available for their implementation, while in the medium and long term the increase in holdings area is a more valid option to break the vicious cycle of poverty.

Agriculture has been on the spotlight in the recent years: main sector responsible for global warming, food scandals, rural desertification… But this has consequences for the farmers themselves, who are throughout the world above other professions when it comes to suicide rate, which makes the question of farmer wellbeing central. Agroecology has been praised worldwide for its positive effects on the environment, on health, but also on the economic situation of farmers. But although agroecology has been defined as a comprehensive framework, encompassing all the value-chain of agriculture, no research has been made on the effect of agroecology on the well-being of farmers. Through interviewing groups of farmers that switched from conventional agriculture to agroecology, I showed that agroecology has a significant impact on the well-being of farmers, by increasing: their sense of purpose through aligning their values with how they act; their control over their own lives and environment because they truly master their culture and agroecology helps reduce the dependence towards the supply-chain, and the personal growth they experience by the time they dedicate outside of work to other activities and the creativity agroecology demands when it comes to adaptation to the characteristics of the crops / the field. Therefore, farming is made more attractive and can be part of state policies in order to revitalize rural areas. Agricultura foi mencionada várias vezes nas mídias nos últimos ano: setor participando da mudança climática, escândalos no setor alimentar, desertificação rural,... Mas isso tem consequências mas os produtores também, quem fazem parte da primeira categoria sócio profissional quando se trata de suicídios, portanto a questão do bem estar deles é importantíssima. Agroecologia foi elogiada no mundo todo por causa dos seus efeitos positivos para o meio-ambiente, mas também para a situação econômica dos produtores. A agroecologia foi definida como um modelo completo, incluindo todas as partes da cadeia de valor. Porém, nenhuma pesquisa foi feita sobre o efeito da agroecologia no bem-estar dos produtores. Entrevistando grupos de produtores que mudaram de modelo, a partir da agricultura convencional até a agroecologia, eu mostrei que agroecologia tem um impacto forte no bem-estar dos produtores porque melhorou: seu senso de propósito através do alinhamento entre os valores e como eles atuam; o controle que eles têm sobre a vida e o ambiente deles porque eles realmente controlam as culturas e dependem menos dos outros atores da cadeia de valor; e o crescimento pessoal que eles estão experimentando graças ao tempo que eles estão passando fora do trabalho fazendo outras atividades, junto com a criatividade que a agroecologia precisa para ser bem-sucedida. Portanto, agricultura fica mais atrativa e agroecologia pode fazer parte de política pública para melhorar as condições de vida nas zonas rurais.