46 results on '"Cerqueira, Carla Preciosa Braga"'
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2. 'Ideologia de gênero' como instrumento polÃtico nos jornais do Brasil e de Portugal/'Gender ideology' as a political instrument in newspapers in Brazil and Portugal/'La 'ideología de género' como instrumento político en los periódicos de Brasil y Portugal
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Souza, Juliana Inez Luiz de, Cerqueira, Carla Preciosa Braga, Souza, Nelson Rosário de, and Eduardo, Maria CecÃlia
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- 2022
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3. “Ideologia de gênero” como instrumento político nos jornais do Brasil e de Portugal
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Souza, Juliana Inez Luiz de, primary, Cerqueira, Carla Preciosa Braga, additional, Souza, Nelson Rosário de, additional, and Eduardo, Maria Cecília, additional
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- 2022
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4. [Book review] Gago, G. (Director). (2017). Matria [Film]. Spain: Sombriza Films, Ringo Media
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Cerqueira, Carla Preciosa Braga and Universidade do Minho
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Cultura tradicional galega ,Traditional Galician culture ,Álvaro Gago ,Gender ,Ciências Sociais::Ciências da Comunicação ,Ciências da Comunicação [Ciências Sociais] ,Género ,Matria ,Matriarcado ,Matriarchy - Abstract
A curta-metragem Matria (2017), uma produção de Sombriza Films (Galiza) e Ringo Media (Catalunha), da autoria do jovem realizador galego Álvaro Gago [Vigo, 1986] e com o apoio de AGADIC – Agência Galega de Indústrias Culturais, relata um dia na vida de Ramona [Francisca Iglesias Bouzón], uma mulher de cerca de 50 anos, operária de uma fábrica de conservas na zona costeira da Galiza. Trata-se de um filme de ficção, mas que apresenta uma narrativa esteticamente crua que o torna bastante próximo da realidade, trazendo um olhar crítico sobre o mito do matriarcado na cultura tradicional galega. [...], The short film Matria (2017) depicts a day in the life of Ramona [Francisca Iglesias Bouzón], a 50-something-year-old woman who works at a cannery on the Galicia coast. A Sombriza Films (Galicia) and Ringo Media (Catalonia) production, by the young Galician director Álvaro Gago [Vigo, 1986], supported by AGADIC – Axencia Galega das Industrias Culturais [Galician Agency for Cultural Industries], this is a fiction film, but one with an aesthetically raw narrative, which draws it very close to reality, granting a critical look upon the matriarchy myth in traditional Galician culture. [...], info:eu-repo/semantics/publishedVersion
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- 2019
5. Olhar de outro género para as notícias
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Cerqueira, Carla Preciosa Braga, Brites, Maria José, Amaral, Inês, Silva, Marisa Torres da, and Universidade do Minho
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Igualdade de género ,Notícias ,Ciências Sociais::Ciências da Comunicação ,Desigualdades de género - Published
- 2019
6. Desigualdades de género em foco: interseções entre produção e receção de conteúdos jornalísticos
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Cerqueira, Carla Preciosa Braga, Cabecinhas, Rosa, Gomes, Sílvia, Duarte, Vera, Ribeiro, Fernando Bessa, Cunha, Luís, Brandão, Ana Maria, Jorge, Ana, and Universidade do Minho
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Feminismo ,Cultura ,Produtoras/es ,Públicos ,Ciências Sociais::Ciências da Comunicação ,Género ,Conteúdos ,Jornalismo ,Comunicação - Abstract
Apesar de as desigualdades de género estarem cada vez mais presentes na agenda noticiosa e a palavra “feminismo” ser atualmente recorrente na esfera pública e mediática, continua a verificar-se uma lacuna na investigação científica relativamente à análise e compreensão das representações de género que permeiam os conteúdos e linhas editoriais dos órgãos de comunicação no contexto português, nomeadamente no que concerne às revistas de informação generalista. Este aspeto ganha ainda maior evidência se atendermos à própria localização, ainda marginal, dos estudos feministas enquadrados no campo mais amplo da investigação em comunicação (Leyva & Olaizola, 2007). Assim, neste capítulo procuramos refletir sobre as representações de género que persistem, quer em termos dos conteúdos jornalísticos e de quem os produz, quer no que diz respeito aos públicos. Para tal, revistamos alguns resultados do projeto de investigação O género em foco: representações sociais nas revistas portuguesas de informação generalista (PTDC/CCI-COM/114182/2009), em que analisámos as representações de género na sociedade portuguesa a partir da articulação de dois eixos de análise: um, focado na produção de conteúdos jornalísticos, e o outro, na receção desses conteúdos por parte de um público jovem., info:eu-repo/semantics/publishedVersion
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- 2018
7. De uma teia a uma rede: SlutWalk Portugal nas redes sociais online
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Cruz, Rui Manuel Vieira, Cerqueira, Carla Preciosa Braga, Santos, Anabela Moreira, and Universidade do Minho
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Social media ,Redes sociais ,Ciências Sociais::Ciências da Comunicação ,SlutWalk Portugal - Abstract
A agregação de indivíduos em torno de movimentos visa gerar um grupo capaz de influenciar atitudes e comportamentos, modelando assim os sistemas sociais (Tonnies, 2002). Esta ação de engenharia social consiste em i) criar uma ideia, ii) proceder à sua disseminação e iii) fazer com que outros indivíduos a adotem. Diferentes formas de engenharia social criam uma finalidade assente numa ideia (engenharia social utópica) ou em combater um pressuposto que visa alternar no sistema social (engenharia social fragmentada) (Popper, 1966). Os movimentos sociais unem estas duas formas de engenharia social ao conferir i) uma identidade ao protesto, ii) um princípio de oposição (a mensagem) e um iii) princípio antagónico contra o qual se manifestam, enquadrando um elemento de totalidade pelo qual tentam controlar a narrativa histórica, suscitando o interesse dos restantes elementos (Touraine, 1977, 2007). As ações de mobilização pretendem angariar membros, aceder às suas redes (pessoais e sociais), e utilizá-los como elementos que catalisem e despertem o interesse de outros indivíduos., info:eu-repo/semantics/publishedVersion
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- 2018
8. Violência de Género nos Media: Percurso, Dilemas e Desafios
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Cerqueira, Carla Preciosa Braga, Gomes, Sílvia, and Universidade do Minho
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Média ,Representações ,Violência de género ,Ciências Sociais::Ciências da Comunicação ,Crime - Abstract
[Excerto] Os media afiguram-se como uma área prioritária na prevenção primária do crime e da violência devido ao seu potencial para influenciar a perceção pública (Carll, 2003; Sutherland, 2015). As notícias são fatores-chave para a formação dos discursos públicos porque descrevem e dão visibilidade a determinados acontecimentos, temas, grupos e indivíduos, disponibilizando não só informação mas também um enquadramento que contribui para o seu entendimento. Embora os públicos não sejam meros recetores passivos da informação, a forma como os media selecionam o que aparece nas notícias e o modo como os indivíduos e acontecimentos são apresentados tem uma influência profunda nas atitudes, crenças e comportamentos da população em geral (Goldberg, Smith-Adcock & Dixon, 2011; Dorfman, 2003; Flood & Pease, 2009; Gomes, 2013, 2015)., info:eu-repo/semantics/publishedVersion
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- 2017
9. Pontos de vista
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Correia, Maria da Luz, Cerqueira, Carla Preciosa Braga, and Universidade do Minho
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Cultura visual ,Visual culture ,Image ,Ciências Sociais::Ciências da Comunicação ,Imagem - Abstract
[Excerto] Este é o primeiro número da vista. Publicação científica digital, fundada há cerca de um ano no âmbito do Grupo de Trabalho de Cultura Visual da Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação (SOPCOM), a vista tem a sua primeira edição dedicada às assimetrias sociais que os regimes escópicos conformam ou desafiam. Homenageando a motivação política dos visual culture studies que nos anos 90 do século XX deram um novo fôlego ao estudo da imagem, e reivindicando a importância fundadora das teorias críticas da vigilância e do espetáculo e dos estudos das desigualdades de género e de etnia, este número inaugural quer também dar conta do caráter dinâmico dos processos de partilha do visível, confrontando os imaginários hegemónicos e as visibilidades dominantes com as visões alternativas e os olhares de resistência., info:eu-repo/semantics/publishedVersion
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- 2017
10. [Recensão a] La comunicación en clave de igualdad de género, coordenado por Virgínia Martín Jiménez y Dunia Etura. Madrid: Editorial Fragua, 2016, 134 pp
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Cerqueira, Carla Preciosa Braga and Universidade do Minho
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Gender equality ,Media ,Igualdade de género ,Communication ,Ciências Sociais::Ciências da Comunicação ,Ciências da Comunicação [Ciências Sociais] ,Desigualdades de género ,Comunicação ,Gender inequalities - Abstract
[Excerto] «Se esperamos a transformação, devemos assumir a responsabilidade de mudar nossa agenda para a mudança. Mulheres e homens na área da comunicação de massas com valores feministas são mais vitais do que nunca» (Creedon e Cramer 2007, 282). Recuperamos esta frase de duas estudiosas da área dos estudos de género e comunicação para demonstrar a pertinência e atualidade do livro La comunicación en clave de igualdad de género, pois por muito que se tenha produzido investigação nesta área, os resultados dos estudos demonstram a persistência de fortes – mais flagrantes ou mais subtis – assimetrias de género., info:eu-repo/semantics/publishedVersion
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- 2017
11. [Book review] Silva, M. C.; Lima, M. L.; Sobral, J. M.; Araújo, H. & Ribeiro, F. B. (Eds.) (2017). Desigualdades e Políticas de Género. V.N. Famalicão: Húmus
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Cerqueira, Carla Preciosa Braga and Universidade do Minho
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Gender policies ,Ciências Sociais::Ciências da Comunicação ,Ciências da Comunicação [Ciências Sociais] ,Gender studies ,Desigualdades ,Inequalities ,Políticas de género ,Estudos de género - Abstract
"Versão em inglês, pg. 363-366", Desigualdades e políticas de género é um livro organizado por Manuel Carlos Silva, Maria Luísa Lima, José Manuel Sobral, Helena Araújo e Fernando Bessa Ribeiro, investigadoras/es portuguesas/es de renome nas Ciências Sociais, os quais provêm de disciplinas distintas – Sociologia, Psicologia, Antropologia e Ciências da Educação. A obra de cerca de 300 páginas apresenta, assim, uma pluralidade de olhares e estudos focados em realidades concretas sobre as desigualdades de género que persistem. Trata-se, portanto, de um volume centrado nos estudos de género, atualmente encarados como “um campo de grande vitalidade: nunca como hoje foi tão forte o sistema de reenvios interdisciplinares dentro da comunidade académica” (Silva & Tavares, 2001, p. 133)., Desigualdades e políticas de género (Inequalities and gender policies) is a book edited by Manuel Carlos Silva, Maria Luísa Lima, José Manuel Sobral, Helena Araújo and Fernando Bessa Ribeiro – who are renowned Portuguese Social Sciences researchers, from different disciplines: Sociology, Psychology, Anthropology and Education Sciences. The book, around 300 pages long, presents a plurality of perspectives and studies, focused on concrete situations of persisting gender inequalities. The work therefore focuses on gender studies, which is currently regarded as “a field of great vitality: there has never been such a strong interdisciplinary referral system within the academic community” (Silva & Tavares, 2001, p. 133)., info:eu-repo/semantics/publishedVersion
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- 2017
12. SlutWalk goes glocal: estratégias de difusão online no caso português
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Cruz, Rui Manuel Vieira, Cerqueira, Carla Preciosa Braga, and Universidade do Minho
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feminismos ,redes sociais ,Ciências Sociais::Ciências da Comunicação ,SlutWalk Portugal ,difusão de inovações - Abstract
A SlutWalk consiste num movimento transnacional que surgiu no Canadá, em 2011, com o objetivo de combater a culpabilização das vítimas de violência sexual, de afirmar a auto-determinação das mulheres sobre os seus corpos e de reivindicar que a sexualidade é política. Este artigo analisa os canais e os suportes de comunicação que foram utilizados na veiculação de informação sobre a SlutWalk Portugal, através da análise de redes sociais (online), incidindo numa abordagem qualitativa da teoria de difusão de inovações. Este modelo permitiu analisar sistemas de transferência de informação, que ligam organizações, atores sociais, eventos e os modos como a SlutWalk Portugal foi construída nas redes sociais online., info:eu-repo/semantics/publishedVersion
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- 2017
13. La cobertura periodística del Día Internacional de las Mujeres en la prensa portuguesa: cambios, persistencias y reconfiguraciones
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Cerqueira, Carla Preciosa Braga, Cabecinhas, Rosa, Martins, Rosana, Hollanda, Heloisa Buarque de, Saturnino, Rodrigo, and Universidade do Minho
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Representaciones ,Prensa ,Portugal ,Ciências Sociais::Ciências da Comunicação ,Día Internacional de las Mujeres - Abstract
En el campo de los estudios feministas de los medios de comunicación, una gran parte de la investigación ha centrado la atención en lo cotidiano de la información periodística. En este sentido, existe una laguna de estudios que se centren en las efemérides como propiciadoras de materia noticiable, o sea, como anclas informativas, cuestionando de qué forma se verifica el encuadramiento de las mismas en las páginas de los periódicos. Es en este sentido en el que nos fijamos en la cobertura periodística del Día Internacional de las Mujeres, siendo esta una de las efemérides más señaladas en el campo de las luchas por la igualdad de género. A esta relevancia científica se le añade una relevancia social, ya que permite una mirada crítica sobre las narrativas periodísticas y de qué forma las temáticas relacionadas con la igualdad de género, mujeres y feminismos consiguen ganar visibilidad en la agenda periodística y qué impacto podrán tener estas narrativas en términos de transformación social., FCT – Fundación para la Ciencia y la Tecnología - PEst-OE/COM/UI0736/2013
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- 2016
14. Gender in focus: (new) trends in media
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Cerqueira, Carla Preciosa Braga, Cabecinhas, Rosa, Magalhães, Sara I., and Universidade do Minho
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Cender ,Representations ,Media ,Média ,Representações ,Ciências Sociais::Ciências da Comunicação ,Género - Abstract
[Excerto] Nowadays, the public discourses about gender equality are commonly accepted in Western society. In fact, we live in an era of “equality illusion” (Banyard, 2010) because the mainstream discourses incorporate gender in the agenda, conveying the message that feminist struggles are unnecessary today. At the same time, postfeminism (McRobbie, 2004) gains importance and demonstrates the intricacies of a neoliberal, highly individualist culture that subtly imprisons the freedoms that it is supposed to grant (Gill & Scharff, 2011). [...], COMPETE e QREN.
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- 2016
15. Gender and media: where do we stand today?
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Cerqueira, Carla Preciosa Braga, Rosa Cabecinhas, Magalhães, Sara I., Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, and Universidade do Minho
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Representations ,Media ,Média ,Representações ,Ciências Sociais, Ciências sociais ,Gender ,Ciências Sociais::Ciências da Comunicação ,Género ,Social sciences, Social sciences ,Social sciences ,Ciências sociais - Abstract
Nowadays, the public discourses about gender equality are commonly accepted in Western society. In fact, we live in an era of “equality illusion” (Banyard, 2010) because the mainstream discourses incorporate gender in the agenda, conveying the message that feminist struggles are unnecessary today. At the same time, postfeminism (McRobbie, 2004) gains importance and demonstrates the intricacies of a neoliberal, highly individualist culture that subtly imprisons the freedoms that it is supposed to grant (Gill & Scharff, 2011). However, back in 1978, Gaye Tuchman used the expression “symbolic annihilation” to refer to how the media represented women. The author refers to a “symbolic annihilation” because sometimes it is so hidden and subtle that it becomes difficult to perceive – and to be fought. Much has improved since then; yet a lot remains the same. Over the past decades there have been marked changes in gender relations, in feminist activism, in the (media) communication industry and in society in general (Byerly, 2013; Carter, Steiner & McLaughlin, 2015; Gallagher, 2014; Gallego, 2013; Krijnen, Álvares & Van Bauwel, 2011; Krijnen & Van Bauwel, 2015; Lobo, Silveirinha, Subtil, & Torres, 2015; Ross, 2009; Silveirinha, 2001; Van Zoonen, 1994, 2010). Now, in a globalised and media saturated world, the gendered picture is, consequently, different. The contemporary grammar is marked by diverse and complex tensions (van Zoonen, 2010)., Compete e QREN.
- Published
- 2016
16. As estratégias de comunicação das ONGs de cidadania, igualdade de género e/ou feministas: interconexões entre media mainstream e media sociais
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Cerqueira, Carla Preciosa Braga and Universidade do Minho
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Cidadania ,Media ,Organizações não-governamentais ,Ciências Sociais::Ciências da Comunicação ,Género ,Feminismos - Abstract
As organizações não-governamentais (ONGs) que trabalham com temáticas de cidadania, igualdade de género e/ou feminismos desde cedo perceberam a importância de comunicar através dos media mainstream. Estes funcionam como canais que permitem transmitir ideais e iniciativas realizadas para os mais diversos públicos e captar simpatizantes para as causas. Contudo, a visibilidade nem sempre tem sido a desejada e, com o surgimento da Internet, nomeadamente dos media sociais, estas organizações começam a redefinir as suas estratégias de comunicação e a posicionar-se no espaço público através de novas plataformas. Neste artigo apresentamos um estudo exploratório em torno das estratégias de comunicação utilizadas por algumas ONGs que trabalham com temáticas de cidadania, igualdade de género e/ou feminismos em Portugal e Espanha. Focamos a análise na articulação entre media mainstream e media sociais e na mudança de paradigma que parece decorrer da utilização de novas ferramentas de comunicação por parte destas organizações.
- Published
- 2015
17. Aceitar, rejeitar ou questionar? Análise crítica de discursos de jovens sobre políticas de igualdade
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Magalhães, Sara I., Cerqueira, Carla Preciosa Braga, Cabecinhas, Rosa, Nogueira, Maria Conceição, and Universidade do Minho
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Média ,Feminismo ,Estudos de receção ,Ciências Sociais::Ciências da Comunicação ,Ciências da Comunicação [Ciências Sociais] ,Análise do discurso - Abstract
(Excerto) No contexto português as iniciativas de análise dos discursos das/os recetoras/es de media, no que concerne as questões de género, não tem ainda sido uma prioridade de investigação. Este artigo pretende contribuir para a problematização crítica (e.g. Ferin-Cunha, 2007; Lobo e Cabecinhas, 2010) centrando-se na receção de conteúdos informativos sobre políticas de igualdade de género. Como refere Lígia Amâncio (2003), o facto da área dos estudos de género ter sido introduzida tardiamente por limitação do período ditatorial português de quase meio século marcou de forma indelével a invisibilização dos esforços da segunda vaga dos feminismos na luta pela igualdade de género. A investigação feminista dos media em Portugal, mais concretamente, dividia-se inicialmente em duas grandes áreas fundamentais: estudos feministas dos media e investigação da esfera pública (Silveirinha, 2001). Em virtude dos desenvolvimentos posteriores, esta proposta inicial veio a ser complementada passando a centrar-se em trabalhos de três grandes domínios: representação dos conteúdos; produção e institui- ções mediáticas; audiências, receção e identidades (Silveirinha, 2004).
- Published
- 2015
18. Trilhando caminhos para uma informação jornalística mais inclusiva
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Cerqueira, Carla Preciosa Braga and Universidade do Minho
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Meios de comunicação social ,Feminismo ,Ciências Sociais::Ciências da Comunicação ,Género ,Representações sociais ,Identidades - Abstract
(Excerto) É indiscutível o poder que os meios de comunicação social têm como agentes de produção das representações e práticas que definem o género (van Zoonen, 1994). “Os meios de comunicação de massa são, sem dúvida, um dos lugares sociais e políticos de construção de identidades. Por eles perpassam e constroem-se definições e ideologias de diferentes grupos etários, étnicos, de classe, de cultura e de sexo” (Silveirinha, 2004b: 9). Claro que as representações mediáticas resultam da confluência de produtos culturais, audiências, instituições mediáticas e da própria sociedade. Portanto, “as representações nos media e os discursos de género ganham forma no seio de contextos socioeconómicos que têm que ser eles mesmos analisados e compreendidos” (Gallagher, 2006: 22). Neste campo, diversos estudos apontam para o facto de o jornalismo continuar a ser uma prática genderizada (e.g. Álvares, 2006; Byerly & Ross, 2006; Carter & Steiner, 2004; Carter, 2005; Cerqueira, 2008, 2009, 2012; Gallagher, 1981, 2001, 2006; Gallego, 2013; Gill, 2007; Ross, 2009; Silveirinha, 2004a, 2004b; Tuchman, 1979; van Zoonen, 1994). Contudo, este tem também um enorme poder de resistência e transformação das práticas e políticas hegemónicas. Na mesma linha, Esteves (2003: 93) refere que os media tanto se apresentam como “dispositivos de administração e controlo” como de “resistência social”. Portanto, tendo por base os estudos referidos neste campo de investiga- ção consideramos fundamental apontar algumas pistas no sentido de ultrapassar possíveis tensões existentes no dia-a-dia do trabalho jornalístico, bem como incrementar uma informação promotora de igualdade de género, ou seja, mais justa e inclusiva.
- Published
- 2014
19. PubliDiversidade. Representações sociais e igualdade de género na publicidade
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Jorge, Ana Reis, Cerqueira, Carla Preciosa Braga, Magalhães, Sara I., and Universidade do Minho
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Média ,Publicidade ,Ciências Sociais::Sociologia ,Feminismo ,Ciências Sociais::Psicologia ,Públicos ,Diversidade ,Ciências Sociais::Ciências da Comunicação ,Género - Abstract
(Excerto) Configurando os meios de comunicação social importantes espaços de (re)construção de identidades, nos quais o género assume um papel relevante, a questão da representação, e também da representatividade, de homens e mulheres nos mesmos tem vindo a merecer uma crescente atenção por parte de instâncias nacionais e internacionais, e de quem se interessa pela construção de realidades pautadas não apenas pela Igualdade de Género mas pela diversidade, inclusão e direitos humanos. A este nível importa, pois, questionar o alheamento dos média face a aspetos de inequívoca importância social, económica, política ou cultural, nomeadamente os que se relacionam com as desigualdades com base no género., Projeto POPH/ QREN/FSE/ CIG nº 086347/2012/73
- Published
- 2014
20. Os média, os públicos e os discursos de género: (in)visibilidades, linguagens e protagonistas
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Cerqueira, Carla Preciosa Braga and Universidade do Minho
- Subjects
Média ,Representações ,Públicos ,Ciências Sociais::Ciências da Comunicação ,Género - Abstract
(Excerto) Neste artigo procuramos apresentar uma breve reflexão sobre o papel dos média, nomeadamente da publicidade, na veiculação de determinados discursos de género, atentando para as (in)visibilidades, linguagens e protagonistas que perpassam este campo. Concordamos que a publicidade é um setor económico, uma instituição social, uma forma cultural e um veículo de comunicação que tem acompanhado as mais diversas dinâmicas das sociedades (Gregório, 2007: 11) e que por isso tem sido alvo da preocupação de organismos internacionais que se preocupam com a igualdade de género, tais como a UNESCO e o Conselho da Europa, bem como de organismos nacionais como a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (Cerqueira & Cabecinhas, 2012). Paralelamente, trazemos para a discussão a esfera dos públicos, sublinhando a importância que possuem na desconstrução de determinadas desigualdades e assimetrias sociais, com enfoque no género.
- Published
- 2014
21. Igualdade ou algo do género... na publicidade: roteiro de boas práticas
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Magalhães, Sara I., Cerqueira, Carla Preciosa Braga, Jorge, Ana Margarida Reis, and Universidade do Minho
- Subjects
Mulheres ,Publicidade ,Práticas ,Roteiro ,Igualdade ,Ciências Sociais::Psicologia ,Ciências Sociais::Ciências da Comunicação ,Género - Abstract
(Excerto) Este roteiro de boas praticas na área da publicidade, cujo enfoque remete para a igualdade de género, resulta das discussões realizadas com diversos atores sociais bem como da análise de anúncios publicitários relativos a duas revistas de impacto no mercado português, no âmbito do projeto PubliDiversidade -Representações sociais e igualdade de género na publicidade da UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta., Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN), POPH, PubliDiversidade: Representações Sociais e lgualdade de Género na Publicidade [POPH/QREN/FSE/CIG n° 086347 /2012/73]
- Published
- 2014
22. De outro género: propostas para a promoção de um jornalismo mais inclusivo
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Cerqueira, Carla Preciosa Braga, Magalhães, Sara, Cruz-Santos, Anabela, Cabecinhas, Rosa, Conceição Nogueira, Universidade do Minho, and Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação
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Média ,Opinião pública ,Ciências Sociais::Ciências da Comunicação ,Estudos de género ,Jornalismo - Abstract
(Excerto da introdução) Enquanto formadores da opinião pública, os meios de comunicação social assumem um papel fundamental na (re)construção de identidades e (inter)subjetividades, pelo que a forma como incorporam as questões relacionadas com a igualdade de género nas suas práticas organizacionais adquire suma importância. A atenção pública nos média (informativos) e na sua relação com as (des)igualdades de género não é recente. Na IV Conferência Mundial sobre a Mulher, aquando da adoção da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim (1995), destacou-se a importância reduzida que as organizações mediáticas atribuíam às questões de género (UN, 1995). No contexto europeu, a Estratégia do Conselho da Europa para a Promoção da Igualdade de Género (2014-2017) incentiva à veiculação de conteúdos jornalísticos que promovam a igualdade de género e à participação equilibrada de mulheres e homens nas organizações mediáticas, nomeadamente em posições de tomada de decisão. Em Portugal, o V Plano Nacional para a Igualdade de Género, Cidadania e não Discriminação (2014-2017) contempla os meios de comunicação social como área estratégica, apelando à capacitação das/os profissionais dos média para as questões de género, à monitorização de conteúdos jornalísticos, bem como à promoção da igualdade de género junto dos públicos mediáticos., Projeto de investigação “O género em foco: representações sociais nas revistas portuguesas de informação generalista” (PTDC/CCI-COM/114182/2009), financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), através do Programa Operacional Fatores de Competitividade (COMPETE), e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).
- Published
- 2014
23. Relatório final - O género em foco: representações sociais nas revistas portuguesas de informação generalista
- Author
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Rosa Cabecinhas, Cerqueira, Carla Preciosa Braga, Nogueira, Conceição, Magalhães, Sara Isabel Almeida Magalhães, Bernardo, Mariana Bessa Peixoto, Santos, Anabela Moreira, and Universidade do Minho
- Subjects
Média ,Feminismo ,Portugal ,Representações Sociais ,Ciências Sociais::Ciências da Comunicação ,Ciências da Comunicação [Ciências Sociais] ,Género ,Foco - Abstract
Este projeto teve como objetivo principal a análise crítica das representações de género que permeiam os conteúdos e linhas editoriais dos órgãos de comunicação social portugueses, cruzando dois eixos de análise: a produção de conteúdos mediáticos e a receção desses conteúdos junto do público jovem. O primeiro eixo teve por objetivo analisar a forma como mulheres e homens são representados nas revistas portuguesas de informação generalista, atendendo ao sexo das/os produtoras/es das peças, de forma a detetar eventuais diferenças ao nível das práticas discursivas. Nesse sentido, para além da análise de um ano de edições das duas revistas selecionadas (Sábado e Visão) foram realizadas entrevistas a profissionais das referidas revistas, as/os quais desempenhavam diferentes funções e ocupavam posições hierárquicas diversas: jornalistas, fotojornalistas, editoras/es e membros da direção. O principal objetivo das entrevistas às/aos profissionais foi perceber a composição e as dinâmicas de funcionamento das redações destas revistas, bem como a forma como as/os profissionais entendem as questões de género e como é que estas estão patentes no trabalho diário que desenvolvem. O segundo eixo visou compreender o modo como os produtos mediáticos são apropriados pelo público jovem, mediante a realização de diversos grupos focais. Em ambos os eixos metodológicos privilegiou-se uma abordagem qualitativa, uma vez que se entende que as decisões jornalísticas são marcadas por interesses, veiculando assim significados ideológicos. Esta abordagem permitiu averiguar as convergências e divergências entre os padrões discursivos evidenciados em cada um dos eixos metodológicos.
- Published
- 2014
24. A liberdade (de expressão) que aprisiona (o vulnerável): um olhar sobre a publicidade televisiva brasileira
- Author
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Fernandes, Brenda, Cerqueira, Carla Preciosa Braga, and Universidade do Minho
- Subjects
Crianças ,Brasil ,Direitos ,Ciências Sociais::Ciências da Comunicação ,Publicidade televisiva - Abstract
A televisão aberta representa 63% dos investimentos publicitários no Brasil. Segundo o IBOPE, as crianças brasileiras são as que mais assistem TV no mundo e a maior parte da publicidade dirigida às crianças é de alimentos calóricos, com alto teor de açúcar e pobres em nutrientes. Existem também publicidades não voltadas diretamente ao público infantil, que podem influenciá-lo e merecem ser estudadas. É o caso das publicidades que tratam as mulheres como objetos. Em diversos anúncios a mulher não fala uma palavra. Parece que ainda se vive uma época de dominação masculina, de modo que se mantêm as mulheres em permanente estado de insegurança corporal e dependência, aprisionadas a um modelo que poderá ser apreendido pelas crianças expostas a estas publicidades. Enquanto isto, o CONAR questiona o PL 5.921/2001, que busca regulamentar a publicidade infantil e diz que não há porque pensar novas leis para restringir publicidades, pois seria uma afronta à liberdade de expressão. Neste contexto, foi realizado um estudo exploratório, objetivando conhecer o problema da publicidade televisiva brasileira direcionada e/ou acessível às crianças e incitar a discussão sobre o cumprimento de direitos constitucionais, tendo por base revisão bibliográfica e análise documental às leis vigentes e ao PL 5.921/2001.
- Published
- 2014
25. (In)visibilidades da cobertura noticiosa do Dia Internacional das Mulheres em Portugal
- Author
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Cerqueira, Carla Preciosa Braga and Universidade do Minho
- Subjects
Dia Internacional das Mulheres ,Jornais ,Portugal ,International Women’s Day ,Cobertura noticiosa ,Newspapers ,News coverage - Abstract
Neste artigo explicamos o trajeto do nosso doutoramento, o qual se centrou na análise da evolução jornalística no que se refere à cobertura da efeméride do Dia Internacional das Mulheres em Portugal na imprensa portuguesa (1975-2007). Partimos das inquietações que suscitaram a pesquisa, percorremos as opções metodológicas e traçamos algumas das principais conclusões., In this paper we explain the path of our doctoral research, which was focused in the evolution of the journalistic coverage in the International Women’s Day in Portuguese Press (1975- 2007). We go from a set of interrogations onto to defining our methodological options, backbone of our main conclusions., Comissão para a Igualdade de Género (CIG)
- Published
- 2013
26. Media and the (im)permeability of public sphere to gender
- Author
-
Magalhães, Sara, Cerqueira, Carla Preciosa Braga, Bernardo, Mariana, and Universidade do Minho
- Subjects
Media ,Public sphere ,Feminist critique ,Democracy - Abstract
We cannot continue to look at public sphere as a space of privileged, following an Habermasian logic. In this sense, an idealized definition of public sphere is created drawings upon equality opportunities and upon its intervenient rationalism, where the author clearly tries to retrieve Kantian sense of freedom. However, he focuses on male power holders and citizens’ participation. Moreover, public sphere is nowadays marked by multiple positions and actors that magnify its interactions. We are particularly interested on the uses of public sphere on media by its transformative capacity and the swell of a democratic space for every individuals. The breach of this sphere and its consequent fragmentation has functioned almost paradoxically: on one hand it allows subjects to position themselves and to take a stand but, on the other hand, it reinforces status quo, depriving other subjects from public sphere agency. This discursive (im)permeability carried out by the media against certain groups and individuals has raised debate in many areas. Feminist critique’s legacy has been extremely relevant to this public sphere conceptual evolution and reformulation, contributing to a more plural and equality conceptualization; one that is truly close to citizens and its idiosyncrasies. Feminist critique to Habermas’ bourgeois public sphere comes, first of all, from the recognition of women’s exclusion, as well as of other specific social groups, from figuring in society and from having an active part, therefore excluding them from democratic citizenship. The role of media, however, does not seem easy, as it is one of the privileged vehicles for information dissemination playing an important contribution to citizenship. Yet, in this junction there are diverse social actors that intend to enroll public decision-making. We know that public opinion is shaped mainly by parameters that prioritize some discourses over others, giving them more prominence and power. By highlighting these discourses, assigning greater emphasis to certain themes and people, media equally contribute to the formation and delimitation of public sphere boundaries. In this complex relationship established, and based on a critical feminist outlook, we intend with this paper to question the existence of a single public sphere or of several ones, and to question how far are mainstream media (im)permeable to emancipatory and resistance discourses. Finally, we will question, as well, how does public sphere and democracy notions articulate themselves with the increasing individualism promotion taking place in Western societies., This paper was developed under the scope of the research project “Gender in focus: social representations in Portuguese generalist newsmagazines [Género em foco: representações sociais nas revistas portuguesas de informação generalista]” (PTDC/CCI-COM/114182/2009) funded by FCT - Fundação para a Ciência e Tecnologia (Portuguese Science and Technology Foundation). Project website: http://www.lasics.uminho.pt/genfoc
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- 2012
27. When women are (not) in the news: Changes, persistences and reconfigurations of the news coverage of the International Women‘s Day in Portugal (1975-2007)
- Author
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Cerqueira, Carla Preciosa Braga, Cabecinhas, Rosa, and Universidade do Minho
- Subjects
Imprensa ,International Women‘s Day ,Dia Internacional da Mulher ,Feminismos ,Feminisms ,Press ,Mulheres ,Journalistic representations ,Pseudoacontecimentos ,659.3 ,Pseudo-events ,Women ,Representações jornalísticas - Abstract
Tese de doutoramento em Ciências da Comunicação (especialidade de Psicologia da Comunicação), O jornalismo, enquanto campo legitimado da esfera pública e local de debate de várias temáticas, assume um papel preponderante na (re)construção das representações simbólicas de género. Sendo os discursos veiculados o resultado de uma seleção de acontecimentos, vozes e enquadramentos, incorporar uma perspetiva feminista na análise dos media significa, por um lado, questionar as estruturas de poder hegemónicas, que sedimentam representações assimétricas e que têm repercussões sociais e, por outro, enfatizar o potencial emancipatório que pode advir das narrativas jornalísticas. No entrosamento dos estudos feministas dos media, uma grande parte da investigação tem estado mais atenta ao quotidiano da informação jornalística. Portanto, existe uma lacuna de estudos que se centrem nos pseudoacontecimentos enquanto propiciadores de matéria noticiável, questionando de que forma é que se verifica o agendamento e enquadramento dos mesmos nas páginas dos jornais. Neste sentido, e colocando a tónica num conhecimento temporal e geograficamente localizado, partimos para a investigação com o objetivo de analisar a evolução da cobertura jornalística do Dia Internacional da Mulher na imprensa portuguesa (1975-2007). Focámo-nos num período que se prolonga por mais de três décadas, as quais ficaram marcadas por profundas transformações na sociedade em geral, nos movimentos de mulheres e/ou feministas e nos media em particular. O corpus de análise é composto pelos artigos publicados de 1 a 10 de março sobre a efeméride, em dois jornais diários generalistas nacionais de grande tiragem – Jornal de Notícias e Diário de Notícias. Escolhemos dois meios impressos com posicionamentos editoriais diferentes, que existissem em 1975 e que se mantivessem até à atualidade no topo das publicações mais lidas e vendidas a nível nacional. Debruçámo-nos sobre os artigos informativos e de opinião e dentro destes olhámos para as mensagens textuais e visuais, uma vez que as peças noticiosas são compostas por linguagens multimodais que concorrem para dotar as mensagens de significados. Em termos analíticos, recorremos a uma triangulação metodológica, uma vez que cruzámos a análise de conteúdo dos artigos; a análise crítica discursiva de alguns textos e imagens, bem como entrevistas às/aos jornalistas e colunistas, diretores dos dois jornais e representantes das organizações da sociedade civil e governamental que operam na área dos direitos das mulheres/género/feminismos. Em termos de conclusões gerais, a análise dos jornais revela que ao longo das três décadas a cobertura jornalística apresenta alguma intensidade, embora se oriente mais para os pseudoacontecimentos do que para a(s) problemática(s) associadas ao Dia Internacional da Mulher, revelando um tratamento das questões menos substantivo e mais episódico. Porém, parece existir uma evolução em termos da estruturação dos discursos jornalísticos sobre as questões de (des)igualdade entre mulheres e homens na sociedade, embora não se possa referir a existência de um debate e entendimento amplos das complexas questões que giram em torno das assimetrias de género. Considerando que as fontes político-institucionais são frequentemente tidas em conta na elaboração das notícias, o espaço e voz das organizações da sociedade civil é em diversos casos reduzido, embora estes atores sociais sejam (re)conhecidos como fontes de informação na área. Além disso, desde o primeiro ano de análise que se constata uma moldagem ao campo jornalístico dos pseudoacontecimentos organizados no âmbito da efeméride por várias organizações da sociedade civil, no sentido de colocar temas e posições no espaço público através dos media. Nestes jornais a efeméride passa da reivindicação por melhores condições de vida e por uma sociedade mais justa – com marcas das lutas cruzadas de vários movimentos no pós-25 de Abril – para uma convenção simbólica que se assinala anualmente. Relativamente à (re)apresentação das mulheres no âmbito da efeméride, coexistem representações que continuam a cristalizar as ‗velhas‘ dicotomias existentes com representações que invertem os papéis tradicionais de género, suscitando, sobretudo nos anos mais recentes, uma ambivalência entre discursos dominantes e discursos de resistência. Contudo, quando as mulheres aparecem como protagonistas, esta mudança acontece, fundamentalmente, segundo moldes associados ao referente ‗masculino‘, continuando-se a excluir a maior parte das mulheres dos espaços de representação social e política. Se a linguagem jornalística assume uma nova ‗roupagem‘, metamorfoseando-se através do tom aparentemente mais igualitário e emancipatório, em termos de substância os discursos permanecem praticamente inalterados., Journalism, as a legitimized field of the public sphere, and place for the debate of several themes, takes on a paramount role in the (re)construction of symbolic gender representations. The discourses conveyed are the result of a selection of events, voices and frameworks. To incorporate a feminist perspective in the media analysis is, on the one hand, to question the hegemonic power structures which sediment asymmetrical representations that have social repercussions, and on the other hand, to emphasize the emancipating potential that can come from journalistic narratives. In the mesh of feminist media studies, a large part of the research has paid more attention to the everyday journalistic information. Thus, there is a gap in the field of studies that focus on pseudo-events as source for newsworthy material, and that question how they are set and framed in newspaper pages. In this sense, and placing the emphasis on a temporal and geographically localized knowledge, we started this research intending to analyse the evolution of the news cover in the International Women‘s Day in Portuguese press (1975- 2007). We focused on a period that expands over three decades, which were marked by profound transformations in society in general, in the women‘s and/or feminist movements and in the media in particular. The analysis corpus is comprised of the news articles published from the fist to the tenth of March about the ephemeris, in two daily generalist national newspapers with great circulation – Jornal de Notícias e Diário de Notícias. We chose two print media with different editorial positioning, which existed in 1975 and that stayed in the top of the most read and sold publications nationwide. We looked at informative and opinion articles, and within those we looked at the textual and visual messages, since news pieces are composed of multimodal languages that contribute to provide the massages with meanings. For our analysis we resorted to a methodological triangulation, crossing the content analysis of the articles; the critical discourse analysis of some texts and images; and interviews to journalists/columnists, newspapers directors and representatives of the civil society and government that operate in the women‘s rights/gender/feminisms area. In terms of general conclusions, the newspaper analysis reveals that over the three decades the journalistic coverage displays some intensity, although it is more oriented to the pseudo-events than to the problems associated with the International Women‘s Day, revealing a less substantial and more episodic treatment of issues. However, there seems to be an evolution in terms of the structuring of journalistic discourses about issues of (in)equality between men and women in society, although we can‘t speak of an ample debate and understanding of the complex issues that surround gender asymmetries. Although politicalinstitutional sources are often taken into account when writing news, the space and voice of civil society organizations is often restricted, even if these social actors are recognized as information sources in their field. Besides, we could see that since the first year of our analysis, there has been a casting to the news field of the pseudo-events organized by several civil society organizations within the scope of the ephemeris, in an attempt to place issues and standpoints in the public sphere though the media. In these newspapers the ephemeris goes from a demand for better living conditions and a more equal society – with scars from the cross fights of several post 25th April movements – to a symbolic convention that is marked annually. Regarding the (re)presentation of women within the ephemeris, there are coexisting representations that continue to crystallize the ‗old‘ dichotomies, at the same time that they reverse traditional gender roles, creating ambivalence, especially in more recent years, between dominant and resistance discourses. However, when women appear as protagonists, this change happens mostly according to patterns still associated with the ‗masculine‘ referent, excluding most women from the social and political representation spaces. If the journalistic language ‗puts on new clothes‘, transforming itself through an apparently more equalitarian and emancipating tone, in terms of substance, the discourses remain practically unchanged.
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- 2012
28. Políticas para a igualdade entre homens e mulheres nos media: da (inov)ação legislativa à mudança social
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Cerqueira, Carla Preciosa Braga, Rosa Cabecinhas, and Universidade do Minho
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Media ,Equality ,Auto/hetero regulação ,Igualdade ,Auto/hetero regulation ,Políticas ,Policies - Abstract
Este artigo visa contribuir para a problematização crítica sobre as políticas para a igualdade entre homens e mulheres nos mediae seus reflexos nas práticas profissionais. Neste domínio estão presentes três dimensões plenamente entrelaçadas: produtoras/es de conteúdos e instâncias mediáticas, produtos desenvolvidos e públicos. Conscientes da importância das recomendações e orientações político-legais, internacionais e nacionais, que visam a auto e hétero-regulação das e dos profissionais, consideramos que será neces- sário aprofundar o diálogo entre academia, organismos políticos, organizações da socie- dade civil e instâncias e produtoras/produtores mediáticas/os, de modoa revolucionar as práticas profissionais, contribuindo para a integração de uma perspetiva feminista., This paper aims to contribute to the necessary debate on policies for equality between men and women in the media as well as its reflections on professional practice. Three key dimensions are fully intertwined within this debate: content producers and media instances; products; and publics. Given the importance of national and internatio- nal recommendations and political and legal guidelines, with the objective of a professio- nal auto and hetero-regulation, further dialogue between academia, political institutions, civil society organizations and media organizations and professionals is needed, in order to change media practices by integrating a feminist perspective., Cet article vise à contribuer à la problématisation critique sur les politiques pour l’égalité entre hommes et femmes aux médias, ainsi que leurs réflexes aux pratiques professionnelles. Dans ce domaine il’ y a trois dimensions cruciales totalement entrelacés: productrices/producteurs de teneurs et instances médiatiques, produits développés et publiques. Conscients de l’importance des recommandations et des directive politique et juridique, nationales et internationales, qui visent à la auto-régulation et hétéro-régulation des professionnels, on considère qu’il nous manque un dialogue ouvert entre les le milieu universitaire, les instances politiques, les organisations de la société civile et les organes et la production des médias, lequel tend à révolutionner les pratiques médiatiques, contribuant à l’intégration d’une perspective féministe.
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- 2012
29. Tavares, Manuela, Feminismos : percursos e desafios (1947-2007)
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Cerqueira, Carla Preciosa Braga and Universidade do Minho
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Ciências Sociais::Ciências da Comunicação ,Ciências da Comunicação [Ciências Sociais] - Abstract
[Excerto] O livro Feminismos: percursos e desafios (1947-2007) resulta da tese de doutoramento de Manuela Tavares, investigadora do Centro de Estudos das Migrações e Relações Interculturais (CEMRI) e ativista na União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR). A autora iniciou a investigação académica neste campo há vários anos, tendo já publicado, em 2000, Movimentos de mulheres em Portugal. Este novo e extenso volume é uma obra pioneira que apresenta uma abordagem histórico-sociológica e que vem col... [...]
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- 2011
30. [Recensão a] Magalhães, Maria José et al. (coord.) (2010), Quem tem medo dos feminismos? Congresso Feminista 2008, 2 vols, Nova Delphi, Funchal
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Cerqueira, Carla Preciosa Braga and Universidade do Minho
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Publicado em " Revista ex aequo", n.º 23 (2011), p. 181-182.
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- 2011
31. As representações de género nas revistas portuguesas de informação generalista: em busca de uma cidadania inclusiva
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Cerqueira, Carla Preciosa Braga, Magalhães, Sara, Cabecinhas, Rosa, Nogueira, Conceição, and Universidade do Minho
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Media ,Cidadania ,Representações Sociais ,Ciências Sociais::Ciências da Comunicação ,Género - Abstract
ISBN 978-989-97244-1-9, No campo mediático existe uma tendência para difundir representações enviesadas de homens e mulheres, quer como indivíduos (com todas as suas subjectividades inerentes), quer enquanto colectivo. Neste sentido, o projecto O género em foco: representações sociais nas revistas portuguesas de informação generalista surge da constatação de uma lacuna na investigação relativamente à análise e compreensão das representações de género que permeiam os conteúdos e linhas editoriais dos órgãos jornalísticos em Portugal. A persistência de representações genderizadas ao nível da produção de conteúdos mediáticos que, embora não totalmente desvinculadas do ‘real’, tendem a ser apropriadas de forma selectiva, (re)produzem uma visão hegemónica e androcêntrica, a qual coloca em causa uma cidadania inclusiva, activa e, portanto, plena. Na medida em que estas representações veiculadas se distanciam da legislação internacional e portuguesa na matéria, desenvolvemos este projecto incidindo fundamentalmente em dois eixos de análise – 1) produtos e produtoras/es mediáticos; 2) receptoras/es dos media (foco nas/os jovens) – entendidos não como dimensões estáticas mas em estreita conexão, ainda que possam sugerir leituras independentes. Para tal, seleccionámos as duas revistas deste segmento mais lidas actualmente em Portugal - Visão e Sábado. Entendemos que o cruzamento destas dimensões é fundamental para percebermos o que se produz, de que forma é que os discursos são construídos e como é que são percebidos pelas cidadãs e pelos cidadãos numa sociedade que se caracteriza pela busca constante de informação. Assumimos neste projecto uma forte vertente de investigação-acção, a qual será, em última instância, materializada num guia de boas práticas jornalísticas que contemplará uma perspectiva de género. Este visa fomentar uma maior e melhor interacção entre os diversos membros da sociedade da informação, contribuindo decisivamente para a literacia mediática, tendo esta como objectivo a consecução de uma cidadania mais abrangente e plural que seja garante da democracia.
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- 2011
32. As imigrantes brasileiras no jornalismo impresso regional
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Ribeiro, Maíra, Cerqueira, Carla Preciosa Braga, and Universidade do Minho
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Brasileiras ,Jornais ,Ciências Sociais::Ciências da Comunicação ,Regionais ,Imigrantes - Abstract
O estudo sobre a representação das brasileiras nos media é revisto sob vários aspectos e nos diversos meios de comunicação. Alguns estudos aprofundam a imagem das imigrantes, enquanto outros se concentram nos meios (rádio, televisão e imprensa). Existe ainda uma linha de investigação que se centra nos estudos da recepção. Todavia, verificámos a escassez de um estudo específico sobre a representação deste grupo no jornalismo de proximidade. Esta comunicação tem por objectivo apresentar parte dos resultados sobre a representação dos imigrantes brasileiros nas notícias publicadas durante o ano de 2007 em dois jornais regionais (um português – Diário do Minho – e um italiano – L'Adige). A escolha de um jornal externo ao contexto português foi extremamente enriquecedora para identificar possíveis convergências no tratamento dos imigrantes brasileiros (homens e mulheres) em diferentes contextos sócioculturais. Além disso, tanto Portugal como Itália foram países de forte emigração, influenciando os processos migratórios de ambos. A investigação inicial mostrou uma acentuada assimetria de género, o que nos levou a aprofundar a análise sob este aspecto. Observámos que os jornais analisados, em relação ao tratamento informativo da imigrante brasileira, trabalham na mesma linha dos jornais de âmbito nacional e, mesmo que em escala inferior, continuam a representar estas mulheres com um baixo estatuto, associadas a temas e comportamentos socialmente conotados com a marginalidade. De salientar que as imigrantes brasileiras que têm visibilidade nas peças noticiosas dos dois jornais são geralmente conotadas com a prostituição, clandestinidade, crime e exploração.
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- 2010
33. [Recensão a] Género y comunicación, de Juan F. Plaza e Carmen Delgado (eds.), Madrid: Editorial Fundamentos, 2007
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Cerqueira, Carla Preciosa Braga and Universidade do Minho
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Media ,Ciências Sociais::Ciências da Comunicação ,Ciências da Comunicação [Ciências Sociais] ,Género ,Representações sociais ,Comunicação - Abstract
[Excerto] O livro Género y Comunicación é composto por uma colectânea de artigos de docentes do curso de pós-graduação com o mesmo nome, que é leccionado na Universidad Pontificia de Salamanca. A obra aborda as representações sociais nos media, as quais são analisadas segundo uma perspectiva de género. Como referem os editores da publicação no prefácio, “os meios de comunicação constituem um lugar-comum no qual encontram difusão determinadas representações de homens e mulheres, tanto como indivíduos como enquanto colectivo” (p. 8). Como sabemos, representar aponta para um “trabalho activo de seleccionar e apresentar, de estruturar e moldar; não se refere a transmitir meramente o significado já existente, mas ao trabalho mais activo de fazer com que as coisas tenham significado” (Hall, 1982: 64). Neste sentido, “os meios de comunicação de massa são, sem dúvida, um dos lugares sociais e políticos de construção de identidades. Por eles perpassam e constroem-se definições e ideologias de diferentes grupos etários, étnicos, de classe, de cultura e de sexo” (Silveirinha, 2004: 9)., info:eu-repo/semantics/publishedVersion
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- 2009
34. A Imprensa e a perspectiva de género. Quando elas são notícia no Dia Internacional da Mulher
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Cerqueira, Carla Preciosa Braga and Universidade do Minho
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Mulheres ,Representações ,Imprensa - Abstract
A representação das mulheres no discurso jornalístico tem sido debatida pelo meio académico. Diversos investigadores sustentam que os média são a instituição central da actual configuração do sistema social, portanto a forma como eles constroem e descrevem ideologias é marcante na definição do sexo feminino. A cobertura noticiosa não reproduz a realidade em todas as suas manifestações, pois as notícias são construídas segundo práticas de selecção e tratamento. No que se refere à representação feminina, os média continuam a secundarizar as vozes, o que se traduz num discurso selectivo e, muitas vezes, negativo, que legitima a dominação masculina. A esfera pública mantém-se associada aos homens, enquanto as mulheres permanecem no domínio privado. Além disso, elas são as protagonistas das notícias de interesse humano, estético, emocional e violência. Fala-se cada vez mais de uma feminização da profissão jornalística, criam-se políticas para promover a igualdade, mas os estereótipos e a discriminação parecem ainda existir no discurso. Face a este cenário, pretendemos analisar como é que elas são representadas no discurso jornalístico do Dia Internacional da Mulher. Neste dia, os temas relacionados com o sexo feminino entram mais facilmente na agenda mediática, mas importa saber que imagem é que é veiculada pelos média., Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT)
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- 2008
35. O corpo: o protagonista da pós-modernidade
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Cerqueira, Carla Preciosa Braga and Universidade do Minho
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Tecnologia ,Ciências Sociais::Ciências da Comunicação ,Objecto ,Perfeição ,Corpo - Abstract
É indiscutível que vivemos numa sociedade de consumo, num tempo de culto da imagem e das aparências, onde o corpo se transformou no mais belo e desejado dos objectos. Pode mesmo dizer-se que vivemos o paradigma da corporalidade. Assim, nesta comunicação propomo-nos interrogar o lugar do ‘nosso corpo’ na pós-modernidade. Muitas são as questões que se afiguram e, com a evolução das novas tecnologias, ou melhor, das biotecnologias, surgem novos horizontes que colocam em causa a dimensão do corpo humano como sempre o conhecemos. Afinal, o corpo não é só uma evidência, mas nele recai a essência da existência na nossa era. Nele está toda a beleza, que parece mostrar-se acessível a quem a quiser, transformando ou deformando o original e criando outro ‘produto’, um modelo ideal que vai ofuscando as insuficiências humanas. Teremos como ponto de partida a obra A Sociedade de Consumo de Jean Baudrillard, mais concretamente o capítulo que aborda a questão do corpo. Para melhor demonstrarmos a sua posição nesta sociedade imagética faremos uma breve súmula histórica. Recorreremos também a autores e exemplos pertinentes para ilustrar a estetização da vida contemporânea. Actualmente, o corpo mostra a sua omnipresença na publicidade, na moda e na cultura de massas. Posiciona-se como objecto de salvação, substituindo a função ideológica da alma. Deste modo, apresenta-se como a escatologia da nossa época, sendo necessário investir nele de forma narcisista e espectacular. Vive-se o culto da imagem e a importância da aparência cria uma indústria que se vai aperfeiçoando continuamente. As pessoas recorrem a técnicas de design, regimes alimentares, cirurgias estéticas, cosméticos, cremes, ginástica, ingestão de produtos e marcas corporais. Procura-se, incansavelmente, a ‘fonte da juventude’, uma beleza democrática e universal que se pauta pela magreza e que procura romper com as insuficiências do corpo humano. Nesta era da corporeidade, o humano funde-se com a tecnologia. Os ideais de beleza invadem a sociedade e, sob a capa da perfeição, mostram a violência e a repressão que encarnam e que se materializa em doenças como a anorexia ou a bulimia. Os meios de comunicação social também seguem a tendência da pós-modernidade. Surgem reality shows que invocam o self e a beleza (por exemplo, Doutor, Preciso de Ajuda e A Bela e o Mestre, TVI). A publicidade apela ao erotismo, associado, na maioria dos casos, ao corpo feminino. Os objectos apresentam uma erotização funcional e a multiplicação de signos do real é evidente, pois a lógica do consumo vive em função do simulacro e do hedonismo. Este panorama demonstra uma invasão do culto do corpo que procura na tecnologia a resposta para superar a insuficiência humana. Porém, os avanços tecnológicos abrem uma multiplicidade de perspectivas caracterizada pela transgressão e fragmentação do corpo humano. Dá-se a fusão do corpo com a máquina, uma perspectiva que nos leva a pensar no surgimento de outro ser. Paira a incerteza sobre o que vai acontecer ao protagonista da pós-modernidade.
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- 2008
36. A imprensa e a perspectiva de género : as vozes femininas nas notícias de primeira página do Público e do Correio da Manhã
- Author
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Cerqueira, Carla Preciosa Braga and Universidade do Minho
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Publicado em "Jornalismo e democracia representativa : actas das III Jornadas Internacionais de Jornalismo", ISBN 978-989-643-001-6, O ingresso das mulheres em todas as esferas da sociedade é uma evidência, mas o início do século XXI ainda continua a ser dominando pelos homens. Camps (2001) dizia que este século será delas, mas em 2007 dois dos jornais mais lidos em Portugal comprovam a falta de visibilidade das vozes femininas. O Público e o Correio da Manhã (CM) continuam a dar destaque aos homens como fontes de informação das notícias de primeira página, que são consideradas as mais importantes (Fontecuberta, 1999). As mulheres têm a palavra enquanto testemunhas de um acontecimento, de opinião popular ou quando são detentoras de cargos públicos. Também são escolhidas como fontes em notícias com uma componente mais emocional, como os casos de polícia. Esta análise demonstra que a imprensa ainda continua a fazer uma grande separação de género e a comprovar que a visão masculina é hegemónica na sociedade. É claro que os meios de comunicação reflectem o contexto sócio-cultural e a mentalidade de cada época, mas será que não têm um papel a desempenhar no que se refere à promoção da igualdade de género? A maioria das pessoas informase através deles, por isso continua a perpetuar o mesmo cenário de há vários anos, em que as mulheres ficam circunscritas à penumbra e a palavra é dada aos homens.
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- 2008
37. As políticas da UNESCO para a igualdade de género nos media: 1977-2007
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Cerqueira, Carla Preciosa Braga and Universidade do Minho
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Mulheres ,Media ,UNESCO ,Igualdade ,Ciências Sociais::Ciências da Comunicação - Abstract
É indiscutível que a igualdade entre homens e mulheres é um aspecto fundamental da dignidade da pessoa humana, o qual contribui para o desenvolvimento da sociedade. No entanto, e apesar de estar consagrada na ordem jurídica dos países com governação democrática, está muito longe de ser uma realidade. Neste sentido, desde os anos 70 do século XX que têm vindo a ser criadas várias políticas de promoção da paridade de género. Os actores políticos globais e regionais e os próprios países têm adoptado leis que visam a igualdade de oportunidades em todos os domínios da sociedade. Em paralelo, procura-se acabar com os estereótipos e preconceitos culturais, pois os Estados tomaram consciência do papel e da contribuição das mulheres na esfera pública. Todavia, as leis só por si não chegam para acabar com a discriminação das mulheres e, nos últimos anos, tem surgido um número crescente de políticas para fomentar a igualdade, sobretudo, resoluções, declarações, programas, incentivos, estudos e concursos de diversos organismos internacionais. Neste artigo centramo-nos num actor político global que tem desempenhado um papel preponderante no que se refere à promoção da igualdade de género: a UNESCO. É reconhecido que uma das grandes preocupações deste organismo das Nações Unidas (ONU) passa pelas assimetrias relativamente à comunicação no mundo, daí a grande importância dada aos meios de comunicação social e ao seu papel como formadores da opinião pública. Além disso, destaca-se a adopção de uma perspectiva de género. Assim, aquilo que interessa para este campo é perceber que políticas é que a UNESCO tem desenvolvido para promover a equidade de género nos media. Focamo-nos essencialmente no campo jornalístico porque os meios de comunicação social são os grandes mediadores da realidade e é através deles que a maioria das pessoas tem acesso ao que se passa no mundo. Também se fala cada vez mais da “feminização” do sector mediático, mas a maior parte das mulheres não tem acesso aos cargos de chefia e alguns estudos apontam para a precariedade do mercado de trabalho, a qual se reflecte nos papéis de género. A UNESCO tem criado políticas que não têm a força de lei, mas que têm alertado o mundo para a discriminação em função do género. Este actor político global apresenta um leque de recomendações, declarações, programas, estudos e prémios para fomentar o pluralismo no campo mediático. Nos últimos anos, o número de iniciativas deste organismo tem sido crescente, marcando a agenda internacional. Esta agência da ONU tem dado visibilidade à questão da igualdade de género nas últimas três décadas, mas, apesar de se falar de uma “feminização” dos media, as mulheres continuam a ocupar as funções laborais consideradas de menor importância e o discurso veicula mensagens que perpetuam estereótipos. Face a este panorama, que avaliação podemos fazer das políticas deste organismo? Defendemos que a UNESCO tem sido activa, mas não tem conseguido passar uma mensagem unificadora.
- Published
- 2008
38. [Recensão a] Cabecinhas, Rosa (2007). Preto e branco: a naturalização da discriminação racial. Porto: Campo das Letras
- Author
-
Cerqueira, Carla Preciosa Braga and Universidade do Minho
- Subjects
Estereótipos sociais ,Colonialismo ,Identidade social ,Ciências Sociais::Ciências da Comunicação ,Etnicidade ,Memória Cultura ,Processos cognitivos ,Ciências da Comunicação [Ciências Sociais] ,Racismo ,Discriminação - Abstract
O livro Preto e Branco – A naturalização da discriminação racial resulta da tese de doutoramento de Rosa Cabecinhas, docente e investigadora do departamento de Ciências da Comunicação da Universidade do Minho. A obra, premiada em 2004 pelo Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas, vem colmatar uma lacuna no conhecimento do racismo que, como refere Lígia Amâncio no prefácio do livro, “é um tema quase ausente do debate público em Portugal”. Pouco questionamos a relação entre nós e os outros, num país marcado pela emigração, mas que também se tem vindo a tornar um destino para muitos povos, sobretudo de África e de Leste., info:eu-repo/semantics/publishedVersion
- Published
- 2008
39. As vozes femininas na blogosfera: um olhar sobre a realidade do Minho
- Author
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Ribeiro, Luísa Teresa, Cerqueira, Carla Preciosa Braga, Cabecinhas, Rosa, and Universidade do Minho
- Subjects
Participação ,Mulheres ,Media ,Blogosfera ,Cidadania - Abstract
Publicado em "Actas do I Congresso de Ciberjornalismo", ISBN 978-989-96148-0-2, A blogosfera pode configurar-se como um novo espaço de expressão para actores que os media tradicionais silenciam e secundarizam, como é o caso das mulheres. Esta possibilidade de participação é particularmente relevante a nível local e regional, uma vez que estão em causa matérias nas quais há maior possibilidade de intervenção, mesmo no âmbito do processo de decisão política. Foi nesta linha de contributo para a discussão acerca da Polis que foi lançado, em Setembro de 2007, num blogue de Braga, uma petição online, que acabou por fazer parte da agenda pública da cidade. Com base nesta iniciativa do blogue ‘Avenida Central’, fazemos uma primeira abordagem à participação feminina na blogosfera, constatando que, apesar das potencialidades que este meio de auto-edição apresenta, ainda se verifica um baixo nível de intervenção das mulheres. A questão da presença feminina na blogosfera é muito relevante a nível científico, uma vez que o fenómeno está insuficientemente estudado, apesar de estar em consolidação, e crucial do ponto de vista social, pois está em causa o exercício da cidadania, pelo que deverá merecer mais estudos, depois deste contributo para o mapeamento de campo.
- Published
- 2008
40. Where's Wally? (In)visibilities about women and politics in journalistic reception practices | Onde está o Wally? (In)visibilidades sobre mulheres e política nas práticas de recec¸ão jornalística
- Author
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Santos, Anabela Moreira, Rosa Cabecinhas, and Cerqueira, Carla Preciosa Braga
41. Os estereótipos também envelhecem?: uma análise descolonial das intersecções entre racismo, sexismo e idadismo, a partir das vivências de migrantes brasileiras em Portugal
- Author
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Queiroz, Camila Craveiro da Costa Campos e, Cabecinhas, Rosa, Cerqueira, Carla Preciosa Braga, and Universidade do Minho
- Subjects
Intersectionality ,Migración ,Descolonialidade ,Gender ,Ciências Sociais::Ciências da Comunicação ,Descolonialidad ,Migração ,Age ,Gênero ,Interseccionalidade ,Ciências da Comunicação [Ciências Sociais] ,Edad ,Migration ,Idade ,Decoloniality ,Interseccionalidad - Abstract
Tese de Doutoramento em Ciências da Comunicação, As migrantes brasileiras configuram, em Portugal, a tendência da feminização dos movimentos migratórios e fazem parte da maior comunidade estrangeira residente no país. A brasilidade (Machado, 2003) é uma noção que significa as migrantes brasileiras em contextos estrangeiros e reúne, como estereótipos, os traços de alegria, submissão, simpatia e hipersexualidade. É no enfrentamento com essa estereotipização que procuramos perceber como as migrantes brasileiras maiores de 50 anos de idade, residentes há pelo menos uma década em Portugal, se subjetivaram em relação à influência, à disseminação e às possíveis modificações desses estereótipos ao longo de suas trajetórias migratórias. E, por considerarmos essas mulheres sujeitos ativos, buscamos identificar as estratégias (agência) por elas utilizadas no sentido de se aculturarem à sociedade portuguesa. Verificamos, assim, a articulação de três eixos principais, a saber: o racismo, o sexismo e o idadismo, aos quais se interseccionam outras pertenças relativas à classe social, à nacionalidade e ao estatuto migratório. As assimetrias decorrentes da superposição dessas pertenças são geradoras de constrangimentos e de atitudes discriminatórias direcionadas às migrantes brasileiras. Ao olhar feminista interseccional acrescem-se contribuições provenientes dos estudos descoloniais, que percepcionam a permanência da colonialidade como um fator decisivo que racializa e sexualiza as mulheres oriundas de países considerados periféricos. Recorremos, ainda, à Teoria da Identidade Social (TIS), a fim de compreender as decisões estratégicas que as migrantes brasileiras realizaram, em termos de aproximação e de distanciamento de determinadas pertenças grupais. A pesquisa empírica decorreu por meio da realização de 20 entrevistas de Histórias de Vida (HV), uma escolha fundamentada no cariz descolonial que perpassa essa técnica. Por intermédio da Análise Temática (TA), com o auxílio do software NVivo 11, chegamos a quatro grandes blocos temáticos: representações acerca do Brasil e de Portugal; estereótipos associados aos/as portugueses/as e metaestereótipos com os quais acreditam ser por eles/as percepcionadas; estratégias de aculturação para enfrentarem as dificuldades inerentes ao percurso transnacional; intersecções migração – gênero – idade e vivências do processo de envelhecimento. A partir de um viés interseccional, identificamos na reunião de certas características, tais como a cor da pele, a classe social e seu capital simbólico e o estatuto migratório, condições determinantes para que a inserção das brasileiras ocorra de maneira mais ou menos vulnerabilizada na sociedade de acolhida, o que implica a configuração de um espaço de manobra que se alarga ou se constringe, conforme as marcas que essas pertenças representam. Nesse sentido, quanto mais se aproximam do imaginário social da “mulata”, mais as migrantes brasileiras percebem-se enredadas pelos estereótipos de brasilidade, experimentando em maior intensidade o racismo e outras formas de preconceitos. Ademais, constatamos, de maneira transversal nos discursos das entrevistadas, que a ambiguidade acerca da assertividade dos conteúdos dos meta-estereótipos com os quais as migrantes brasileiras são significadas ocasiona a baixa identificação com o grupo de pertença, estimula o preconceito intragrupal e direciona-as no sentido de recorrer a estratégias identitárias de mobilidade individual, o que reforça o padrão de poder estabelecido pela colonialidade e a permanência da condição subalternizada., The Brazilian female migrants set up in Portugal the trend of the feminization of migratory movements and are part of the biggest foreign community resident in the country. The ‘Brazilianness’ (Machado, 2003) is a notion that gives meaning to the Brazilian migrants in foreign contexts and reunites, as stereotypes, traces of joy, submission, sympathy and hipersexuality. It is on the facing of this stereotyping where we aim to understand how the Brazilian female migrants over the age of 50, residents for at least a decade in Portugal, subjected themselves in relation to the influence, spread and the possible changes of these stereotypes throughout their migratory trajectories. Furthermore, considering these women active subjects, we search to identify the strategies (agency) used by them in order to acculturate themselves to the Portuguese society. What this study has noticed, thus, is the articulation of three main axis: the racism, the sexism and the ageism, to which other belongings related to social class, nationality and the migratory status intersect. The asymmetries that emerged from the superposition of these belongings generate embarrassment and discriminatory behaviours towards the Brazilian migrants. To the intersectional feminist sight are added contributions brought from the decolonial studies, which percept the permanence of coloniality as a decisive factor that racializes and sexualizes the women native of countries considered peripheral. It was also resorted the Social Identity theory (SIT) in order to understand the strategic decisions that the Brazilian female migrants performed, in terms of approaching and distancing from certain group belongings. The empirical research ran through 20 interviews of Life Stories (LS), a choice based in the decolonial feature which accompanies this technique. Through the thematic analysis (TA), with the aid of the software NVivo 11, four great thematic blocks came across: representations about Brazil and Portugal; stereotypes associated with the Portuguese people and meta-stereotypes which are believed to be perceived by them; strategies of acculturation to face the difficulties inherent to the transnational course; intersections migration – gender – age and experiences from the aging process. Through an intersectional approach, it was identified in the gathering of certain characteristics, such as the colour of the skin, social class and its symbolic capital and the migratory statute, determining conditions so that the Brazilian women insertion occurs in more or less vulnerable ways in the welcoming society. It implicates the setting of a manoeuvre space that broadens or narrows according to the marks that these belongings represent. This way, as they approach from the social idea of ‘mulata’, the Brazilian female migrants notice themselves surrounded by the stereotypes of ‘Brazilianness’, experimenting the racism and other forms of prejudice in higher intensity. Moreover, it was verified in a transversal manner of the interviewees discourse, that the ambiguity about the assertiveness of the meta-stereotypes content in which the female Brazilian migrants are signified occasions lower identification with the belonging group, stimulates the intra-group prejudice and directs them to the path of resorting to identity strategies of individual mobility. This reinforces the power pattern stablished by the coloniality and the permanence of the subaltern condition., Las migrantes brasileiras configuran en Portugal la tendencia de la feminización de los movimientos migratorios y hacen parte de la mayor comunidad extranjera residente en este país. La Brasilidade (Machado, 2003) es una noción que significa las migrantes brasileiras en contextos extranjeros y reúne como estereotipos los rasgos de la alegría, sumisión, simpatía e hipersexualidad. Es en la batalla con esa estereotipización que buscamos percibir cómo las migrantes brasileras mayores de 50 años y residentes hace por lo menos una década en Portugal, se subjetivaron con relación a la influencia, a la diseminación y a las posibles modificaciones de esos estereotipos a lo largo de sus trayectorias migratorias. Y, considerando esas mujeres sujetos activos, buscamos identificar las estrategias (agencia) que fueron utilizadas por ellas con el fin de aculturarem a la sociedad portuguesa. Confirmamos la articulación de los siguientes tres ejes principales: El racismo, el sexismo el idadismo, a los cuales se inmiscuyen otras pertenencias relativas a la clase social, a la nacionalidad e al estatuto migratorio, que nos requirieron un abordaje interseccional, puesto que las asimetrías consecuentes de la superposición de esas pertenencias son generadoras de constreñimientos y comportamientos discriminadores direccionados a las migrantes brasileras. A la mirada feminista interseccional se agregan contribuciones provenientes de los estudios decoloniales, que perciben la permanencia de la colonialidad como un factor decisivo que racializa y sexualiza las mujeres oriundas de países considerados periféricos. Recurrimos también a la Teoría de la Identidad Social (TIS), con el fin de comprender las decisiones estratégicas que las migrantes brasileras realizaron en términos de aproximación y distanciamiento de determinadas pertenencias grupales. La investigación empírica se desarrolló por medio de la realización de 20 entrevistas de Historias de Vida (HV), una elección fundamentada en el carácter decolonial que atraviesa la técnica, y los datos fueron codificados teniendo como soporte el software NVivo 11. Por intermedio del Análisis Temático (TA), llegamos a cuatro grandes bloques temáticos: representaciones de Brasil y de Portugal; estereotipos asociados con los/las portugueses/as y los metaestereotipos con los cuales se creen ser percibidas; estrategias de aculturación para afrontar las dificultades inherentes al recorrido transnacional; intersecciones migración - género - edad y vivencias del proceso de envejecimiento. A partir del análisis interseccional percibimos, en la reunión de varias características, tales como color de piel, la clase social y su capital simbólico y el estatuto migratorio, condiciones determinantes para que la insercción de las brasileras ocurra de manera más o menos vulnerabilizada en la sociedad de acogida, lo que implica la configuración de un espacio de maniobra que se amplía o se reduce conforme a las marcas que esas pertenencias representan. En ese sentido, cuanto más se acercan al imaginario social de la "mulata", más las migrantes brasileras se perciben enredadas por los estereotipos de brasilidad, experimentando en mayor intensidad el racismo y otras formas de prejuicios. Además, constatamos, de manera transversal en los discursos de las entrevistadas, que la ambigüedad acerca de la asertividad de los contenidos de los metaestereotipos con los que las migrantes brasileñas son significadas ocasiona la baja identificación con el grupo de pertenencia, estimula el preconcepto intragrupal y las direcciona en el sentido de recurrir a estrategias identitarias de movilidad individual, lo que refuerza el patrón de poder establecido por la colonialidad y la permanencia de la condición subalternizada., Para a execução deste trabalho contamos com o financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES/Brasil, por meio de uma bolsa de doutoramento pleno no exterior
- Published
- 2018
42. Comunicação e Sociedade: Fotografia e Género [32, 2017]
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Correia, Maria da Luz, Cerqueira, Carla Preciosa Braga, and Universidade do Minho
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Ciências Sociais::Ciências da Comunicação ,Género ,Fotografia ,Comunicação - Abstract
Este número da revista Comunicação e Sociedade partiu do desejo das suas editoras de cruzar saberes e trocar olhares, convocando um encontro na fronteira entre as áreas dos estudos da fotografia e dos estudos de género. De outro modo, a nossa vontade de pensar a fotografia e o género prolongava uma necessidade de, a partir do domínio das ciências da comunicação, pensar politicamente o olhar. Neste âmbito, o nosso intento era considerar a malha de assimetrias – de género, mas também de etnia, de idade, de geografia, de cultura e de sociedade, entre outras – assim como o complexo feixe de maneiras de fazer e de desfazer o género que permeiam a circulação quotidiana de imagens, e enfim, que atravessam os discursos mediáticos e as figurações artísticas da nossa cultura visual contemporânea (Correia & Cerqueira, 2017). Esta necessidade, já trabalhada pela perspetiva crítica do filósofo da Escola de Frankfurt, Walter Benjamin, teria sido reforçada, a partir da segunda metade do século XX, por diferentes tradições disciplinares, que passam pelo estruturalismo (Foucault, 1975), pelos estudos culturais, pela psicanálise, pelos visual culture studies (Berger, 1972; Mitchell, 2002; Mulvey, 1989; Shohat & Stam, 2006), pelo pensamento contemporâneo francês de filósofos como Georges Didi-Huberman (2017) e Jacques Rancière (2008), e claro, pelos estudos feministas, nomeadamente pós-estruturalistas e queer (De Lauretis, 1987, 1991; Butler, 1990) e pós-coloniais (hooks, 1984; Spivak, 1985)., info:eu-repo/semantics/publishedVersion
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- 2017
43. Vista – revista de cultura visual [nº1 (2017)] - Políticas do Olhar
- Author
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Correia, Maria da Luz, Cerqueira, Carla Preciosa Braga, and Universidade do Minho
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Cultura visual ,Visual culture ,Image ,Ciências Sociais::Ciências da Comunicação ,Imagem - Abstract
[Excerto] Este é o primeiro número da vista. Publicação científica digital, fundada há cerca de um ano no âmbito do Grupo de Trabalho de Cultura Visual da Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação (SOPCOM), a vista tem a sua primeira edição dedicada às assimetrias sociais que os regimes escópicos conformam ou desafiam. Homenageando a motivação política dos visual culture studies que nos anos 90 do século XX deram um novo fôlego ao estudo da imagem, e reivindicando a importância fundadora das teorias críticas da vigilância e do espetáculo e dos estudos das desigualdades de género e de etnia, este número inaugural quer também dar conta do caráter dinâmico dos processos de partilha do visível, confrontando os imaginários hegemónicos e as visibilidades dominantes com as visões alternativas e os olhares de resistência., info:eu-repo/semantics/publishedVersion
- Published
- 2017
44. Entre o báculo mágico e a espada: representações das personagens femininas em Final Fantasy X e XIII
- Author
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Kanaan, Luísa Soares, Zagalo, Nelson, Cerqueira, Carla Preciosa Braga, and Universidade do Minho
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681.3:316.77 ,681.3 [316.77] ,Ciências Sociais::Sociologia ,316.77:681.3 ,316.77 [681.3] ,Sociologia [Ciências Sociais] ,316.346.2 - Abstract
Dissertação de mestrado em Comunicação, Arte e Cultura, A indústria de videojogos têm crescido nas cifras arrecadadas no mercado – superando indústrias tradicionais como a do cinema – mas também em diversidade de públicos. A originalidade dos jogos, porém, não têm acompanhado esta modificação lenta e gradual do público – de jovens que sabiam lidar com códigos (Jenkins, 2006; Newman, 2004; Levis, 1997) para uma ampla gama de idades, classes e géneros (ESA, 2014) – e a lista dos mais vendidos e dos títulos lançados anualmente não contemplam em suas personagens essa pluralidade. Apesar disso, as mulheres, mesmo a representarem quase metade do público, não são em geral consideradas (por parte dos jogadores e pelos produtores de jogos) “real gamers” já que grande parte das jogadoras tende a preferir jogos casuais (Fron et al., 2007; Vermeulen et al. 2011). Nas listas de mais vendidos da Entertainment Software Association (ESA), a maioria dos jogos protagoniza homens brancos musculados e fortes, focados em um objetivo, veja-se, a título de exemplo, entre os 40 games mais vendidos (de computador e consola) apenas um tem uma protagonista mulher. Além de poucas histórias, as mulheres nos videojogos têm tido uma representação circunscrita maioritariamente aos tradicionais estereótipos e papéis de género associados ao feminino. Em uma cultura com cada vez mais personagens virtuais figuram no cinema atuando entre humanos e em filmes totalmente estrelados por eles (Teixeira, 2013), além de videojogos com gráficos cada vez mais detalhados, busca-se saber, neste trabalho, como estas personagens, criadas a partir do zero em linguagens de computador, estão sendo construídas e como estão sendo representadas as personagens femininas – foco deste estudo. Para tal analisaram-se as dimensões construtivas (Sheldon, 2004; Isbister, 2006; Assis, 2006; Zagalo, 2009) de seis personagens femininas e sete masculinas dos grupos jogáveis (para fins comparativos) de dois títulos da série de videojogos de RPG japonês Final Fantasy. Optou-se por este género por estar entre os que mais apresentam histórias e têm foco no desenvolvimento das personagens (Zagalo, 2009; Jorgensen, 2010; Arjoanta, 2014), bem como o número de vendas e o tempo que a franquia está no mercado. As análises basearam-se em pesquisa bibliográfica sobre videojogos que possibilitou a elaboração de duas tabelas sobre as dimensões construtivas das personagens e também debruçou-se sobre os Estudos de Género de forma a entender o que está envolvido na construção social do feminino e do masculino (Amâncio, 1998; Bonvillain, 1995; Nogueira, 2004). Os Feminist Media Studies (Van Zoonen, 2006; Gill, 2010; Cerqueira, 2005; Mota-Ribeiro, 2005; Butler, 2005) também foram revisados para saber como têm sido feita a representação da mulher noutros média. Para fazer a caracterização das personagens (coleta do material de análise), ambos os jogos foram jogados por cerca de 50 horas cada, foram utilizados walkthroughs e gameplays disponíveis online para otimizar o tempo jogado, ver partes não jogadas e, ainda junto aos sites oficiais, buscar informações sobre as personagens. O método de análise foi o da análise de conteúdo por permitir quantificação, mas também qualificação das informações coletadas. A principal hipótese em estudo é a de que, apesar da diversidade dos públicos, do aumento do número de mulheres jogadoras e da melhora na capacidade das tecnologias, as personagens refletem estereótipos e papéis de género tradicionais. Foi percebido que houve mudança em determinados aspetos da construção dessas personagens, mas as mesmas ainda são basicamente construídas a partir das suas categorias sexuais. Essa consideração leva a crer que para que as mulheres passem a jogar mais e sintam-se legitimadas nessa posição será preciso que as personagens também sejam construídas de forma a desconstruir estereótipos., The video and computer game industry have grown in numbers collected on the market - surpassing traditional industries such as cinema - but also in public diversity. The uniqueness of the games, however, have not followed this slow and gradual modification of the public – from young males who knew programation codes (Jenkins, 2006; Newman, 2004; Levis, 1997) to a wide range of ages, classes and genders (ESA, 2014) - and the bestseller list and titles to be released each year do not include that plurality in their characters. Nevertheless, women, although they represent almost half of the public, are generally not considered "real gamers" – for part of the public and for the game producers – because most players tend to prefer casual games (Fron et al., 2007; Vermeulen et al. 2011). In bestsellers lists, as the one of Entertainment Software Association (ESA), most games portray their protagonists as muscled and strong white men focused on a goal, see, for example, among the 40 games most sold (between computer and console) only one have a woman protagonist. Besides the lack of leading roles in stories, women in video games have had a limited representation mostly based on traditional stereotypes and gender roles to which the female is related. In a culture with more and more virtual characters appearing in film acting between humans and in movies totally made upon them (Teixeira, 2013), plus video games with increasingly detailed graphics, we seek to know, in this work, how these characters, created from scratch in computer languages, are being built and how are being represented the female characters - focus of this study. For this we analyzed the constructive dimensions (Sheldon, 2004; Isbister, 2006; Assis, 2006; Zagalo, 2009) of six female and seven male characters (for comparative means) of playable groups of two titles in the video game series of Japanese RPG Final Fantasy. We chose this genre because it is among the ones with most stories and character development focus (Zagalo, 2009; Jorgensen, 2010; Arjoanta, 2014), as well as the number of sales and the time that the franchise is on the market. The analyzes were based on a literature review on video games that allowed the development of two tables on the constructive dimensions of the characters and also leaned on Gender Studies in order to understand what is involved in the social construction of female and male roles and stereotypes in society (Amâncio, 1998; Bonvillain, 1995; Nogueira, 2004). The Feminist Media Studies (Van Zoonen, 2006; Gill, 2010; Cerqueira, 2005; Mota-Ribeiro, 2005; Butler, 2005) were also reviewed for see how women have been represented in other media. To make the characterization of the characters (the gather of raw material for the analysis), both games were played for about 50 hours each, walkthroughs and gameplays available online were used to optimize the time played and to see not played parties; official sites were used to seek information about the characters. The method of analysis was the content analysis which allows quantification, but also qualification of the information collected. The main hypothesis under study is that, despite the diversity of the public, the increasing number of women players and the improved capacity of the technologies, the characters reflect traditional gender roles and stereotypes. It was noticed that there was a change in certain aspects of the construction of these characters, but they are still basically built upon their sexual categories. This consideration suggests that for women start playing more and feeling legitimized in this position will require that the characters star being constructed in a way to deconstruct stereotypes.
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- 2015
45. A revolução fashion: os blogs como instrumentos de consolidação da identidade plus size
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Isaia, Letícia Sarturi, Cerqueira, Carla Preciosa Braga, and Universidade do Minho
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Blogs de moda ,Ciências Sociais::Ciências da Comunicação ,Fashion blogs ,Ciências da Comunicação [Ciências Sociais] ,Plus size ,Mulheres plus size ,Body and plus size ,Corpo - Abstract
Dissertação de mestrado em Comunicação, Arte e Cultura, Os blogs revolucionaram a forma de comunicação na Internet. Desde o seu surgimento, milhões de pessoas encontraram um espaço para manifestar sua opinião ou informar por meio deles. Os blogs de moda, em específico, tornaram-se um dos exponenciais entre os diversos tipos de conteúdo abordados nesses espaços comunicacionais. Em uma época marcada pelo culto da aparência, tais blogs transformaram-se em canais para a transmissão e afirmação de um ideal normativo de beleza. Posteriormente surgiram os blogs voltados ao meio plus size, os quais se tornaram um instrumento de valorização da diversidade corporal e de resistência diante da disseminação de ideais estéticos, onde predomina a magreza, que se espalham na sociedade contemporânea através, por exemplo, da mídia. Nesta pesquisa, sob a vertente teórica, propomos reflexões a cerca da moda, compreendendo-a enquanto fenômeno social (Simmel, 2008); o estatuto do corpo, visto como “objeto de consumo” (Baudrillard, 1995); e a importância e trajetória dos blogs como meios de comunicação no meio digital. Como objeto de pesquisa buscamos compreender os discursos presentes nos blogs de moda plus size: Entre Topetes e Vinis, do Brasil, e GabiFresh, dos Estados Unidos, compreendendo os laços existentes entre o corpo e a moda. Tais espaços foram escolhidos por apresentarem destaque no meio plus size e serem indicados em listas e rankings de blogs de moda. Para isso, recorremos, metodologicamente, à Análise Temática (Braun & Clarke, 2006, 2013) e a Análise Foucaudiana de Discurso (Willig, 2003, 2008). As conclusões apontam para os blogs de moda plus size como pontos de resistência diante do mainstream que fomenta determinados padrões estéticos e exclui e/ou secundariza outros. Além disso, reflete a cerca dos traços discursivos mais presentes nos blogs: mito da beleza, democratização da moda, valorização da diversidade corporal, entre outros., Blogs have revolutionized the way of communication on the Web. Since his appearance, millions of people found a space to express their opinion and inform themselves through them. Fashion blogs, in specific, became one of the exponential between the various types of content addressed in these communication spaces. In a period defined by the appearance worship, these blogs had turned into channels for the transmission and affirmation of stereotypes and information about beauty. The ones about the plus size subject became an instrument of body appreciation and resistance against the spread of aesthetic ideals, where dominates the slimness, that disseminates in contemporary society through media, for example. In the theorical side, we propose reflections about fashion, understanding it as a social phenomenon (Simmel, 2008), body status, seen as “consumer object” (Baudrillard, 1995), and the importance and history blogs as media. In this study, we sought to understand the speeches present on plus size fashion blogs: Entre Topetes e Vinis, from Brazil, and GabiFresh, from the United States, understanding the existent links between body and fashion. To do so, we used, methodologically, the Thematic Analysis (Braun & Clarke, 2006, 2013) and Foucauldian Discourse Analysis (Willig, 2003, 2008). The findings point to blogs as resistante point in front of the mainstream that fosters certain aesthetic standards and excludes others. And reflects some of the most present discursive traits in blogs: beauty myth, fashion democratization, recovery of body diversity and others.
- Published
- 2015
46. Ageing in the Portuguese press: a gendered analysis of older people in newsmagazine Visão
- Author
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Vieira, Carla Alexandra Delgado, Cabecinhas, Rosa, Cerqueira, Carla Preciosa Braga, and Universidade do Minho
- Subjects
Press ,Ageing ,Ciências Sociais::Outras Ciências Sociais ,Idosos ,Envelhecimento ,Imprensa ,Gender ,Género ,Elderly people ,Outras Ciências Sociais [Ciências Sociais] - Abstract
Tese de Doutoramento em Ciências da Comunicação, Vivemos num mundo caraterizado pelo rápido envelhecimento populacional, assim, envelhecer é uma etapa natural do ciclo de vida. O envelhecimento, como um dos desafios mais importantes do século XXI, obriga à reflexão sobre questões com importância crescente. As lentes de género são, também, importantes para a compreensão do fenómeno do envelhecimento, uma vez que a imagem social das mulheres e homens idosos é distinta. Pela sua importância social, nos últimos anos os média têm focado questões pertinentes sobre o envelhecimento, nomeadamente a alimentação, os hábitos de vida, a sexualidade, entre outras. Como é que a revista Visão tratou e deu visibilidade aos idosos e ao envelhecimento em Portugal durante o Ano Europeu do Envelhecimento Ativo (2012) e comparativamente ao ano anterior (2011) e posterior (2013)? Esta é a questão central que permeia este estudo e que deu origem a outras relacionadas com os estereótipos e a genderização deste fenómeno, quer no que diz respeito aos protagonistas assim como em relação às fontes utilizadas, o tipo de discurso, a visibilidade dada ao tema do envelhecimento e/ou aos protagonistas das peças publicadas. O corpus de análise consistiu numa análise de conteúdo com recurso ao software SPSS das 497 peças jornalísticas nas quais os protagonistas eram idosos ou que falavam sobre o envelhecimento veiculadas pela revista Visão. A seleção desta newsmagazine justifica-se pelo facto de ser a revista de informação generalista semanal mais vendida em Portugal durante o ano de 2011 (Grupo Marketest, 2011), 2012 (Ano europeu do Envelhecimento Ativo) e 2013. Da análise efetuada verifica-se que foi durante o Ano Europeu do Envelhecimento Ativo (2012) que foi dada mais visibilidade à temática do envelhecimento e/ou aos protagonistas idosos. Contudo, de um modo transversal aos três anos em estudo, o tema do envelhecimento tem pouca notoriedade. Ficou, também, claro o desfasamento existente entre a visibilidade atribuída a homens e mulheres que participaram nas peças jornalísticas como protagonistas e/ou fontes, assim como a evidente notabilidade da grande maioria dos protagonistas e/ou fontes citados., We live in a world characterized by rapid population ageing; therefore, ageing is a natural stage of the life cycle. Ageing, as one of the most important challenges of the 21st century, requires reflection on issues of growing importance. Gender lenses are also important for the understanding of the ageing phenomenon since the social image of elderly women and elderly men is different.Due to its social importance, in recent years the media has focused on pertinent issues about ageing, namely nutrition, life habits, sexuality, among others. How did the Portuguese press treat and give visibility to the elderly and the ageing process in Portugal during the years 2011, 2012 (European Year of Active Ageing), and 2013? This is the central question that pervades this study and that gave rise to others related to the stereotypes of ageing, the gendering of ageing, both with regard to the protagonists and the sources used, the type of discourse, the visibility given to the theme of ageing and/or to the protagonists of the published articles. The corpus of analysis consisted of a content analysis using SPSS software of the 497 press articles published by Visão magazine and in which the protagonists were elderly people or who spoke about the ageing process. The selection of this news magazine is justified by the fact that it was the best selling weekly general information magazine in Portugal during 2011 (Marketest Group, 2011), 2012 (European Year of Active Ageing) and 2013.The analysis shows that it was during the European Year of Active Ageing (2012) that the theme of ageing and/or the elderly became more visible. However, a closer look at the three years under study reveals the little visibility given to the ageing issues. Concerning the theme of the articles, it is concluded that "History of life", "Work/Career" and "Past Events" stood out in the three years under study. It was also evident the chasm between the visibility given to men and women Used as protagonists and/or sources, as well as the evident visibility of the great majority of the protagonists and / or sources mentioned.
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