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Justificativa e Objetivos: no decorrer dos atendimentos aos usuários acometidos pela COVID-19, observaram-se sinais e sintomas persistentes ou o desenvolvimento de sintomas tardios, denominados de condições pós-COVID. Dessa forma, torna-se necessário promover práticas de Educação Permanente em Saúde para o atendimento das condições pós-COVID. Com isso, o objetivo do estudo é construir um manual para auxiliar profissionais de saúde da Atenção Primária à Saúde (APS) no manejo das condições pós-COVID. Métodos: adotou-se, para a construção do manual, o método proposto por Echer, que prevê seis etapas para a estruturação de um manual. Ademais, o presente estudo utilizou somente cinco delas, sendo que a sexta etapa consiste na validação do manual. Além disso, estabeleceram-se os seguintes eixos norteadores: objetividade, formulação autoexplicativa, abordagem pedagógica problematizadora inspirada em Bordenave e Pereira e na Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. Resultados: o estudo resultou na construção de um manual que compreende 25 condições pós-COVID, apresentadas de forma didática, com seleção de conteúdo e ajuste da linguagem considerando o público-alvo, com ilustrações e fluxogramas facilitadores na condução da linha de raciocínio clinico, bem como a inclusão de casos clínicos visando à aproximação com a pratica clínica. Conclusão: a construção do manual possibilita que o profissional ofereça ao usuário acometido uma assistência de qualidade e resolutiva, minimizando os danos na qualidade de vida do mesmo. Ademais, espera-se que o manual alcance uma ampla divulgação nos mais distintos espaços de saúde, fornecendo subsídios aos profissionais de saúde.

O Centro para Controlo e Prevenção de Doenças propõe o termo COVID longo ou condições pós-COVID para sintomas desenvolvidos durante ou após a COVID-19 e que persistem pelo menos dois meses, não sendo explicados por outros diagnósticos. Este estudo transversal tem como objetivo determinar a proporção de doentes com condições pós-COVID, descrevendo as suas características demográficas e clínicas e sintomas persistentes mais comuns. Foram incluídos 497 adultos com doença ligeira a moderada por COVID-19, avaliados por questionário estruturado após 12 a 16 semanas da infeção por SARS-CoV-2. A incidência cumulativa de condições pós-COVID foi de 47,5% (n=236). Os sintomas persistentes mais frequentes foram a astenia (n=151, 30,4%) e a dispneia (n=131, 26,4%). Após análise multivariada verificou-se que o sexo masculino está associado a menor incidência de condições pós-COVID (OR=0,36, p