INTRODUÇÃO: O acompanhamento pré-natal tem como objetivo assegurar o desenvolvimento da gestação, permitindo o parto saudável, sem impacto para a saúde materna. OBJETIVO: Analisar o acompanhamento pré-natal à gestação de alto risco no serviço público e os desfechos maternos. MÉTODOS: Estudo transversal analítico aninhado a uma coorte prospectiva. A coleta de dados ocorreu entre outubro de 2016 e agosto de 2017, em uma maternidade pública no Sul do Brasil, durante internação de 319 puérperas, por meio de instrumento semiestruturado para transcrição dos registros do cartão pré-natal e entrevista. Realizou-se análise dos dados por meio do Teste Qui-quadrado (p≤0,05). RESULTADOS: A adequação do pré-natal foi alta (74%); 22,6% intermediária; 6,1% ineficiente. O pré-natal teve alta cobertura (100%), início precoce (79,9%) e realização de seis ou mais consultas (91,2%), porém (77,4%) não receberam informação sobre doença gestacional, patologia específica (81,2%) e resultados de exames (69,3%). Houve significância estatística entre a qualidade do pré-natal e o local da realização do pré-natal (p=0,005), cidade que ocorreu o pré-natal (p=0,003), início do pré-natal (p=0,0001), número de consultas realizadas (p=0,0001), número de ultrassonografia realizada no primeiro trimestre (p=0,0001), idade gestacional na primeira ultrassonografia (p=0,0001), coleta de citologia oncótica (p=0,0001), orientação de qual hospital buscar em emergência (p=0,046) e intervalo entre a última consulta de pré-natal e parto (p=0,031). CONCLUSÕES: Evidenciou-se a necessidade de implementação de protocolo específico à gestação de alto risco, assim como, educação continuada às equipes e inclusão da enfermeira obstetra na atenção primária e secundária do serviço de saúde. INTRODUCTION: Prenatal follow-up aims to ensure the development of gestation, allowing healthy childbirth without impact on maternal health. OBJECTIVE: To analyze prenatal care for high-risk gestation in the public service and maternal outcomes. METHODS: Cross-sectional, analytical study nested with a prospective cohort. Data were collected between October 2016 and August 2017, in a public maternity hospital in the south of Brazil, during the hospitalization of 319 postpartum women, through a semi-structured instrument for transcription of prenatal card records and interview. Data were analyzed using the chi-square test (p≤0.05). RESULTS: Prenatal adequacy was high (74%); 22,6% intermediate; 6,1% inefficient. Prenatal care had high coverage (100%), early onset (79,9%) and six or more consultations (91,2%), but (77,4%) did not receive information about gestational disease, specific pathology (81,2%) and test results (69,3%). There was statistical significance between prenatal quality and the place of prenatal care (p=0,005), prenatal city (p=0,003), prenatal start (p=0,0001), number of visits (p=0,0001), number of ultrasound performed in the first trimester (p=0,0001), gestational age at the first ultrasound (p=0,0001), collection of oncotic cytology (p=0,0001), orientation of which hospital to seek emergency (p=0,046) and interval between the last prenatal visit and delivery (p=0,031). CONCLUSIONS: It was evidenced the need to implement a protocol specific to high risk gestation, as well as continuing education to the teams and inclusion of the obstetrician nurse in primary and secondary health care.