Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES Ecossistemas secos são biodiversos e estão distribuídos em todo o globo, sendo a sazonalidade climática uma forte característica ambiental, que impõe aos organismos desafios adaptativos às estações e variações fisionômicas. No entanto, são escassos estudos de comparações taxonômicas e ecológicas em grandes escalas. O objetivo deste trabalho foi o levantamento do esforço de pesquisa sobre as borboletas (Lepidoptera: Papilionoidea e Hesperioidea), para identificar as principais lacunas temáticas e geográficas de pesquisa em ecossistemas tropicais secos, e comparamos a distribuição geográfica da riqueza de borboletas (Papilionoidea). Para tanto, utilizamos metodologia cienciométrica, a partir de palavras-chave em inglês englobando Florestas Secas e Savanas (Pennington et al. 2018) e o táxon borboletas, na plataforma ISI Web of Knowledge. Coletamos informações de 167 estudos triados e mapeados, publicados entre 1981 e 2019. A maioria dos trabalhos foi realizada no Brasil (n = 41, 24% do total), México (n = 21, 13%), Malawi (n = 19, 11%) e Austrália (n = 19, 11%), sendo 71% dos estudos (n = 118) de escala local e 16,8% (n = 28), regional. As interações ecológicas (n = 31, 18,6%) e história de vida (n = 23, 13,8%) foram os principais temas, e Nymphalidae (n = 61, 36,5%), Hesperiidae e Lycaenidae (ambas n = 13, 7,8%) as famílias mais estudadas. Encontramos, principalmente nas Américas, inventários, estudos ecológicos de comunidades e de interações, como de mirmecofilia e plantas hospedeiras associadas com Lycaenidae e Pieridae. Enquanto vários estudos fenológicos e evolutivos foram testados com espécies de Satyrinae na região africana, e estudos sazonais e biogeográficos, na australiana, inclusive comparativos com outros taxa, como aves e mamíferos. Algumas das áreas mais ricas estão no México e Austrália. Comparando a riqueza de espécies de borboletas entre domínios zoogeográdicos, a América Central se diferencia dos demais em número de espécies, com média de 261 espécies (domínio Neártico) e 105 espécies (Panamenho), seguida das savanas africanas (136,4 espécies). As Florestas Secas são mais ricas em espécies de borboletas (média 138,2) do que Savanas (115,3), corroborando com nossa hipótese de maior riqueza em ambientes mais heterogêneos e menos instáveis. Os ecossistemas secos são altamente sazonais e ricos em processos adaptativos. Considerando os temas menos abordados, fragmentação (n = 4, 2,4%) e impactos antrópicos (n = 3, 1,8%), alertamos para necessidade de investigação sobre mudanças ambientais em diferentes escalas, como também, efeitos da fragmentação florestal sobre as comunidades biológicas e conservação. Dry ecosystems are biodiverse and are distributed across the globe, with climatic seasonality being a strong environmental characteristic, which imposes adaptive challenges on the seasons and physiognomic variations on organisms. However, studies on large-scale taxonomic and ecological comparisons being scarce. The objective of this work was to survey the research effort on butterflies (Lepidoptera: Papilionoidea and Hesperioidea), to identify the main thematic and geographical research gaps, in dry tropical ecosystems, and we compare the geographic distribution of butterfly richness. For this, we use scientometric methodology, using keywords in English encompassing dry forests and savannas (Pennington et al. 2018) and the taxon butterflies, on the ISI Web of Knowledge platform. We collected information from 167 screened and mapped studies, published between 1981 and 2019. Most of the work was carried out in Brazil (n = 41, 24% of the total), Mexico (n = 21, 13%) , Malawi (n = 19, 11%) and Australia (n = 19, 11%), with 71% of studies (n = 118) on a local scale and 16.8% (n = 28), regional. Ecological interactions (n = 31, 18.6%) and life history (n = 23, 13.8%) were the main themes, and Nymphalidae (n = 61, 36.5%), Hesperiidae and Lycaenidae (both n = 13, 7.8%) the most studied families. We find, mainly in the Americas, inventories, ecological studies of communities and interactions, such as myrmecophilia and host plants associated with Lycaenidae and Pieridae. While several phenological and evolutionary studies have been tested with Satyrinae species in the African region, and seasonal and biogeographic studies in the Australian region, including comparisons with other taxa, such as birds and mammals. Some of the richest areas are in Mexico and Australia. Comparing the richness of butterfly species (Papilionoidea) between zoogeogradic domains, Central America differs from the others in number of species, with an average of 261 species (Nearctic domain) and 105 species (Panamanian domain), followed by African savannas (136.4 species). Dry Forests are richer in butterfly species (average 138.2) than Savanas (115.3), corroborating our hypothesis of greater wealth in more heterogeneous and less unstable environments. Tropical Dry Forests are highly seasonal and rich in adaptive processes. Considering the less addressed themes, fragmentation (n = 4, 2.4%) and anthropic impacts (n = 3, 1.8%), we warn of the need for research on environmental changes at different scales, as well as the effects of forest fragmentation on biological communities and conservation.