Objetivo: Avaliar os efeitos do picolé de gelo sobre as concentrações plasmáticas de vasopressina, osmolaridade, intensidade e desconforto da sede. Método: Pesquisa quase-experimental, pré e pós-teste, realizada em um laboratório de análises clínicas no Brasil. A amostra constituiu-se de nove voluntários saudáveis, do sexo masculino, entre 18 e 40 anos e sem comorbidades, que receberam solução salina hipertônica a 2% via endovenosa, por duas horas, para indução da sede. As variáveis dependentes foram vasopressina plasmática, osmolaridade sérica e urinária, intensidade e desconforto da sede, coletadas antes e após a infusão da solução. A variável de tratamento foi o picolé de gelo de 20 ml, ofertado ao voluntário por três vezes a cada 15 minutos. Resultados: A ingestão do picolé não resultou em queda estatisticamente significativa da vasopressina (F = 0,876 e p = 0,428). Entretanto, houve redução no perfil fisiológico hormonal da vasopressina de 7,1 pg/ml para 5,8 pg/ml após as duas intervenções. Isso corresponde a uma queda de aproximadamente 20% no perfil hormonal. A concentração da osmolaridade plasmática durante o procedimento alterou de 270,65 (osmolaridade basal inicial) para 286,51 mOsm/kg (osmolaridade final), porém sem diferença estatística (F = 2,207; p = 0,09). O picolé de gelo reduziu significativamente a intensidade (F=10,00 e P= 0,001) e desconforto da sede (F = 10,528; P < 0,001) entre os momentos após intervenção. Conclusão: Houve redução na intensidade e desconforto da sede após a utilização do picolé de gelo de 20ml. Não houve diferença estatística para vasopressina e osmolaridade entre os momentos. Entretanto, observa-se redução no perfil fisiológico hormonal da vasopressina ao receber o tratamento durante os primeiros 30 minutos de intervenção. Hipotetiza-se que o picolé de gelo estimula a cavidade orofaringea e, portanto, atua nos mecanismos antecipatórios para redução tanto da intensidade e desconforto da sede, como inibição hormonal temporária da vasopressina. Objective: To evaluate the effects of ice popsicles on plasma concentrations of vasopressin, osmolarity, intensity and thirst discomfort. Method: Quasi-experimental research, pre- and post-test, performed in a clinical laboratory in Brazil. The sample consisted of nine healthy volunteers, male, between 18 and 40 years old and without comorbidities, who received hypertonic saline solution at 2% intravenously for two hours to induce thirst. The dependent variables were plasma vasopressin, serum and urinary osmolarity, thirst intensity and discomfort, collected before and after infusion of the solution. The treatment variable was the 20 ml ice popsicle, offered to the volunteer three times every 15 minutes. Results: Popsicle ingestion did not result in a statistically significant decrease in vasopressin (F = 0.876 and p = 0.428). However, there was a reduction in the hormonal physiological profile of vasopressin from 7.1 pg / ml to 5.8 pg / ml after the two interventions. This corresponds to a decrease of approximately 20% in the hormonal profile. The concentration of plasma osmolarity during the procedure changed from 270.65 (initial basal osmolarity) to 286.51 mOsm / kg (final osmolarity), but without statistical difference (F = 2.207, p = 0.09). The ice popsicle significantly reduced the intensity (F = 10.00 and P = 0.001) and thirst discomfort (F = 10.528; P