11 results on '"Grande sertão veredas"'
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2. O DAIMONISMO ESPÍRITA E A DEFINIÇÃO GEERTZIANA DE RELIGIÃO NO ROMANCE GRANDE SERTÃO: VEREDAS
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Luiz Signates and Gismair Teixeira
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Grande sertão veredas ,Daimonismo ,Espiritismo ,Clifford Geertz ,Exegese ,Christianity ,BR1-1725 ,Doctrinal Theology ,BT10-1480 ,The Bible ,BS1-2970 - Abstract
O presente artigo apresenta a relação entre o daimonismo e o espiritismo franco-brasileiro presente no discurso narrativo do romance Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa, discutindo aspectos específicos da definição oferecida pelo antropólogo Clifford Geertz para o que seja religião e como suas asserções se projetam no páthos da personagem Riobaldo. A partir dos dados culturais que vinculam a doutrina espírita e a conceituação em torno do daimon grego, o estudo expõe uma exegese para um ponto central da narrativa rosiana, o pacto de Riobaldo com o diabo, com base num recorte da definição geertziana de religião.
- Published
- 2020
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3. Entrevista com Alison Entrekin
- Author
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Pedro Henrique Chaves Reis and Eclair Antonio Almeida Filho
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Linguistics and Language ,Literature and Literary Theory ,grande sertão veredas ,lcsh:Translating and interpreting ,tradução ,lcsh:P306-310 ,Language and Linguistics - Abstract
Entrevista com Alison Entrekin
- Published
- 2020
4. Entrevista com Alison Entrekin
- Author
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Filho, Eclair Antonio Almeida, Reis, Pedro Henrique, Filho, Eclair Antonio Almeida, and Reis, Pedro Henrique
- Abstract
Interview with Alison Entrekin, Entrevista com Alison Entrekin
- Published
- 2020
5. No escuro coração do século XX: uma proposta dialética entre Eric Hobsbawm e Guimarães Rosa
- Author
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TEIXEIRA, Everton Luís Farias and HOLANDA, Sílvio Augusto de Oliveira
- Subjects
Ave palavra ,LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS::LITERATURA COMPARADA [CNPQ] ,INTERPRETAÇÃO, CIRCULAÇÃO E RECEPÇÃO [LITERATURA] ,Hobsbawm, Eric ,Grande sertão veredas ,Rosa, Guimarães ,ESTUDOS LITERÁRIOS - Abstract
Nesta Tese é proposto um estudo comparativo entre as obras de João Guimarães Rosa (1908-1967) — com destaque para o romance Grande sertão: veredas (1956) e os “cronicontos” alemães de Ave, palavra (1970) — e a historiografia de Eric Hobsbawm (1917-2012), enfeixada em Bandidos (1969) e Era dos Extremos (1994). O fio aparente que liga as produções destes dois observadores históricos do século XX é a preocupação de ambos com o homem comum em detrimento aos fatos históricos e aos espaços geográficos demarcados. O presente exame espera demonstrar como a história ocidental no século XX infiltra-se na particular inscrita desse autor brasileiro, seja pelo cosmopolitismo do terror forjado em ―O mau humor de Wotan‖, seja pelo remoto sertão caracterizado como o próprio mundo pela fala do protagonista Riobaldo. Acerca desta obra, afirma-se que esta topografia, diferente da tradição regionalista, se erige tal qual uma metonímia de todos os lugares, portanto, distante de um saudosismo sertanejo. Alguns exemplos dessa ressonância histórica abundam nesse romance, como os grandes fenômenos vivenciados no século passado: a emancipação feminina e a crítica aos modelos liberais, os quais geraram os bandidos sociais em algumas regiões do globo, e com estes um acontecimento específico na passagem do século XIX para o XX: a eclosão dos primeiros Estados-paralelos de procedência rural originada pelas catástrofes ocorridas na Europa, as quais levaram as personagens das narrativas ―A velha‖ e ―A senhora dos segredos‖ a acreditarem na ilusão de liberdade em território brasileiro. Assim, os temas da ―nova mulher‖ e dos movimentos de resistência social nas periféricas zonas do capitalismo são de grande relevância tanto para a obra rosiana, quanto para o trabalho deste intelectual britânico, pois, em ambos, a documentação histórica se constitui em algo circunstancial em que as dimensões míticas dialogam com as composições ideológicas. Tendo a ambiguidade como a tônica das relações humanas e de poder do século XX e da ficção rosiana, o jagunço ficcional ora se assemelha ao paladino robinwoodiano, arquétipo ideal do bom bandido, quanto ao criminoso comum, figura proscrita pelas leis do Estado e pela aceitação do público geral. Este trabalho analisa — com o auxílio da Estética da Recepção e das contribuições críticas de Antonio Candido (1918-2017) — o percurso traçado pelas sociedades ocidentais no breve século XX no intuito de encontrar outras formas de subexistir em meio à desintegração dos valores desenhados pelo iluminismo setecentista. Integrando essas construções estético-científicas, é possível estabelecer uma interpretação mais completa de uma das muitas faces da realidade contemporânea, época em que o globo, perplexo, observou ruir impérios e a civilidade diante da barbárie praticada em regiões, como o sertão (real ou metafórico), esquecidas pelo capitalismo e pelo desgastado poder público. Nesta dialética, por um lado, amplia-se o estudo do tema do banditismo social hobsbawmiano, acrescentando-se à sua tipologia a figura do jagunço, por outro, denota-se em Guimarães Rosa uma atitude excepcional diante da violência e da barbárie observada em um período de exceção como o nosso em que todas as escritas se configuram em cantos de sobrevivência ou réquiens da liberdade. This thesis proposes a comparative study of the works of João Guimarães Rosa (1908-1967) — especially the novel Grande sertão: veredas (1956) and the German ―cronicontos‖ Ave, Palavra (1970) — and the historiography of Eric Hobsbawm (1917-2012), clustered in Bandits (1969) and Age of extremes (1994). The apparent thread linking the productions of these two historical observers of the twentieth century is the concern of both with the common man over the historical facts and the demarcated geographical spaces. This survey hopes to show how Western history in the twentieth century infiltrates the particular writing of this Brazilian author, either by the cosmopolitanism of the horror forged in ―O Mau Humor de Wotan‖, or by the remote hinterland characterized as the world itself by the speech of the protagonist Riobaldo. About this work, it is stated that this topography, different from the regionalist tradition, is erected just like a metonymy of all places, therefore, far from a backcountry nostalgia. Some examples of this historical resonance abound in this novel, as the great phenomena experienced in the past century: the emancipation of women and the criticism of the liberal models, which generated social bandits in some regions of the globe, and with these a specific event in the turn of the XIX century: the emergence of the first states-parallel from rural areas caused by disasters in Europe, which led the characters of the narrative ―A Velha‖ and ―A Senhora dos Segredos‖ to believe in the illusion of freedom in Brazil. Thus, the themes of the ―new woman‖ and of social resistance movements in peripheral capitalism areas are of great importance both for Rosa‘s work, and for the work of this British intellectual, because in both the historical documentation constitutes something circumstantial in which the mythic dimensions dialogue with the ideological compositions. Having ambiguity as the keynote of human relationships and power of the twentieth century and Rosa‘s fiction, the fictional bandit now resembles the Robin Wood‘s Paladin, ideal archetype of good villain, as the common criminal, figure proscribed by the laws of the State and the acceptance of the general public. This paper analyzes — with the help of Aesthetics of Reception and critical contributions of Antonio Candido (1918-2017) — the route traced by the Western societies in the short XX century in order to find other ways to coexist amid the disintegration of the values designed by the eighteenth-century Enlightenment. By integrating these aesthetic and scientific constructions, it is possible to establish a more complete interpretation of one of the many faces of contemporary reality, time in which the perplexed globe watched crumbling empires and civility in the face of barbarism practiced in regions such as the hinterland (real or metaphorical) forgotten by the capitalism and worn government. This dialectic, on one hand, broadens the study of the theme of Hobsbawm‘s social banditry, adding to his typology the gangster figure. On the other hand, it denotes in Guimarães Rosa an exceptional attitude against the violence and barbarism seen in a period of exception, like ours, in which all the writings are configured in survival corners or requiems of freedom. En esta Tesis es propuesto un estudio comparativo entre las obras de João Guimarães Rosa (1908-1967) — con destaque para el romance Grande sertão: veredas (1956) y los ―cronicontos‖ alemanes de Ave, palavra (1970) — y la historiografía de Eric Hobsbawm (1917-2012), alzada en Bandidos (1969) y Era dos Extremos (1994). El hilo aparente que liga las producciones de estos dos observadores históricos del siglo XX es la preocupación de ambos con el hombre común en detrimento a los hechos históricos y a los espacios geográficos demarcados. El presente examen espera demonstrar como la historia occidental en el siglo XX se infiltra en la particular inscrita de ese autor brasileño, sea por el cosmopolitismo del terror falsificado en ―O mau humor de Wotan‖, sea por el remoto sertón caracterizado como el propio mundo por el habla del protagonista Riobaldo. Acerca de esta obra, se afirma que esta topografía, diferente de la tradición regionalista, se erecta tal cual una metonimia de todos los lugares, por lo tanto, distante de un saudosismo sertanejo. Algunos ejemplos de esa resonancia histórica se abundan en ese romance, como los grandes fenómenos experimentados en el siglo pasado: la emancipación femenina y la crítica a los modelos liberales, los cuales generaron los bandidos sociales en algunas regiones del globo, y con estos un acontecimiento específico en el pasaje del siglo XIX para el XX: la eclosión de los primeros Estados paralelos de procedencia rural originada por las catástrofes ocurridas en Europa, las cuales hicieron que los personajes de las narrativas ―A velha‖ y ―A senhora dos segredos‖ a creyeran en ilusión de libertad en territorio brasileño. Así, los temas de la ―nueva mujer‖ y de los movimientos de resistencia social en las periféricas zonas del capitalismo son de grande relevancia tanto para la obra rosiana, como para el trabajo de este intelectual británico, pues, en ambos, la documentación histórica se constituye en algo circunstancial en que las dimensiones míticas dialogan con las composiciones ideológicas. Teniendo la ambigüedad como la tónica de las relaciones humanas y de poder del siglo XX y de la ficción rosiana, el jagunço ficcional se asemeja al paladino robinwoodiano, arquetipo ideal del buen bandido, como al criminoso común, figura proscrito por las leyes del Estado y por la aceptación del público general. Este trabajo analiza — con el auxilio de la Estética de la Recepción y de las contribuciones críticas de Antonio Candido (1918-2017) — el recorrido trazado por las sociedades occidentales en el breve siglo XX en el intuito de encontrar otras formas de supervivir en medio a la desintegración de los valores diseñados por el iluminismo del siglo XVIII. Integrando esas construcciones estético científicas, es posible establecer una interpretación más completa de una de las muchas caras de la realidad contemporánea, época que el globo, perplejo, observó caer imperios y la civilidad delante la barbarie practicada en regiones, como el sertón (real o metafórico), olvidados por el capitalismo y por el desgastado poder público. En esta dialéctica, por un lado, se amplía el estudio del tema del bandidismo social hobsbawmiano, agregándose a su tipología la figura del jagunzo, por otro, se denota en Guimarães Rosa una actitud excepcional delante la violencia y de la barbarie observada en un período de excepción como el nuestro en que todas las escritas se configuran en cantos de sobrevivencia o réquiems de la libertad. UFPA - Universidade Federal do Pará
- Published
- 2017
6. O ROMANCE E A ADAPTAÇÃO FÍLMICA DE GRANDE SERTÃO: VEREDAS
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Maria Isabel Hardt
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Grande Sertão Veredas ,Adaptação fílmica ,Amor proibido - Abstract
Este trabalho analisa a adaptação fílmica do romance Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa, intitulada Grande sertão, dirigida e produzida pelos irmãos Geraldo e Renato Santos Pereira. A análise leva em conta o amor proibido entre os personagens Riobaldo e Reinaldo (Diadorim), o espaço do sertão e verifica a interferência do contexto sócio-histórico-cultural na produção das imagens relacionadas à condição sexual dos personagens Riobaldo e Diadorim.
- Published
- 2015
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7. DESCONSTRUÇÃO DA REPRESENTAÇÃO DO FEMININO E MASCULINO EM DIADORIM
- Author
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Oliveira, Hellen Maria Duarte, Sacramento, Sandra Maria Pereira do, Ferreira, Élida Paulina, and Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia
- Subjects
Letras ,Linguística ,Literatura ,Estudos de Gênero ,Desconstrução ,Gênero ,Grande Sertão Veredas ,Desconstrução e Estudos de Gênero - Abstract
Este estudo busca evidenciar como a representação do feminino e masculino é desconstruída a partir da/do personagem Diadorim na obra Grande Sertão: Veredas (2001), de João Guimarães Rosa. Realizou-se inicialmente pesquisa bibliográfica sobre Desconstrução em Jacques Derrida (2008) e a concepção de gênero em Judith Butler (2008). Em função do contexto exposto pela pesquisa bibliográfica, foram selecionados trechos da obra de estudo, para averiguar de que maneira o feminino e o masculino são representados na/no personagem. A partir desse estudo, espera-se contribuir com a pesquisa na área, abrindo a perspectiva para aprofundarmos e complementarmos as discussões em relação aos conceitos mobilizados por Derrida, na perspectiva dos estudos da Desconstrução juntamente com a concepção de gênero exposta por Judith Butler. Espera-se contribuir para uma maior reflexão sobre a desconstrução, gênero e representação, levando em conta os espaços produzidos pela língua e as diferenças que as norteiam.
- Published
- 2015
8. Interfaces da natureza em Grande Sertão: Veredas - um olhar ecocrítico
- Author
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Almeida, Maria do Socorro Pereira de and Araujo, Arturo Gouveia de
- Subjects
Man ,Enviroment and Society ,Ecocriticism ,Grande Sertão Veredas ,Meio ambiente e Sociedade ,Ecocrítica ,Homem ,LETRAS [LINGUISTICA, LETRAS E ARTES] - Abstract
This research aims to study the work Grande Sertão: Veredas, by Guimarães Rosa, focusing its efforts in investigating how the nature is represented in the narrative context and the intertwined human-nature-society relation. As understood here, the research leans to a recent strand of literary criticism, the Ecocriticism, once the web of the environmental relations that interlace human and nature through the literary text is delineated by it. The Work presents discussions in the area of the fundaments of Ecocriticism through some scholars as Cherryll Glotfelty, Greg Gerrard and other authors linked to ASLE, plus some Brazilian researchers who have been dedicating themselves to this line of research. Also, we observed some works that bring ideas consonant with this perspective and that can be considered pioneers, especially some from the nineteenth century. We sought, as an epistemological propose of approach, the phenomenological perspective, from the ideas of Edmund Husserl and Merleau-Ponty, and the historical-sociocultural perspective, based in various scholars, for we consider these as relevant directions in the work studied. It is exposed the features of nature, ecology and environment that are contemporarily represented, in order to understand its present characteristics, given the typology of nature that are intrinsic to Rosa s work. A special focus is given to the backcountry trails to observe the symmetries and asymmetries between space and place, the objective and subjective representation of the backcountry area, how the power is characterized in that place, and how all this refers symbolically to the hinterland/world and the hinterland/man. Still within this perspective, we accompany the jagunços through the crossings of Sussuarão and the Sucruiú village. Meanwhile, we seek to understand the representation of the water in the work, since this element is, sometimes, essence and north of the narrative. Following the steps of the jagunços, we observe how is presented the man/animal relation in Riobaldo s narrative. Finally, we came closer to some characters intending to comprehend their sense of values and the actions expressed by them that, under a cautious eye, come to reveal itself. In this context, we also try to observe how these characters, throughout the narrative, can foster the Ecocriticism study. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES Nesta pesquisa, estudamos a obra Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa, centrando esforços no sentido de investigar como está representada a natureza no contexto narrativo e a imbricada relação homem-natureza-sociedade. Tal como aqui entendida, a pesquisa inclina-se para uma recente vertente da crítica literária, a Écocrítica, uma vez que nela se delineia a teia de relações ambientais que entrecruzam a relação humano/natureza através do texto literário. O trabalho apresenta discussões no campo dos fundamentos da ecocrítica, através de alguns estudiosos, a exemplo de Cherryll Glotfelty, Greg Garrard e outros autores ligados à ASLE, além de alguns pesquisadores brasileiros que têm se dedicado a essa linha de pesquisa. Observamos, também, algumas obras que trazem ideias consoantes a essa perspectiva e podem ser consideradas pioneiras, notadamente algumas do século XIX. Buscamos, como proposta epistemológica de abordagem, as perspectivas fenomenológica, a partir das ideias de Edmund Husserl e Merleau-Ponty, e a histórico-sociocultural, alicerçada em diversos estudiosos, por considerarmos esses direcionamentos relevantes na obra estudada. Expõem-se as características da natureza, a ecologia e o meio ambiente que se encontram representados contemporaneamente, visando entender sua atualidade, face às tipologias de natureza que são intrínsecas à obra rosiana. Particular foco é dado às trilhas do sertão para observar as simetrias e assimetrias entre espaço e lugar, a representação objetiva e subjetiva do espaço sertão, como o poder se caracteriza nesse lugar, e como tudo isso remete, simbolicamente, ao sertão/mundo e ao sertão/homem. Ainda nessa perspectiva, acompanhamos os jagunços pelas travessias do Sussuarão e do povoado do Sucruiú. Nesse ínterim procuramos perceber a representação da água na obra, uma vez que esse elemento é, em alguns momentos, essência e norte da narrativa. Seguindo os passos dos jagunços, observamos como se apresenta a relação homem/animal na narrativa riobaldiana. Por último, fomos ao encontro de alguns personagens no intuito de compreender alguns sentidos de valores e ações por eles expressos que, a um olhar mais atento, findam por desvelar-se. Nesse contexto, procuramos observar, também, como esses personagens, ao longo da obra, podem fomentar o estudo ecocrítico.
- Published
- 2014
9. Como é que posso com este mundo? - A Composição do Absoluto em Guimarães Rosa
- Author
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Ferreira, Raphael Bessa
- Subjects
A terceira margem do rio ,Grande Sertão Veredas ,Zen Budismo - Abstract
O presente trabalho propõe-se a discutir algumas incidências referentes àtradição Zen do Budismo na obra do autor mineiro João Guimarães Rosa, mais especificamente no caso do romance Grande Sertão: Veredas (1994) e do conto "A terceira margem do rio", presente no livro Primeiras Estórias (1988). Tal preceito religioso e filosófico oriental reconhece uma realidade divina substancial para com a vida. O caminho do meio ou a terceira margem, na tradição oriental, diz respeito ao que está além do meramente dual, do ambivalente, do ambíguo e do maniqueísta. No princípio do "homem muito provisório" sertanejo, Rosa intenta na separação entre bem/mal, certo/errado, vida/morte e sim/não para transcender a sua obra do regional e do físico ao "terreno da eternidade", do metafísico e do universal, onde, no estado Zen de Bardo (entre dois), os seus personagens atingem a iluminação, momento epifânico que ronda os personagens de Riobaldo e do Filho nas obras supracitadas. Assim, os dois textos ora analisados se inserem nos estudos místico-esotéricos encontrados na fortuna crítica do autor, como bem nos mostrou Benedito Nunes n'O Dorso do Tigre (1969); Suzi Frankl Sperber, em Caos e cosmos: leituras de Guimarães Rosa (1976); Consuelo Albergaria no Bruxo da Linguagem no Grande Sertão (1977); Francis Utéza, em JGR: Metafísica do Grande Sertão (1994); e Heloisa Vilhena de Araújo, n'O Roteiro de Deus: dois estudos sobre a obra de Guimarães Rosa (1996). Desta feita, nos basearemos nos tratados da tradição do Zen Budismo pesquisados por Maria de Lourdes dos Santos em Síntese do Budismo (2003) e por Celina Muniz de Souza em O Taoísmo (1986). Ademais, o compêndio intitulado A Filosofia Perene (2010), de autoria de Aldous Huxley, será de extrema relevância para a configuração do lado místico do incondicional mediante a vivência agonizante das personagens de Guimarães Rosa.
- Published
- 2014
10. Les nom-du-père dans le Grande Sertão: veredas à la fèminisation ?
- Author
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Mendes, Magaly Ferreira and Fontenele, Laéria Bezerra
- Subjects
Feminilidade ,Figura paterna ,Fonction paternelle ,Figura paterna na literatura ,Grande Sertão Veredas ,Féminisation ,Feminilidade na literatura ,Rosa, João Guimarães,1908-1967.Grande Sertão Veredas - Crítica e interpretação ,Função paterna - Abstract
MENDES, Magaly Ferreira. Os nomes-do-pai no Grande Sertão: veredas para a feminilidade?. 2007. 192f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Universidade Federal do Ceará, Departamento de Psicologia, Programa de Pós-graduação em Psicologia, Fortaleza-CE, 2007. Este trabalho realiza um estudo sobre a especificidade da relação entre pai e filha para interrogar se a função paterna teria alguma influência sobre o advento da feminilidade para uma filha. Desta maneira, seu objetivo principal consiste em identificar, a partir da análise do romance Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, os caminhos que viabilizem um novo dizer no que concerne à relação entre a função paterna e a feminilidade e que esteja alicerçado nas elaborações de Sigmund Freud e Jacques Lacan. Ao recorrer tanto ao romance de Guimarães Rosa quanto às elaborações psicanalíticas de Freud e Lacan, a presente investigação constata a abertura epistêmica promovida por estes textos em torno das questões sobre o pai bem como sobre a feminilidade e se insere na continuidade das reflexões sobre o tema. Para tanto, apóia-se nas formas inéditas de dizer viabilizadas pela criação literária, nos avanços teóricos promovidos pela obra freudiana e nas ampliações destas mesmas aquisições teóricas proporcionadas pelas elaborações lacanianas. Especificamente no que diz respeito a estas últimas, o trabalho conta com o alargamento das reflexões sobre a função paterna na contribuição teórica de Lacan ao introduzir o conceito de Nome-do-Pai. Daí o título desta investigação - “Os Nomes-do-Pai no Grande Sertão: Veredas para a feminilidade?” – ser interrogativo, portanto, não-conclusivo, uma vez que não poderia pretender a insensatez de um fechamento das questões aqui abordadas, tampouco da obra literária. Isto, evidentemente, não impede que algo mais seja dito. Portanto, a hipótese levantada neste trabalho consiste em verificar se, no Grande Sertão: Veredas, a relação mantida entre o personagem Diadorim e seu pai, Joca Ramiro, impediu ou viabilizou o acesso daquele à feminilidade. Ao final, o que se conclui é que esta relação favoreceu um acesso muito peculiar de Diadorim ao infinito em que a feminilidade se constitui. Por conseguinte, as veredas da investigação se mantêm em aberto suscitando novas descobertas. Ce travail réalise une étude sur la spécificité du rapport entre père et fille pour intérroger si la fonction paternelle aurait quelque influence sur l’avènement de la féminisation pour une fille. De cette manière, son objectif principal consiste à identifier, à partir de l’analyse du roman Diadorim qui porte le titre original de Grande Sertão : Veredas, de João Guimarães Rosa, les chemins qui viabilisent une nouvelle façon de dire en ce qui concerne la relation entre la fonction paternelle et la féminisation et qui soit basée sur les élaborations de Sigmund Freud et Jacques Lacan. Lors de la recherche basée sur le roman de Guimarães Rosa et aussi sur les élaborations psychanalytiques de Freud et Lacan, cette investigation constate l’ouverture épistémologique promue par ces textes autour des questions sur le père ainsi que sur la féminisation et s’insère dans la continuité des réflexions sur le thème. Pour le faire, l’investigation s’appuie sur les formes inédites de dire rendue viables par la création littéraire, sur les progrès théoriques promus par l’oeuvre freudienne et dans l’agrandissement de ces mêmes acquisitions théoriques proportionnées par les élaborations lacaniennes. Spécifiquement en ce qui concerne ces dernières, le travail compte sur l’élargissement des réflexions sur la fonction paternelle dans la contribution théorique de Lacan lorsqu’il introduit le concept de Nom-du-Père. C’est pourquoi l’investigation a le titre – “Os Nomes-do-Pai no Grande Sertão : Veredas para a feminilidade?” – c’est-à-dire être interrogatif et, par conséquence, ne pas être conclusif, puisqu’il ne pourrait pas avoir l’intention d’une conclusions des questions y traitées ni de l’oeuvre littéraire non plus. Évidemment cela n’empêche pas que d’autres choses soient dites. Donc, l’hypothèse suscitée dans ce travail consiste à vérifier si, chez Grande Sertão : Veredas, le rapport entre le personnage Diadorim et son père, Joca Ramiro, a empêché ou a rendu possible l’accès de celui-là à la féminisation. A la fin nous arrivons à la conclusion que ce rapport a favorisé un accès très particulier de Diadorim vers l’infini où la féminisation se consistue. Par conséquence, les sentiers de l’investigation continuent ouverts suscitant de nouvelles découvertes.
- Published
- 2007
11. Vertentes do viver : a estrutura trágica de 'Grande sertão : veredas'
- Author
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Silva, Viviane Elizabete da and Rosenfield, Kathrin Holzermayr Lerrer
- Subjects
Rosa, João Guimarães, 1908-1967 ,Tragedy ,Ambiguity ,Literatura brasileira ,Grande sertão veredas ,Tragedias gregas ,Critica e interpretacao - Abstract
Este trabalho é uma tentativa de análise da estrutura de Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa, a partir do conceito de tragédia apresentado por Aristóteles em sua Poética. Nesse livro, Aristóteles diz que, na tragédia, a estrutura interna do texto - a "composição dos fatos", o mythos - aponta para a "peripécia", o desenlace, na qual acontece o "reconhecimento trágico": a passagem do ignorar ao saber, a partir dos sentimentos trágicos, "terror e piedade", gerados pela trama dos acontecimentos, das imagens poéticas. Em Grande sertão: veredas, a elaboração do tema da "matéria vertente", ligada à tentativa de "armar o ponto dum fato", dá à estrutura do livro uma caracterização trágica no sentido aristotélico. Riobaldo narrador conta a um interlocutor, o senhor, suas experiências de jagunçopersonagem, encontrando dificuldades de narrar ao esbarrar nos aspectos ambíguos, vertentes das coisas de que fala. A ambigüidade presente em todo o livro é a trama dos fatos de Grande sertão: veredas que representa a figura ambígua de Diadorim e que anuncia a reviravolta final, a morte dele e a descoberta de seu segredo: com o desenlace é que há o reconhecimento que a ambigüidade não é só tema, mas estrutura da obra, ou seja, Riobaldo tem sua maneira de narrar mergulhada em uma visão de mundo marcada pela experiência de dor e de prazer com Reinaldo-Diadorim. Assim, a ambigüidade, em Grande sertão: veredas, analisada sob o ponto de vista de estruturação trágica, é forma de construção que vincula estrutura e sentido interno do texto. This work tries to analyze the structure of Guimarães Rosa's Grande sertão: veredas (GSV) based on Aristotle's Poetics concept of tragedy. In his book Aristotle argues that the internal structure of a tragic text - the "the arrangement of incidents", the mythos or plot - points to a "peripeteia", a reversal of the protagonist's fortune, in which there is a "tragic recognition": the passage from ignorance to knowledge by the tragic feelings of "terror and pity" generated by the structure of incidents, of poetic images. In GSV, the elaboration of the theme of the "pouring matter" (matéria vertente) related to the attempt to "set the point of a fact" gives the structure of the book a tragic character in the Aristotelian sense. Riobaldo-narrator tells an interlocutor, sir, his experiences as jagunço (ruffian or kind of hired-assassin) character, finding it difficult to tell the story because of the ambiguous aspects, "pouring" from the things he tells. The ambiguity present along the book is the structure of incidents of GSV that represents the ambiguous character of Diadorim and that announces the final reversal, his death and the revealing of his secret: the resolution brings along the recognition that the ambiguity is not only the theme, but the structure of the text, that is, Riobaldo has his way of telling embedded in a way of seeing the world marked by experiences of pain and pleasure with Reinaldo-Diadorim. This being so, the ambiguity in Guimarães Rosa's GSV, from the point of view of the tragic structuring, is a form of construction that links structure and internal meaning of the text.
- Published
- 2002
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