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Introdução: A doença renal crônica (DRC) pode necessitar de programa dialítico. Existem indícios de que atividades humanizadoras melhoram a qualidade de vida de pacientes em hemodiálise. Dentre este tipo de atividades temos as atividades religiosas. Objetivos: Este estudo se propôs a analisar a reação de 30 pacientes portadores de DRC em programa de hemodiálise frente ao desenvolvimento de uma atividade religiosa durante a diálise. Metodologia: Foram entrevistados 15 pacientes participantes da atividade e 15 pacientes não participantes. Usamos um questionário aberto, interpretado com base na Análise de Conteúdo, para avaliar as repercussões da atividade religiosa sobre o tratamento dos pacientes e compreender suas opiniões. Resultados: A interpretação dos dados sugere que os pacientes aprovam esta atividade religiosa e acreditam que ela é benéfica. Apenas três pacientes mostraram-se indiferentes. Podemos apontar temáticas dominantes na fala dos entrevistados. Identificamos que a atividade religiosa praticada no ambiente da hemodiálise traz bem estar aos pacientes participantes, não importando os motivos que os levaram a participar e, mesmo os pacientes que não participam da atividade, enxergam a intervenção como positiva para seus colegas. Conclusão: Podemos inferir que a ampla maioria dos pacientes analisados tem uma reação positiva à atividade religiosa estudada e acredita que tal atividade deva ser continuada.

INTRODUÇÃO: A síndrome de Noonan (SN) trata-se de uma doença de herança autossômica, com incidência relativamente frequente na população, sendo estimada em 1/1000 até 1/2500 nascimentos vivos. Tal doença se dá por dismorfismos faciais, baixa estatura e pescoço curto/alado sendo por isso chamada por muitos de “Síndrome de Turner masculina”, o que trata-se de uma correlação errônea pois pode ocorrer em ambos os sexos. Tal síndrome pode também incluir displasias linfáticas, alterações coagulatórias e, raramente, predisposição para doenças hematológicas malignas em idade precoce, além de atraso cognitivo. OBJETIVOS: Relatar o caso de uma Síndrome não tão infrequente e suas inúmeras complicações, em especial de caráter hematológico. RELATO DE CASO: J.M.F.P, sexo feminino, 1 anos e 8 meses, diagnosticada com Sd. De Noonan, encaminhada de Itapeva devido a broncopneumonia ao serviço do PSI do CHS. Foi encaminhada para a UTI pediátrica devido piora do quadro respiratório e crises convulsivas. Em sua internação na Enfermaria da Pediatria apresentou febre diária e persistente durante o dia, com progressiva queda de Hb, necessitando transfusão sanguínea. Acompanhado disso apresentou inúmeros episódios de dessaturação (satO2 78%) sendo necessário aspiração e suporte de oxigênio. A fim de estabilização de tal quadro foi para o PSI e posteriormente à UTI novamente. CONCLUSÃO: Este relato baseia-se em um caso de Sd. Noonan diagnosticado antes da admissão neste serviço. A paciente em questão apresentou inúmeras comorbidades e complicações descritas pela literatura.

INTRODUÇÃO: Abscessos cerebrais são lesões purulentas localizadas no encéfalo. Podem ser causados por infecção contígua, pós traumática ou embolização séptica. OBJETIVO: Relatar o caso de um paciente pediátrico com abscesso cerebral atendido em um hospital terciário. METODOLOGIA: Análise de prontuário e revisão de literatura. RELATO DO CASO: RHSG, masculino, 8 anos, previamente hígido. Apresenta quadro de cefaleia há 15 dias e vômitos e febre há 3 dias. Medicado com Amoxacilina após diagnóstico de sinusite bacteriana sem melhora. Ao exame febre de 39,5o C, consciente e desorientado, diminuição global de força muscular. Tomografia de crânio (TC) mostrou nódulo em lobo frontal direito de 2,5 cm com desvio de linha média. Introduzido Cefepime e Metronidazol. Neurocirurgia opta por trépano-punção para drenagem e o paciente normaliza o quadro neurológico. TC demonstra organização do abscesso, com 2 cm. Substituído o esquema antimicrobiano por Vancomicina e Meropenem. Neurocirurgia realiza nova trepano-punção. Realiza TC semanal e mantém o esquema antimicrobiano. Se discute a realização da exérese do abscesso. Opta-se pela conduta conservadora diante do alto risco de sequelas cirúrgicas. Após o tratamento clínico, a TC mostra a regressão completa da lesão. CONCLUSÃO: O abscesso cerebral é uma complicação rara, porém grave, da sinusite bacteriana. Lesões no lobo frontal costumam ser extensão de uma sinusite. Pode deixar sequelas em até 50% dos casos.

INTRODUÇÃO: A rabdomiólise é a destruição rápida de músculo esquelético causada por fatores físicos, químicos ou biológicos. Esta lise leva à liberação de alguns produtos, como a mioglobina, para a circulação, podendo levar à insuficiência renal aguda. OBJETIVO: Relatar o caso de um paciente com rabdomiólise maciça secundária à uma infecção pelo virus da dengue em um hospital terciário. METODOLOGIA: Análise do prontuário e revisão da literatura. RELATO DO CASO: JSB, masculino, 72 anos, hipertenso, diabetico, tabagista, com DPOC, admitido no serviço com história de fraqueza generalizada associada à tosse produtiva há um dia, sendo realizada hipótese diagnostica de DPOC exacerbada. Foi iniciado Levofloxacino, sem melhora do quadro infeccioso. Posteriormente, foram solicitados sorologias para leptospirose, hantavirose e dengue, sendo a última positiva. Evoluiu para insuficiência renal aguda, com exames na entrada de CPK: 26580, uréia 219, creatinina 11. Paciente foi internado em UTI onde permaneceu por 30 dias, realizando hemodiálise durante um period de 23 dias. Recebeu alta com deficit de função renal (CR 2,4; Ur 61) e foi encaminhado ao ambulatório de nefrologia. CONCLUSÃO: A rabdomiólise pode cursar com quedas muito abruptas da função renal. Em um quadro de dengue isso geralmente não ocorre, sobretudo na intensidade vista no paciente acima. Em locais onde a dengue é comum, pacientes devem ser acompanhados de perto pois os quadros podem ser muito graves e necessitar de suporte imediato e internação em UTI.

A Aganglionose Intestinal Congênita (AIC), ou Doença de Hirschprung, é uma má formação caracterizada pela ausência de células ganglionares nos plexos mioentérico e submucoso da porção distal do trato gastrointestinal. Assim, o segmento aganglionar é aperistáltico e espástico, constituindo um obstáculo ao transito intestinal e gerando a dilatação do segmento saudável. A doença costuma manifestar-se no período neonatal com obstrução intestinal, distensão abdominal e vômitos. O tratamento é cirúrgico, pela técnica de De La Torre-Mondragon, realizada em um tempo cirúrgico e sem colostomia prévia. Relato do caso: P.R.D., masculino, 33 dias de vida, foi encaminhado ao serviço com quadro de distensão abdominal e parada da eliminação de fezes há 22 horas. Foi internado primeiramente aos cinco dias de vida com quadro de obstrução intestinal, aliviada após limpeza mecânica. Encontrava-se com abdômen distendido, flácido, sem sinais de desconforto à palpação e ruídos hidroaéreos presentes. O enema opaco evidenciou progressão do contraste com dilatação do retossigmoide. A manometria retal demonstrou reflexo inibitório anorretal não desencadeado, com inúmeras evacuações do lactente durante o exame. Foi indicada correção cirúrgica feita pela técnica de De La Torre-Mondragon, sem intercorrências. Anatomopatológico da peça cirúrgica confirmou ausência de células ganglionares no segmento. O diagnóstico preciso e o manejo cirúrgico precoce foi fundamental para evitar a principal complicação desta doença, a enterocolite necrosante. A técnica de De La Torre-Mondragon consiste no rebaixamento transanal endorretal do cólon e permitiu a recuperação do transito intestinal precocemente, sem a necessidade de colostomia. O reestabelecimento precoce do transito intestinal melhorou a qualidade de vida do paciente e diminuiu custos e o tempo de hospitalização.

As lesões traumáticas de membros inferiores podem resultar em uma exposição óssea com perda de tecidos adjacentes. O uso de retalhos musculares é uma opção na reconstrução das partes moles e tratamento integral da exposição óssea. Dentre as possibilidades de uso deste tipo de retalho está o músculo tibial posterior, usado criteriosamente para lesões específicas. A indicação do uso do músculo tibial anterior como retalho depende de fatores como localidade e extensão da lesão, além da capacidade maleável e condição hígida do músculo. Quando as características da lesão permitem sua utilização, o retalho do músculo tibial anterior demonstra ter algumas vantagens, incluindo fácil manejo cirúrgico, espessura e vascularização adequadas para realização deste procedimento. Este relato descreve o caso de um paciente de três anos, do sexo masculino, vítima de atropelamento por carro. O paciente apresentou fratura de tíbia com lesão extensa de partes moles, abrangendo o terço distal da perna e região dorsal do pé. Foi programada, então, a cirurgia reconstrutiva com utilização do músculo tibial anterior como retalho para preenchimento da área de exposição óssea e de perda de tecidos, seguida de auto enxerto de pele em segundo tempo cirúrgico. O relato de caso tem importância significativa devido à indicação da técnica cirúrgica utilizada, sendo realizada em casos específicos, além do resultado benéfico que o paciente vem apresentando em sua evolução até o momento.