Este breve artigo tem por principal objectivo contribuir para a valorização do património arquitetónico “arrábido”, sistematicamente esquecido, apesar da sua importância para a história e cultura portuguesas, e apesar da existência de estudos académicos e outras obras monográficas sobre alguns dos seus conventos. Com este regresso a uma temática por nós anteriormente estudada, julgamos estar agora a acrescentar novos resultados da contínua investigação, que inclui, entre outros, o clássico “trabalho de campo” como um dos métodos cruciais na perceção do património edificado, assim como a releitura dos escritos franciscanos, base para o entendimento do património arquitetónico ‘arrábido’. Tratar-se-á, pois, da arquitetura franciscana construída a partir do ano de 1542, em Portugal, para a Província de Santa Maria da Arrábida, da Estrita Observância. O ano de 1542 corresponde ao início da edificação dos primeiros conventos ‘arrábidos’ e o ano de 1698 à publicação dos seus Estatutos. Destacar-se-ão os cinco pequenos conventos que, com a sua reduzida escala e arquitetura despojada, materializaram de facto o “espírito franciscano”. São eles os conventos da serra da Arrábida, serra de Sintra, Évora de Alcobaça, Loures e Verderena, fundados em 1542, 1560, 1566, 1573 e 1591, respetivamente., Lusitania Sacra, No 44 (2021): Os capuchos arrábidos em tempo de reformas: ideário, textos e materialidades