El ensayo pretende reflexionar sobre las repercusiones de la violencia de Estado en las vidas e infancias negras. En las andanzas por la ciudad de Río de Janeiro y en los recorridos teóricos propuestos por pensadores antirracistas y decoloniales, se discuten los impactos y desafíos del racismo en los itinerarios formativos y existenciales de los cuerpos racializados, atravesados por la necropolítica pública que proporciona las premisas del gobierno pedagógico de las infancias y adolescencias periféricas en las grandes ciudades brasileñas. A partir del encuentro con M., de 11 años, que vende chicles en los alrededores de una estación de tren en Río de Janeiro, se problematizan las vulnerabilizaciones producidas y las violaciones sistemáticas de los derechos humanos de niñas y niños negros, que obstaculizan la justicia racial en el país, ante la permanente conversión de las diferencias en desigualdades inferiorizadas. La violencia de esta injusticia, siguiendo el argumento desarrollado en el texto, termina operando un refuerzo del vilipendio y la naturalización de las inequidades raciales contra poblaciones históricamente inferiorizadas por la saña colonial. Se señala, además, la necesidad de pensar las infancias negras desde el territorio, a los fines de problematizar las inequidades y disparidades que persisten. Se concluye, finalmente, que la captura y nulificación de las infancias negras es un proyecto de Estado guiado por prácticas de subjetivación criminalizantes y estereotipadas, que embrutecen los cuerpos y deshumanizan las vidas negras. O ensaio objetiva refletir sobre os impactos da violência de Estado nas vidas e infâncias negras. Nas andanças pela cidade do Rio de Janeiro e nas trilhas teóricas propostas por pensadores/as antirracistas e decoloniais, discute-se os impactos e desafios do racismo nos itinerários formativos e existenciais de corpos racializados, atravessados pela necropolítica pública que fornece as premissas do governo pedagógico das infâncias e adolescências periféricas nas grandes cidades brasileiras. A partir do encontro com M., 11 anos, que vende chicletes no entorno de uma estação carioca de trem, problematizam-se as vulnerabilidades produzidas e as violações sistemáticas aos direitos humanos de crianças negras, que obstaculizam a justiça racial no país, em face da conversão permanente das diferenças em desigualdades inferiorizadas. A violência dessa injustiça, seguindo o argumento desenvolvido no texto, culmina por operar o reforço do vilipêndio e da naturalização das iniquidades raciais contra populações historicamente inferiorizadas pela sanha colonial. Aponta-se, ademais, para a necessidade de pensar as infâncias negras desde o território, com vistas a problematizar iniquidades e disparidades que persistem. Conclui-se, por fim, que a captura e nulificação das infâncias negras é um projeto de Estado pautado por práticas de subjetivação criminalizantes e estereotipadas, que brutalizam os corpos e desumanizam vidas negras. This essay aims to reflect on the impacts of state violence upon black lives and childhoods. In the wanderings through the city of Rio de Janeiro and in the theoretical trails proposed by antiracist and decolonial thinkers, we discuss the impacts and challenges of racism in the formative and existential itineraries of racialized bodies, crossed by the public necropolitics that provides the premises of the pedagogical government of peripheral childhoods and adolescences in large Brazilian cities. From the bumping into M., 11 years old, who sells chewing gum in the surroundings of a train station in Rio de Janeiro, we problematize the vulnerabilities produced and the systematic violations of the black children’s human rights, which hinder racial justice in the country, in face of the permanent conversion of differences into inferiorized inequalities. The violence of this injustice, according to the argument developed in the text, culminates in the reinforcement of the vilification and naturalization of racial inequalities against populations historically inferiorized by the colonial wrath. It also points to the need to think about black childhoods from the territory, in order to problematize inequities and disparities that persist. We conclude, finally, that the capture and nullification of black childhoods is a State project, guided by criminalizing and stereotyping practices of subjectivation which brutalize bodies and dehumanize black lives.