Introdução: As infeções associadas aos cuidados de saúde constituem um problema de saúde devido à elevada morbi-mortalidade e custos associados. As principais medidas de prevenção e controlo assentam no cumprimento das Precauções Básicas de Controlo de Infeção que são compostas por 10 itens que englobam: colocação de doentes, higiene das mãos, etiqueta respiratória, utilização de equipamento de proteção individual, descontaminação do equipamento clínico, controlo ambiental, manuseamento seguro da roupa, recolha segura de resíduos, práticas seguras na administração de injetáveis e exposição a agentes microbianos no local de trabalho. Objetivos: Com o primeiro estudo, objetiva-se conhecer o perfil sociodemográfico e clínico dos utentes de uma Unidade de Cuidados Continuados da zona centro do país, no espaço temporal de 2014-2017; Verificar qual a prevalência de infeções apresentadas pelos utentes de uma Unidade de Cuidados Continuados da zona centro do país desde 2014-2017. Com o estudo 2, procurou-se conhecer a perceção dos profissionais de saúde em torno das infeções associadas aos cuidados de saúde. Métodos: Triangulação metodológica que engloba um estudo de natureza quantitativa do tipo descritivo correlacional, analítico realizado numa amostra de 518 utentes da Unidade de Cuidados Continuados, cujos dados foram recolhidos a partir dos registos de enfermagem de cada utente, referentes ao período de janeiro de 2014 a dezembro de 2017, e outro de natureza qualitativa de características fenomenológicas realizado com uma amostra de 15 profissionais de saúde, sendo todos do género feminino. Resultados: Do estudo 1 verificou-se que o ano com registo de mais casos de infeções foi o de 2016, com 8 casos (61,5%) de infeções das vias respiratórias e 4 casos (30,8%) de infeções do trato urinário. No ano de 2015 há registo de 3 casos (42,9%) com infeções das vias respiratórias e 3 casos com infeções do trato urinário (42,9%). Os resultados obtidos no estudo 2 revelam que na categoria 1, referente à prevenção das IACS, a subcategoria mais referenciada foi a adoção de boas práticas (n=8). Na categoria 2, através da qual se procurou saber a razão apontada pelas profissionais de saúde acerca de porque ocorrem as IACS, a subcategoria mais referenciada foi o não cumprimento de boas práticas (n=13). Na categoria 3, relativa às principais medidas de controlo das IACS, as subcategorias mais mencionadas foram a higienização das mãos (n=13) e o uso de EPI’s (n=12). Na categoria 4, no âmbito do que representam as IACS na prática profissional, as subcategorias mais aludidas foram representar um perigo de apanhar doenças (utentes/funcionários) (n=5) e ter ou não boa qualidade na prestação de cuidados (n=3). Na categoria 5, que se refere ao momento em que as entrevistadas tiveram orientação sobre as medidas de prevenção das IACS, a maioria relatou a formação externa (n=11). Na categoria 6, que diz respeito à opinião das entrevistadas acerca do que devia ser mudado para estarem reunidas as condições para a prevenção das IACS, as subcategorias mais referenciadas foram a proposta de mais formação (n=5) e a não reutilização de sacos (transporte de roupa suja) (=5). Conclusão: Os resultados evidenciam o conhecimento dos profissionais de saúde sobre as IACS contribuirá para a adesão de boas práticas, o que requer uma tomada de consciência de todos os profissionais de saúde e também por parte dos órgãos de gestão, para que se implemente uma cultura de segurança do doente, sugerindo uma maior aposta na formação e sensibilização de todos os profissionais de saúde. Palavras-chave: Prevalência de infecções, Unidade de cuidados Continuados, Infeções associadas aos cuidados de saúde. Abstract Introduction: Healthcare-associated infections are a health problem due to the high morbidity and mortality associated with them. The main prevention and control measures are based on compliance with the Basic Infection Control Precautions, which are comprised of 10 items that include: patient placement, hand hygiene, respiratory labeling, use of personal protective equipment, decontamination of clinical equipment, control environment, safe handling of clothing, safe waste collection, safe injecting practices and exposure to microbial agents in the workplace. Objectives: With the first study, the objective is to know the sociodemographic and clinical profile of users of a Continuous Care Unit in the central part of the country, in the 2014-2017 timeline; Check the prevalence of infections presented by users of a Continuing Care Unit in the central area of the country since 2014-2017. With study 2, we sought to know the perception of health professionals about infections associated with health care. Methods: Methodological triangulation encompassing a quantitative descriptive correlational analytical study conducted on a sample of 518 users of the Continuing Care Unit, whose data were collected from the nursing records of each user, for the period of January 2014. December 2017, and another of a qualitative nature of phenomenological characteristics carried out with a sample of 15 health professionals, all of them female. Results: From study 1 it was found that the year with the highest number of cases of infections was 2016, with 8 cases (61.5%) of airway infections and 4 cases (30.8%) of tract infections. urinary. In 2015 there were 3 cases (42.9%) with airway infections and 3 cases with urinary tract infections (42.9%). The results obtained in study 2 reveal that in category 1, referring to the prevention of HAI, the most referenced subcategory was the adoption of good practices (n=8). In category 2, through which we sought to know the reason given by health professionals about why HAIs occur, the most referenced subcategory was non-compliance with good practices (n=13). In category 3, concerning the main control measures of the HAIs, the most mentioned subcategories were hand hygiene (n=13) and the use of PPE (n=12). In category 4, within the framework of what IACS represents in professional practice, the most alluded subcategories were to represent a danger of getting diseases (clients/employees) (n=5) and whether or not they had good quality care (n=3). In category 5, which refers to the moment when the interviewees had guidance on the prevention measures of HAIs, most reported external training (n=11). In category 6, which refers to the interviewees' opinion about what should be changed to meet the conditions for the prevention of HAI, the most referenced subcategories were the proposal for more training (n=5) and the non-reuse of bags (transport of dirty clothes) (= 5). Conclusion: The results show the knowledge of health professionals about the IACS will contribute to the adherence of good practices, which requires the awareness of all health professionals and also by the management bodies, to implement a culture. patient safety, suggesting a greater focus on the training and awareness of all health professionals. Keywords: Infection prevalence, Continuing Care Unit, Healthcare-associated infections are a health.