Introdução: as infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) são consideradas um problema de saúde global, pois colocam em risco a segurança do paciente e a qualidade assistencial. Considera-se que a principal via de disseminação de microrganismos relacionados a IRAS ocorre pelas mãos dos trabalhadores de saúde, destacando-se a utilização de adornos por profissionais de saúde como um agravante no âmbito a disseminação de microrganismos. Estudos revelam que a utilização desses objetos, principalmente anéis e alianças, propiciam maior impacto na carga bacteriana nas mãos dos trabalhadores. A Norma Regulamentadora 32 (NR32) visa estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, dentre essas medidas está a proibição do uso de adornos por profissionais de saúde que prestam cuidados aos pacientes, principalmente profissionais que mantem contato com materiais biológicos. Objetivos: Analisar o uso de adornos por profissionais de saúde e as suas implicações na carga bacteriana das mãos e anéis após a realização de técnicas de higienização das mãos com uso de preparação alcoólica em gel a 70% ou com água e sabonete líquido. Método: Trata-se de um estudo, realizado em duas etapas. Na primeira realizou-se um estudo observacional e de prevalência por meio de inquérito realizado via mídia social para determinar se o uso de adornos por profissionais de enfermagem no ambiente hospitalar relaciona-se as variáveis sociodemográficas e ocupacionais, e os motivos da não adesão a NR32 por esses profissionais. Na segunda etapa realizou-se um experimento microbiológico por meio de contaminação artificial das mãos e alianças com Lactobacilos casei e posteriormente o protocolo de higienização das mãos para verificar a carga bactéria encontrada nas mãos e anéis de profissionais e estudantes da área da saúde. Resultados: A utilização de adornos por profissionais de enfermagem é frequente, pincipalmente o uso de aliança, relógio e brincos. Embora a 85% dos participantes conheça as normativas da NR32 referentes a remoção de adornos para a realização das atividades laborais, 15% profissionais informaram desconhecimento total ou parcial dessa recomendação o que remete a necessidade de revisão das práticas formativas e do frequente oferecimento de capacitação em serviço/treinamento. Com relação os resultados do experimento sobre o uso de alianças por profissionais de saúde constataram-se que não houve diferença entre a contaminação bacteriana das mãos dos participantes com e sem aliança. Porém, verificou-se que entre os grupos que higienizaram as mãos com o uso de preparação alcoólica em gel a 70% ou com água e sabonete líquido houve redução na carga bacteriana das mãos quando comparados ao grupo controle, grupo que higienizou as mãos com água e sabonete líquido demonstrou uma redução ainda maior das Unidades Formadoras de Colônias (UFC) Conclusão: A utilização de adornos por profissionais da enfermagem ainda é fonte de preocupação para as instituições de saúde devido a frequência do uso desses objetos mesmo diante do desencorajamento de uso e das recomendações legais. Pode-se perceber que a falta de capacitação em serviço/treinamento e de cobrança para remoção dos adornos são fatores dificultadores nesse processo. No que diz respeito ao uso de aliança por profissionais de saúde durante o procedimento de higienização das mãos fica evidente as implicações do seu uso principalmente quando a higienização não é realizada por remoção mecânica da sujidade, como é o caso da higienização das mãos com preparação alcoólica em gel a 70%. Introduction: healthcare-related infections (HAI) are considered a global health problem, as they put patient safety and quality of care at risk. It is considered that the main way of dissemination of microorganisms related to HAI occurs through the hands of health workers, highlighting the use of adornments by health professionals as an aggravating factor in the scope of the spread of microorganisms. Studies reveal that the use of these objects, especially rings and wedding rings, provide a greater impact on the bacterial load on workers\' hands. Regulatory Standard 32 aims to establish the basic guidelines for the implementation of measures to protect the safety and health of workers in health services, among these measures is the prohibition of the use of adornments by health professionals who provide care to patients, especially professionals that maintains contact with biological materials. Objectives: To analyze the use of adornments by health professionals and its implications on the bacterial load on hands and rings after performing hand hygiene techniques with the use of an alcoholic preparation in gel at 70% or with water and liquid soap. Method: This is a carried out in two stages. In the first, an observational and prevalence study was carried out through a survey conducted via social media to determine whether the use of adornments by nursing professionals in the hospital environment is related to sociodemographic and occupational variables, and the reasons for non-adherence to NR32 by these professionals. In the second stage, a microbiological experiment was carried out through artificial contamination of the hands and alliances with Lactobacilli casei and later the hand hygiene protocol to verify the bacterial load found in the hands and rings of health professionals and students. Results: The use of adornments by nursing professionals is frequent, especially the use of wedding rings, watches and earrings. Although 85% of the participants are aware of the NR32 regulations regarding the removal of adornments for the performance of work activities, 15% professionals reported total or partial lack of knowledge of this recommendation, which points to the need to review training practices and the frequent offer of training in service/training. Regarding the results of the experiment on the use of rings by health professionals, it was found that there was no difference between bacterial contamination of the hands of participants with and without rings. However, it was found that among the groups that cleaned their hands using an alcoholic preparation in gel at 70% or with water and liquid soap, there was a reduction in the bacterial load on the hands when compared to the control group, a group that cleaned their hands with water and liquid soap showed an even greater reduction in Colony Forming Units (CFU). Conclusion: The use of adornments by nursing professionals is still a source of concern for health institutions due to the frequency of use of these objects even in the face of discouragement of use and of the legal recommendations. It can be seen that the lack of in-service training/training and charging for the removal of adornments are hindering factors in this process. With regard to the use of a wedding band by health professionals during the hand hygiene procedure, the implications of its use are evident, especially when the cleaning is not carried out by mechanical removal of dirt, as is the case of hand hygiene with alcoholic preparation in 70% gel.