Introdução: Embora a literatura afirme existir relação entre o excesso de peso e a osteoartrite de joelhos, a relação entre a doença e o consumo alimentar, ainda não está esclarecido. Objetivo: Avaliar a ingestão habitual de energia e nutrientes de idosas comunitárias com e sem dor nos joelhos. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, com idosas sintomáticas (n=49) e assintomáticas (n=51) quanto à dor nos joelhos. A ingestão alimentar foi determinada pela média de 2 dias do Recordatório de 24 horas. As dietas foram analisadas no Dietbox®. A necessidade energética individual foi estimada através de fórmulas e o consumo de calorias totais foi analisado considerando o intervalo de 97 a 103% do gasto energético. A adequação dos macronutrientes foi verificada de acordo com os Acceptable Macronutrient Distribution Ranges. A ingestão média de ácidos graxos, colesterol e fibra, foi analisada de acordo com os valores propostos pela IV Diretriz Brasileira sobre Dislipidemias. A inadequação dos micronutrientes foi estimada pelo método da Estimated Average Requirement como ponto de corte e o consumo hídrico foi avaliado a partir da recomendação do Guia Alimentar para a População Brasileira. Para análise dos dados, foi utilizado o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 20.0. Resultados: A média de idade foi de 67(±8,0) anos para o grupo assintomático e 67(±9,0) anos para o sintomático. Quanto ao consumo de energia, macronutrientes, ácidos graxos, colesterol, fibra e água, observam-se diferenças entre os grupos, que não se mostraram estatisticamente significativas. A ingestão de energia foi inadequada em 96,1% das assintomáticas e em 93,9% das sintomáticas. Também não foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre as idosas quanto ao consumo alimentar dos micronutrientes, exceto para o consumo habitual do mineral zinco (p valor = 0,033), o grupo sintomático teve um consumo médio de zinco inferior ao grupo assintomático. Nos grupos, as maiores inadequações (> 50%) foram para vitaminas A, D, E e ácido fólico e magnésio e cálcio. As menores inadequações foram para vitamina C e piridoxina (valores entre 21,6% e 22,4%). Destaca-se a ingestão inadequada da vitamina D (100% das avaliadas). Conclusão: Entre os grupos, foram observadas elevadas prevalências de inadequação para ingestão calórica, consumo dos ácidos graxos saturados, colesterol, fibra, ingestão hídrica, macros e micronutrientes. Contudo, não foram observadas diferenças estatisticamente significativas no consumo alimentar dos nutrientes, com exceção do mineral zinco, pois as idosas sintomáticas tiveram um consumo médio de zinco inferior ao grupo assintomático. Introduction: Although the literature states that there is a relationship between overweight and knee osteoarthritis, the relationship between disease and food consumption is still unclear. Objective: To evaluate the habitual intake of energy and nutrients of community aged women with and without pain in the knees. Methodology: This is a cross-sectional study with symptomatic elderly women (n = 49) and asymptomatic women (n = 51) for knee pain. Food intake was determined by the 2-day mean of the 24-hour Reminder. The diets were analyzed in Dietbox®. The individual energy requirement was estimated using formulas and total calorie consumption was analyzed considering the range of 97 to 103% of energy expenditure. Macronutrient suitability was checked according to the Acceptable Macronutrient Distribution Ranges. The mean intake of fatty acids, cholesterol and fiber was analyzed according to the values proposed by the IV Brazilian Directive on Dyslipidemias. The micronutrient inadequacy was estimated by the Estimated Average Requirement method as the cutoff point and the water consumption was evaluated based on the recommendation of the Food Guide for the Brazilian Population. Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) software version 20.0 was used to analyze the data. Results: The mean age was 67 (± 8.0) years for the asymptomatic group and 67 (± 9.0) years for the symptomatic group. As for the energy consumption, macronutrients, fatty acids, cholesterol, fiber and water, there were differences between the groups, which were not statistically significant. The energy intake was inadequate in 96.1% of the asymptomatic ones and in 93.9% of the symptomatic ones. There were also no statistically significant differences among the elderly women regarding the dietary intake of micronutrients, except for the usual consumption of zinc mineral (p value = 0.033), the symptomatic group had an average zinc intake lower than the asymptomatic group. In the groups, the greatest inadequacies (> 50%) were for vitamins A, D, E and folic acid and magnesium and calcium. The lowest inadequacies were for vitamin C and pyridoxine (values between 21.6% and 22.4%). Inadequate intake of vitamin D (100% of the evaluated ones) is highlighted. Conclusion: Among the groups, high prevalence of inadequacy for caloric intake, saturated fatty acid consumption, cholesterol, fiber, water intake, macros and micronutrients were observed. However, no statistically significant differences were observed in food intake of the nutrients, except for the zinc mineral, since the symptomatic elderly had an average zinc consumption lower than the asymptomatic group.