Orientador: Cláudia Regina Cavaglieri Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação Física Resumo: Introdução: A Irisina é um peptídeo que estimula a termogênese e a lipólise pelo browning do tecido adiposo branco e parece ter relação com homeostase metabólica. O exercício físico é tido como o seu principal estimulador, porém não são claros os protocolos que melhor promovem este efeito, ainda mais quando agregado as atividades que trabalhem a força muscular e a aptidão aeróbia, fatores esses recomendados para a manutenção e melhora da saúde. Embora em estudos com animais e in-vitro Irisina pareça estar relacionada com marcadores metabólicos, são escassos os trabalhos que investiguem em humanos quais as relações práticas entre exercícios físicos, Irisina e variáveis metabólicas. Objetivo: avaliar os efeitos do treinamento de força em conjunto com o aeróbio (treinamento combinado ¿ TC) sobre os níveis basais de Irisina circulante e marcadores relacionados a RI e SM em homens de meia idade com obesidade grau 1. Metodologia: Vinte e dois homens (Idade: 49,13±5,75 anos e IMC: 30,86±1,63 Kg/m²) foram distribuídos em grupo treinamento combinado (TC, n=12) e grupo controle (GC, n=10). O TC foi composto por treinamento de força (6 exercícios/3 séries/ 6-10 repetições /60-90seg de pausa entre as séries) e aeróbio (30 minutos de caminhada/corrida à 50-85% do VO2max) realizados na mesma sessão, com frequência de 3x por semana. O comportamento alimentar, teste de uma repetição máxima (1-RM), análise do volume máximo de oxigênio (VO2máx), circunferência de cintura (CC), composição corporal, colesterol, perfil lipídico, insulina, glicemia, hemoglobina glicada, HOMA-IR, HOMA-B, índice QUICKI, Z score da síndrome metabólica (SM) e Irisina plasmática foram analisadas antes e após o período experimental (24 semanas, sendo as coletas pós realizadas ao menos 72 horas após a última sessão de treino). O teste t-Student foi utilizado para comparação entre as linhas de base, seguido da análise de modelo misto e do post-hoc de Tukey quando necessário. Foi aplicado ainda o teste de Pearson para analisar possíveis correlações de deltas. O nível de significância adotado foi de p ou =' 1,2 sendo considerado "large". Resultados: O TC apresentou aumento da força muscular, VO2máx., massa magra e índice QUICKI, além de diminuição da gordura corporal, CC, níveis de insulina, glicemia, colesterol total, LDL, HOMA-IR e Z-score da SM, além de manter os níveis de Irisina. Já o GC teve diminuição de Irisina e da força muscular no exercício supino, além de aumento do HOMA-IR. Foram encontradas correlações inversas entre os deltas de Irisina e glicemia, colesterol total e CC, além de relação positiva com a soma das cargas dos testes de 1RM. Conclusão: O programa de TC foi capaz de manter os níveis de Irisina e proporcionar melhoras funcionais, metabólicas e de composição corporal, diminuindo as chances do desenvolvimento de Diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares entre seus praticantes. Pelos resultados das correlações, além da diminuição de Irisina com similar aumento do HOMA-IR no GC, é possível observar também em humanos a relação entre este peptídeo e variáveis relacionadas a homeostase metabólica Abstract: Introduction: Irisin is a peptide that stimulates thermogenesis and lipolysis in the white adipose tissue by browning it, and seems to be related with metabolic homeostasis. Physical exercise is considered its primary stimulator, but protocols that best promote this effect are not clear, even when activities working muscle strength and aerobic fitness are added, which are recommended factors for the improvement of health. Although in animal and in vitro studies, Irisin seems to be related to important metabolic markers. However, studies that investigate, in humans, the relations between exercise, Irisin and metabolic markers are scarce. Objective: To evaluate the effects of strength training combined to aerobic training (combined training - CT) on basal levels of circulating Irisin and markers related to insulin resistance (IR) and metabolic syndrome (MS) in middle-aged men with obesity. Methods: Twenty-two men (age: 49.13±5.75 years and BMI: 30.86±1.63 Kg/m²) were distributed in combined training group (CT, n=12) and control group (CG, n=10). The CT consisted of strength training (6 exercises/3 series/ 6-10 repetitions/60-90 second pause between sets) and aerobic (30 minutes of walking or running in 50-85% of VO2max), performed in the same session, with frequency of 3 times per week. The feeding behavior, one maximum repetition (1-RM), maximum volume of oxygen (VO2max), waist circumference (WC), body composition, lipid profile, insulin, glucose, glycated hemoglobin, HOMA-IR, HOMA-B, QUICKI index, metabolic syndrome (SM) Z score and Irisin plasma were evaluated before and after the trial period (24 weeks, with post samples taken at least 72 hours after the last training session). The t-Student test was used for comparison between groups at baseline, followed by mixed model analysis was used, and Tukey post-hoc when necessary. Pearson's test was further applied to analyze the correlation between the percentage changes of the variables. The significance level was p