1. Impactos psicossociais da incontinência urinária em idosa: relato de caso
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Isadora Sandi, Giseli Costella, Júlia Costa Guasselli, Ana Carla Pagno Paim, and Paulo Roberto Cardoso Consoni
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Introdução: Incontinência urinária (IU) é qualquer perda involuntária de urina. Apresenta-se na população idosa com etiologia multifatorial, resultante de alterações do envelhecimento, lesões do sistema urinário e nervoso, comorbidades, uso de medicamentos, declínio cognitivo e funcional. A IU interfere negativamente na qualidade de vida em função do isolamento no convívio social e familiar, causando sentimentos de depressão/ansiedade e vergonha. O presente trabalho tem por objetivo relatar o caso de uma idosa com IU e o impacto em sua qualidade de vida. Relato de caso: Realizaram-se quatro visitas domiciliares a T.R.S, 74 anos, viúva, auxiliar de enfermagem aposentada, residente em Canoas, vinculada à Unidade Básica de Saúde da região de sua residência. Teve sete gestações e um aborto. Mora sozinha. Recebe ajuda do filho que mora próximo para organizar as medicações. Diagnosticada com IU, aguarda consulta com fisioterapeuta pélvico e, caso isso não resolva, tem planos de realizar cirurgia. Faz uso de Cloridrato de Oxibutinina 5 mg e de terapia hormonal tópica à base de Estradiol, que auxiliam nos sintomas urinários. Relata dificuldades em conter urina ao despertar, sentindo-se desconfortável com a situação e sem confiança para sair de casa. Queixa-se de dores no corpo, principalmente nas articulações, devidas à osteoartrite crônica. Deambula com auxílio de bengala. Faz uso diário de anti-inflamatórios para a dor e Carbonato de cálcio + vitamina D e Alendronato de sódio para osteoporose e osteoartrite. Usa Amitriptilina para dormir e Fluoxetina para os sintomas de depressão/ansiedade que apresenta. Diante das dificuldades de locomoção, as consultas médicas são realizadas no domicílio a cada dois meses. Conclusão: A IU é uma patologia prevalente na população geriátrica, trazendo impactos e prejuízos de vida como limitação nas atividades diárias e sociais, além de sintomas depressivos. Quanto ao tratamento instituído, observa-se que, apesar de a Oxibutinina ajudar no controle da bexiga hiperativa, a paciente não apresenta a classificação da IU; por conta de possíveis efeitos adversos (visão embaçada, perda do equilíbrio), torna-se temerária a possibilidade de queda; e, por bloqueio à produção de acetilcolina, prejuízo cognitivo e depressão. A Amitriptilina piora o estado cognitivo por efeito de sedação prolongado e risco de queda por hipotensão ortostática e arritmia cardíaca. A Fluoxetina possui meia vida longa, podendo causar síndrome serotoninérgica. Hormônio via vaginal parece adequado em idosas, e a fisioterapia pélvica é adequada após exame de urodinâmica e avaliação ginecológica. Apesar disso, ela permanece subdiagnosticada e com interações medicamentosas com alto risco. Dessa forma, é importante que os profissionais estejam aptos a diagnosticar e tratar ou encaminhar a paciente para que receba tratamento individualizado, a fim de melhorar sua qualidade de vida.
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- 2022
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