Nesta reflexão propomos, usando a sociologia histórica, entrar numa área de estudo, no mínimo, controversa ou problemática – o estudo das revoluções. Esta temática, assustadora devido à sua densidade, espelha as sociedades passada, presente e futura. Através de diretrizes simples e adequadas, centramos esta dissertação em quatro casos revolucionários aparentemente independentes entre si: Portugal, Espanha, Reino de Nápoles e Inglaterra. As reivindicações e alterações pós-revolucionárias destas rebeliões contextualizarão o assunto abordado, enquanto a duração dos efeitos – se são medidas a curto ou longo prazo – ajudarão a definir a sua eficácia. Nos quatro casos verificaremos que diversos fatores se alinham e repetem: as revoltas dos grupos inferiores; a ineficácia dos aparelhos definidos pelos governos vigentes; a tentativa de rutura do Estado por líderes reacionários. Iremos, também, refletir sobre toda a trajetória revolucionária, destacando diversas dimensões causais - democracia, guerra, centralidade política, posição popular, entre outras - e, através delas, ponderar a relação de concorrência entre os Estados e a tomada de medidas, por parte do governo, que afetarão todos os envolventes. Propomos, então, uma observação capaz de englobar a sociologia histórica, em todas as suas variantes, e de expandir a análise causal estrutural e não-estrutural, apontando a relevância do agente social, das mentalidades, da cultura, da religião, dos simbolismos. In this reflection we propose, using historical sociology, to enter a field of study that is, at least, controversial or problematic - the study of revolutions. This theme, frightening because of its density, mirrors past, present and future societies. Through simple and proper guidelines, we focus this dissertation on four revolutionary cases apparently independent of each other: Portugal, Spain, Kingdom of Naples and England. The post-revolutionary alterations and claims will provide the context for the object in study, while the duration of its effects – whether short-term or long-term measures – will help define its effectiveness. In these four cases we will find that several different factors align and repeat themselves: the revolts of the lower groups; the ineffectiveness of the apparatus defined by the existing governments; the attempt to break the state by reactionary leaders. We will also reflect on the whole revolutionary trajectory, highlighting various causal dimensions - democracy, war, political centrality, popular position, among others - and through them to ponder the relationship of competition between states and action by government, which will affect all involved. We propose, therefore, an observation capable of encompassing historical sociology, in all its variants, and of expanding structural and nonstructural causal analysis, pointing out the relevance of the social agent, mentalities, culture, religion, and symbolism.