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A Baía de Ilha Grande abriga uma grande beleza paisagística, e uma rica fauna e flora sendo um santuário de biodiversidade singular. A presença de fontes potencialmente poluidoras, além de uma crescente ocupação da linha de costa e intenso uso de serviços ecossistêmicos, faz com que nesta região, seja cada vez mais necessária a criação, e aprimoramento de ferramentas de controle e gestão ambiental. A resiliência ambiental vem sendo apontada como uma dessas ferramentas. O presente estudo objetiva fornecer recursos, para construção de um modelo de avaliação de resiliência ambiental, a ser adotado como subsidio aos processos de gestão e remediação ambiental. Para tal foram realizados levantamentos em bases bibliográficas com construção de mapas conceituais. Os resultados apontam para cinco passos fundamentais na concepção de um modelo de avaliação de resiliência ecológica e prevê uma discussão de como promover um cenário ambiental desejável, com apontamento de estratégias de enfrentamento com respostas a curto prazo, dos problemas levantados, e estratégias adaptativas, com respostas a longo prazo, identificando e apontando assim os passos para mover o sistema para uma direção ambiental positiva.

A Baía de Ilha Grande é considerada um hotspot de biodiversidade marinha no litoral brasileiro, sendo caraterizada pelo seu potencial de serviços ecossistêmicos. Como reflexo dos usos ecossistêmicos locais, essa Baía está sujeita as ameaças constantes, da presença de fontes potencialmente causadoras de mudanças na composição e estrutura ambiental. Diante do crescimento e desenvolvimento econômico da região, e da necessidade de conservação da qualidade ambiental, que ainda existe, são imprescindíveis a criação, e aprimoramento, de ferramentas de controle e gestão ambiental, que permitam definir a capacidade de sustentabilidade do ambiente. Uma primeira etapa para esta gestão é o conhecimento do desenvolvimento histórico local, a compreensão temporal, e espacial das características ambientais atuais. Neste contexto o presente estudo visa a caracterização dos usos ecossistêmicos, como ferramenta inicial de um processo de avaliação da capacidade de resiliência da Baía de Ilha Grande.

A Iniciativa BIG 2050 foi proposta pela FAO (Food and Agriculture Organization da UNESCO) como um mecanismo para a gestão de recursos dos ecossistemas costeiros da Baía da Ilha Grande (BIG). Integram a proposta a Faculdade de Oceanografia (UERJ) e o Instituto Estadual do Ambiente (INEA) para juntos proporem estratégias de gestão integrada e de monitoramento dos serviços ecossistêmicos da BIG. A Iniciativa gera informação, identifica sensibilidades e incentiva o engajamento social para promover a conservação da Baía da Ilha Grande.

O litoral do estado do Rio de Janeiro é considerado de extrema importância para a conservação das tartarugas marinhas, todas classificadas como ameaçadas ou criticamente ameaçadas de extinção. O programa Tartaruga Viva da Eletronuclear, executado pela Faculdade de Oceanografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, realiza o Monitoramento de Tartarugas Marinhas na Área de Influência da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto – CNAAA e busca elucidar eventuais alterações comportamentais ou de distribuição das populações na área de influência. Uma das abordagens do monitoramento é a amostragem populacional através de capturas e recapturas de animais, com utilização de anilhamento para registro e acompanhamento. No período de set/18 a jan/21 foram amostrados 92 quelônios sendo 58 em primeira captura e 34 em recapturas, a maioria (>50%) com ótimo “score” corporal. Todos os animais recapturados estavam nas mesmas áreas onde foram amostrados pela primeira vez, se alimentando ou descansando a menos de 50 m do ponto da primeira captura, indicando a tendência destes em permanecer em áreas favoráveis a alimentação e descanso.