As larvas de sirfídeo têm potencial como agentes de luta biológica e, no olival, podem ser particularmente importantes como predadores naturais de Euphyllura olivina (Costa) (algodão-da-oliveira). Os sirfídeos adultos alimentam-se de pólen, néctar e meladas, o primeiro é uma fonte de proteína, para os machos na espermatogénese e para as fêmeas na maturação dos ovários e produção de ovos e o segundo e terceiro uma fonte de energia. Assim, a implementação de recursos floristicamente diversos no olival pode oferecer a possibilidade de reforçar a luta biológica de conservação e maximizar a ação destes inimigos naturais. Neste contexto, foi estudada a sirfideofauna do olival transmontano e o efeito de espécies da flora nativa do olival na longevidade, sobrevivência, comprimento da asa e estado nutricional em termos de teores de açúcares totais, lípidos e glicogénio de Episyrphus balteatus (De Geer). O estudo da biodiversidade de sirfídeos foi efetuado com recurso a instalação de garrafas Olipe, armadilhas cromotrópicas amarelas e captura com recurso a rede entomológica. No total foram identificadas nove espécies de sirfídeos sendo E. balteatus, Sphaerophoria scripta (L.) e Eupeodes corollae (Fabricius) as espécies mais abundantes. E. balteatus foi selecionada como espécie modelo para testar os efeitos de diferentes espécies de plantas presentes na região transmontana sobre a sua longevidade, sobrevivência e estado nutricional. Neste âmbito, foram testadas 12 espécies de plantas potencialmente benéficas para E. balteatus pertencentes às famílias Asteraceae (Andryala integrifolia L., Anthemis arvensis L., Calendula arvensis L., Carduus tenuiflorus Curtis, Chamaemelum nobile (L.) All., Coleostephus myconis (L.) Rchb.f., Crepis vesicaria L.), Boraginaceae (Anchusa azurea Mill. e Echium plantagineum L.), Brassicaceae (Hirschfeldia incana (L.) Lagr.-Foss.), Hypericaceae (Hypericum perforatum L.) e Malvaceae (Malva sylvestris L.). As espécies M. sylvestris, A. azurea e C. vesicaria foram as que mais favoreceram a longevidade de E. balteatus, enquanto que, os indivíduos alimentados com C. myconis, A. azurea e H. incana apresentaram os maiores valores de comprimento da asa. Em termos de nutrientes, C. nobile, A. azurea e M. sylvestris relacionaram-se com os maiores teores de açúcares totais. C. vesicaria, H. perforatum e E. plantagineum forneceram os maiores teores de lípidos e M. sylvestris, H. perforatum e A. azurea os maiores teores de glicogénio. Contrariamente às espécies testadas da família Asteraceae (excepto C. nobile) resultaram pouco indicadas como grupo para aumentar a eficácia biológica de E. balteatus. As flores que obtiveram melhores resultados no geral foram M. sylvestris, A. azurea, H. perforatum e C. nobile pelo que se propõe a implementação destas quatro espécies no olival como estratégia para oferecer a possibilidade a E. balteatus de completar o seu ciclo biológico neste agroecossistema e desta forma potenciar a luta biológica sobre o algodão da oliveira. Syrphid larvae are potential biological control agents and, in the olive grove, they can be particularly important as natural predators of the olive psyllid Euphyllura olivine (Costa). Adult syrphids feed on pollen, nectar and honeydews, the first one is a source of protein for spermatogenesis in males, and in the maturation of ovarian and egg production in females and the second and third are an energy source. Thus, the implementation of floristically diverse resources in the olive grove can offer the possibility to enhance conservation biological control and maximize the action of these natural enemies. In this context, sirfideofauna of the olive grove in Trás-os-Montes as well as the effect of species of native flora of olive groves in longevity, survival, wing length and nutritional status in terms of levels of total sugars, lipids and glycogen in Episyrphus balteatus (De Geer) were studied. The study of syrphid biodiversity was performed using the installation of Olipe bottles, yellow chromotropic traps and direct capture using hand net. In total, nine species of syrphids were identified and E. balteatus, Sphaerophoria scripta (L.) and Eupeodes corollae (Fabricius) were the most abundant species. E. balteatus was selected as a model species to test the effects of different plant species of the region of Trás-os-Montes. Longevity, survival and nutritional status of E. balteatus were assessed. In this context, 12 plant species belonging to the families Asteraceae (Andryala integrifolia L., Anthemis arvensis L., Calendula arvensis L., Carduus tenuiflorus Curtis, Chamaemelum nobile (L.) All., Coleostephus myconis (L.) Rchb.f., Crepis vesicaria L.), Boraginaceae (Anchusa azurea Mill. e Echium plantagineum L.), Brassicaceae (Hirschfeldia incana (L.) Lagr.-Foss.), Hypericaceae (Hypericum perforatum L.) and Malvaceae (Malva sylvestris L.) were tested due to their potentially benefits for E. balteatus. The species M. sylvestris, A. azurea and C. vesicaria were those that most favored longevity of E. balteatus whereas the individuals fed with C. myconis, A. azurea and H. incana showed the highest values of wing length. In terms of nutrients, C. nobile, A. azurea and M. sylvestris were correlated with the highest levels of total sugars. C. vesicaria, H. perforatum and E. plantagineum provided the highest levels of lipids and M. sylvestris, H. perforatum and A. azurea the highest levels of glycogen. On the contrary, Asteraceae species tested (except C. nobile) resulted in an unindicated group to increase the fitness of E. balteatus. The flowers that had better overall results were M. sylvestris, A. azurea, H. perforatum and C. nobile, thus these species are proposed to be implemented in the olive grove as a strategy to offer the possibility to E. balteatus to complete its life cycle in this agro-ecosystem and thereby enhance biological control of olive psyllid. O trabalho que se apresenta está inserido no âmbito do projeto: PTDC/AGR-AAM/100979/2008: Incremento da biodiversidade funcional do olival, no fomento da protecção biológica contra pragas da cultura, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.