Objetivou-se investigar a percepção do envolvimento familiar nos cuidados ao paciente, no paradigma da reabilitação psicossocial. Utilizou-se abordagem qualitativa por meio de entrevistas semiestruturadas com 22 pacientes com reinternação psiquiátrica. A interpretação dos dados foi fundamentada no paradigma emergente da Atenção Psicossocial. Os entrevistados reconheceram a importância do apoio recebido dos familiares, tanto em termos práticos como afetivos, e admitiram as dificuldades impostas pela convivência com o sofrimento mental. Por outro lado, destacaram limitações nas relações familiares e, por conseguinte, nas possibilidades de cuidado recebido, o que conduz à incompreensão sobre o transtorno mental e à consequente desconfiança, bem como à superproteção que se confunde com privação de liberdade. Ao se considerarem esses aspectos, no contexto da desinstitucionalização, confirma-se a necessidade de a família ser incluída em intervenções de promoção de saúde, como protagonista das estratégias de reabilitação psicossocial. This study aimed to investigate the perception of family involvement in care, especially regarding patient care, based on the psychosocial rehabilitation paradigm. A qualitative approach was used, with semistructured interviews performed with 22 patients in psychiatric rehospitalization. Data interpretation was based on the Psychosocial Care paradigm. The interviewed patients recognized the importance of the support received from their family, both practically and affectively, and acknowledged the difficulties imposed by living with mental distress. On the other hand, respondents highlighted limitations in family relationships and, consequently, in the possibilities of received care, which leads to misunderstandings about the mental illness and to consequent mistrust, as well as overprotection, which can be confounded with deprivation of freedom. Considering these aspects in the context of deinstitutionalization, it is confirmed that the family needs to be included in health promotion interventions, assuming a leading role in psychosocial rehabilitation strategies. Se objetivó investigar la percepción del envolvimiento familiar con los cuidados con el paciente, en el paradigma de la rehabilitación psicosocial. Se utilizó el planteamiento cualitativo con entrevistas semiestructuradas a 22 pacientes con reinternación psiquiátrica. La interpretación de los datos se fundamentó en el paradigma de la Atención Psicosocial. Los entrevistados reconocieron la importancia del apoyo recibido de los familiares, tanto en términos prácticos como afectivos, y admitieron las dificultades impuestas por la convivencia con el sufrimiento mental. Destacaron limitaciones en las relaciones familiares y en las posibilidades de cuidado recibido, lo que conduce a la incomprensión sobre el trastorno mental y la consecuente desconfianza, así como la sobreprotección que se confunde con la privación de libertad. Se confirma la necesidad de incluirse la familia en intervenciones de promoción de salud, como protagonista de las estrategias de rehabilitación psicosocial.