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Resenha do livro Pensar o neoliberalismo, organizado por CASTELO BRANCO, Felipe; YAZBEK, André Constantino

O artigo visa desconstruir a imagem negativa que é atribuída ao serviço público, fundamentada na racionalidade burocrática, encontrando inclusive elementos extraordinários que perpassam o caráter cotidiano dessas atividades, sem descurar, todavia, de denunciar elementos oportunistas que degradam a dignidade do funcionário público, da burocracia e suas atribuições inerentes.

O artigo celebra o cerne da ideia de Esclarecimento na obra de Immanuel Kant e seu legado para a consolidação desse projeto cultural da Modernidade, tornando-se um marco que influencia de maneira bastante convincente diversos ramos do saber humano.

O artigo analisa o potencial perdido pela Cibercultura e sua funcionalidade comunicacional da Internet dissolvida pelo aprisionamento dos seus dispositivos operacionais por segmentos sociais alheios aos princípios democráticos, assim como a submissão dos paradigmas virtuais aos traços mais nítidos da sociedade de desempenho neoliberal

O artigo aborda a relação entre sociedade capitalista e a narrativa gerencial que vislumbra fortalecer as disposições empreendedoras do sujeito de desempenho sem qualquer consideração por suas naturais limitações existenciais, escamoteando assim suas experiências íntimas de dor como disposições contrárias ao cálculo da rentabilidade.

O artigo aborda uma crítica ao dispositivo gerencialista da sociedade moderna e sua ânsia pela velocidade operacional incondicional, circunstância que embota nossa capacidade perceptiva da realidade e promove a degradação de nosso modo de vida. Para iniciarmos um processo de retomada da dignidade existencial perdida pela lógica do produtivismo capitalista urge imergirmos em uma práxis pautada pela desaceleração.

O artigo aborda a parcial refração política sofrida pela extrema-direita brasileira representada pelo projeto disruptivo de Jair Bolsonaro e a possibilidade de reorganização de uma agenda política progressista mediante a neutralização necessária dos traços reacionários infiltrados intimamente em nossa estrutura social.

O artigo aborda o filme dirigido por Filipe Galvón, Encantado, Brasil em desencanto, em suas interfaces poéticas, filosóficas e políticas, debatendo sobre a degradação de nossa vivência política a partir da hegemonia do espectro da extrema-direita e sua política institucionalmente destrutiva.

O artigo aborda a influência das pautas religiosas moralistas no establishment político de sociedades que passam pelo processo de degradação da governança democrática e os riscos que a conversão da laicidade social em teocracia autoritária traz para a moderna dimensão republicana.

O artigo aborda o tensionamento constante que o governo Bolsonaro gera em relação ao establishment constitucional brasileiro, circunstância que não apenas revela sua personalidade autoritária, como também evidencia que sua estratégia de poder consiste em governar sempre através do colapso social em nome de interesses personalistas obscuros e antidemocráticos

O artigo analisa a configuração do dispositivo autoritário na governança política e de que maneira esse sistema apresenta filiação com os elementos mais retrógrados e obscurantistas da sociedade vigente, sufocando assim qualquer possibilidade de desenvolvimento saudável de uma democracia substantiva.

O artigo analisa alguns aspectos discursivos do espectro político de direita, apresentando suas contradições ideológicas que sustentam uma compreensão mitificada da realidade, assim como suas inerentes disposições autoritárias que naturalizam as desigualdades sociais.

Neste artigo analisamos o estatuto da compaixão na filosofia de Schopenhauer, e de que modo tal experiência ocorre na ação prática humana desembocando em ações justas e caritativas, mediante a compreensão da unidade metafísica que perpassa todos os seres humanos, para além das limitações fenomênicas próprias do princípio de individuação. Veremos ainda implicações de tal perspectiva na relação do ser humano com o mundo circundante, especificamente no trato aos animais.

O artigo, em memória ao legado de Roberto Machado, estabelece a conexão entre Hölderlin e Nietzsche acerca da relação entre o trágico e o sagrado, encontrando na figura de Dionísio o elo filosófico entre ambos, não obstante as óbvias diferenças axiológicas entre Hölderlin e Nietzsche. No entanto, ambos são pensadores da imanência.

O artigo analisa as contradições e limites da democracia liberal, incapaz de estabelecer um projeto institucional comprometido com o bem comum e que, por suas próprias deficiências, permite o florescimento acelerado de disposições políticas disruptivas, obscurantistas e reacionárias.

O artigo aborda o processo de esgotamento profissional decorrente da consolidação de um regime laboral precário e desprovido de substantivas proteções trabalhistas mediante a hegemonia da agenda neoliberal, alinhada plenamente aos interesses empresariais e alheia aos anseios sociais.

O artigo analisa as reconfigurações sociais impostas pela necessidade de isolamento social decorrentes da pandemia do COVID-19, assim como as imperiosas necessidades de participação efetiva do Estado na salvação da sociedade para que as carências materiais oriundas dessa crise global sejam razoavelmente atenuadas em prol do bem da humanidade. Some-se ainda críticas aos segmentos políticos obscurantistas e anticientíficos mancomunados com discursos fascistas que tanto ameaçam a consecução das políticas públicas convenientes para a efetivação do papel interventor do Estado na ordem econômica.

O artigo disserta sobre as características fundamentais do governo Bolsonaro, marcado pelas crises recorrentes, pelo desprezo pela democracia liberal, pela defesa do militarismo social, pela destruição das instituições republicanas, em nome de um projeto de poder autoritário e reacionário, incapaz de lidar com qualquer tipo de oposição.

O artigo analisa algumas peculiaridades do perfil estudantil que ingressa no curso universitário de Administração na consolidação de uma agenda gerencial que alia elementos pretensamente progressistas com os mais intensos dispositivos ultraliberais. O artigo propõe ainda uma análise do desenvolvimento da tecnocracia gerencial no decorrer da era moderna até a conjuntura capitalista edulcorada através de discursos superficialmente includentes e sustentáveis no ambiente organizacional e em suas práticas produtivas.

Apresentação do Volume 20, número 3

O artigo aborda a relação estabelecida por Espinosa entre a vida ética pautada pela prática da virtude e a beatitude divina, seja pelo caminho da religião ou mesmo da filosofia, em contraponto aos poderes obscurantistas das seitas que promovem as condições mais aviltantes para afastar o homem da genuína felicidade sagrada em vida.

O artigo aborda o processo de ruptura institucional da democracia brasileira operacionalizado pelo projeto autoritário do governo Bolsonaro e sua necropolítica contrária aos interesses vitais de nossa sociedade, submetida ao arbítrio disruptivo de um desajuste antirrepublicano.

O mundo das organizações no capitalismo tardio é regido pelo dispositivo ultraliberal que, através de discursos ideológicos que falseiam a realidade concreta de opressão e de submissão, faz de cada profissional uma pessoa exigida ao máximo das suas capacidades psicofísicas. No decorrer da pandemia da COVID-19 percebemos que esse sistema ampliou ainda mais sua força normativa sobre os trabalhadores, inclusive os profissionais da educação, cada vez mais extenuados com a confusão entre o público e o privado e demandas desagradáveis. Vivemos assim em um regime de espoliação laboral que que amplifica ainda mais nosso sofrimento existencial. Propomos assim abordar a conjuntura social e econômica que perpassa essa conjuntura e alternativas para esse problema.

O artigo aborda a conjuntura brasileira sob os efeitos devastadores da COVID-19 sobre nossa sociedade e os dividendos políticos obtidos por essa política de morte que mergulha o país em um marasmo institucional cada vez mais obscuro, doentio e niilista.

O artigo aborda alguns aspectos da militarização social imposta pela agenda fascista vigente na onda reacionária da política brasileira e sua lógica agressiva de destruição como operação convencional para consolidar sua hegemonia violenta e alheia ao espírito democrático.

O artigo apresenta de que maneira vemos, na vigência do ultraliberalismo econômico, a submissão da política ao crivo do mercado, gerando uma série de transtornos sociais que representam a onipotência autoritária da lógica empresarial sobre a ordem pública, inclusive através de governantes totalmente alheios ao espírito liberal autêntico.

O artigo realiza uma interpretação filosófica baseada em Nietzsche acerca do filme As Bruxas de Salem (The Crucible), baseado na obra de Arthur Miller, em uma comunidade puritana de Massachusetts onde a conjugação entre ressentimento, hipocrisia, histeria coletiva, paranoia, medo, ignorância e superstição serviram de motor para a realização de uma catástrofe social.

O artigo aborda, no contexto da pandemia da COVID-19, o grande esforço educacional em se lecionar nas novas condições exigidas pela adaptação do ensino presencial ao formato virtual, com suas dificuldades e enfrentamentos técnicos, em especial pelo fato de que as contradições estruturais da hegemonia neoliberal se perpetuam, obviamente, nessa realidade virtual nem tão inclusiva conforme se apregoa.

O artigo faz uma abordagem sintética acerca da conjuntura social brasileira na vigência da COVID-19 e de que maneira a insurgência da violência estrutural manifestou-se com intensidade mesmo em condições sociais aparentemente mais distanciadas, circunstância que ratifica a tese de que somos ainda uma sociedade reacionária, agressiva e discriminatória, e que somente o engajamento político multitudinário permitirá uma transformação radical dessas bases opressivas.

O artigo argumenta sobre a relação indissociável entre propagação de notícias falsas, difamação e ódio político, circunstâncias acentuadas em sociedades com déficit democrático, no qual as instituições republicanas se encontram ameaçadas por mobilizações autoritárias, muitas vezes no próprio establishment, o que é ainda mais grave e perigoso para o bem-estar da sociedade em sua totalidade.

O artigo aborda a tentativa ultraliberal de afirmar a predominância da lógica econômica sobre os demais aspectos da vida humana, inclusive motivando-lhe percalços que certamente são bastante prejudiciais para a preservação da sua integridade psicofísica e de sua saúde como um todo.

Este trabalho não apresenta resumo.

O artigo aborda a calamidade pandêmica da COVID-19 a partir de um enfoque que conecta perspectivas filosóficas, políticas e econômicas na compreensão desse caos global. Disposições éticas são analisadas na tentativa de se mitigar os efeitos deletérios da pandemia na vida humana, assim como os fatores governamentais e corporativos que impedem maior capacidade de enfrentamento da COVID-19, para maior prejuízo da humanidade.

O artigo aborda a truculência das hordas da extrema-direita brasileira que continuamente atenta contra a segurança pública e a estabilidade, a dignidade, a constitucionalidade democrática de nossas instituições, em nome de uma visão política tacanha, obscurantista e ignorante, inclusive chancelada pelo poder presidencial.

O artigo aborda, no contexto da virulência pandêmica da COVID-19, a insistência ultraliberal em se enfatizar a lógica do mercado em detrimento dos interesses sociais e humanitários. Demonstra-se que essa economia da morte tão cara ao empresariado é chancelada por governanças políticas autoritárias que comungam com disposições fascistas.

O artigo aborda de que maneira os paradigmas morais cristãos, compreendidos em sua pureza evangélica, são de grande importância para a constituição de uma sociedade comprometida com a justiça, a felicidade e a paz social. Contudo, interpretações e aplicações distorcidas da moral cristã culminam na consolidação de agendas teológicas fundamentalistas grotescamente reacionárias, dissociando-se de qualquer forma de defesa da dignidade da vida e da pessoa humana.

Esse texto é uma resenha do livro Páginas da vida, páginas da arte, de Rosa Dias, publicado pela MAUAD (Rio de Janeiro) em 2016.

O artigo analisa a relação indissociável entre a atuação das forças policiais e a violência estrutural da sociedade capitalista em suas organizações políticas precárias, pautadas pela perpetuação da pobreza, da precarização humana e da espoliação urbana das massas desprovidas de direitos civis. As forças policiais, mantenedoras do status quo e da legalidade burguesa, atuam como instrumentos repressivos de toda força atentatória contra a propriedade privada.

O artigo aborda o cerceamento da liberdade de cátedra do professor na realidade educacional brasileira mediante o projeto ideológico da Escola sem Partido, que apregoa o fim do partidarismo político na atuação docente em sala de aula. Contudo, o citado projeto mascara suas reais intenções, que é a de eliminar da atuação do professor o seu papel de estimulador da reflexão crítica sobre os problemas sociais de nossa realidade política, auxiliando assim os estudantes a compreenderem as nossas contradições estruturais. A ideologia da Escola sem Partido defende a neutralidade pedagógica, mas a própria construção curricular já denota ausência de neutralidade, pois diversos critérios e interesses ocultos se encontram subjacentes no currículo pedagógico.

O artigo analisa algumas questões acerca da relação entre sistema carcerário e segurança pública na sociedade brasileira, enfatizando a importância de se estabelecer uma gestão pública pautada na democratização das relações sociais e na difusão dos direitos humanos, favorecendo assim maior solidariedade na vida citadina e dissolvendo paulatinamente as contradições internas que perpetuam os conflitos e as ações violentas.

O artigo é uma homenagem póstuma para Zygmunt Bauman, cuja obra de grande impacto na reflexão sobre as complexidades da vida moderna transita entre os saberes sociológicos e filosóficos, tornando-se assim um discurso fundamental para a problematização da desordem do mundo atual regido por estruturas plutocráticas avessas ao bem comum, que inoculam no imaginário social a falsa consciência de que não há mais alternativas.

No artigo analisamos alguns aspectos da hegemonia reacionária direitista que subverteu as aspirações democráticas em diversas partes do globo, reconhecendo que esse espírito reativo sempre existiu, mas que por circunstâncias históricas e políticas específicas encontraram terreno fértil para sua explosão mundial. Contudo, sem adotarmos qualquer postura pessimista, apresentamos indicativos possíveis para subversão dessa disposição reacionária que tanto viola a dignidade humana em sua luta por emancipação

O artigo aborda diversos aspectos sociais, econômicos e ideológicos que sustentam a experiência consumista no modo de vida capitalista, promovendo disposições narcísicas na subjetividade do indivíduo que assim se afasta de uma compreensão holística de sua própria ordem social. O consumismo impede o desenvolvimento de uma práxis ecológica e reforça o caráter alienante, fetichista e reificador da produção capitalista, alheia ao empoderamento humano e ao espírito de solidariedade que somente uma gestão política para além do sistema de mercado pode proporcionar.

O artigo analisa o risco de retrocesso nos avanços educacionais da sociedade brasileira mediante as nefastas interferências governamentais em nossa estrutura educacional nacional, em nome da satisfação de interesses obscurantistas de grupos antidemocráticos incrustrados parasitariamente na nova e ilegítima gestão presidencial.

O artigo aborda de que maneira nossa desestruturação política operacionalizada por um regime que faz do déficit democrático o seu sistema de governança faz da violência policial um mecanismo de contenção das massas sociais, adestrando-as conforme a lógica do medo e da precariedade existencial, tornando-as dóceis e submissas, com o apoio estratégico de nosso mercado ultraliberal, completamente avesso ao crivo democrático.

O artigo aborda de que maneira o empresariado brasileiro, na égide da avalanche ultraliberal associada ao processo de contestação da constitucionalidade democrática, dissociou-se de qualquer consideração pela legalidade republicana e pela manutenção de um razoável nível de respeito pela sociedade e seus direitos conquistados, em nome de sua plena liberdade econômica, fazendo da defesa dos interesses do mercado um valor absoluto e autoritário.

O artigo aborda a importância do cumprimento dos Direitos Humanos em sua ordem social fragmentada pela ausência de uma verdadeira organização democrática em seu estofo político, e de que maneira o reacionarismo ideológico é um dos elementos que não poupa esforços em minar a inserção dos Direitos Humanos em nossa agenda política, cada vez mais afastada das demandas sociais mais urgentes.

O artigo reflete sobre uma análise psicossociológica do consumo e requer um desafio epistemológico que rompa com as tradições ideológicas metafísicas e, em certa medida, provoca discussões filosóficas sobre a construção e validade de seu pensamento teórico, especialmente quando contextualizado sob a égide da perspectiva da sociedade de controle e modernidade líquida. Este estudo investiga as relações de consumo na modernidade líquida, através do viés psicossocial, revelando a subjetividade líquida, plástica, fluida e mutável do consumidor em um contexto globalizado de uma sociedade de controle, que valoriza “ter” em detrimento de “ser”.

O artigo aborda alguns aspectos de minha formação educacional no período colegial, apresentando a importância do conhecimento filosófico e temas reflexivos afins na minha juventude, características que marcariam minha atuação profissional posterior como professor e minhas concepções sobre a natureza da docência.

O artigo aborda de que maneira a gestão empresarial da coisa pública no regime capitalista em sua vertente neoliberal dissolve as bases políticas do tecido social, tornando-o submetido ao crivo das determinações mercadológicas que violam a dignidade humana mediante a eliminação de sua autonomia e poder de resistência aos ditames financeiros. Para ratificar a espoliação urbana operada pelo empresariado, a violência policial é instrumentalizada para controlar a dita marginalidade social, isto é, os desprovidos de direitos civis.