The following work aims to compose an analysis of the stories brought in the book Omo-oba: stories of princesses, written by Kiusam de Oliveira (2017); narratives that rewrite with the language of the orixás in a language accessible to the children's world: Oiá, Oxum, Iemanjá, Olocum, Ajê Xalugá and Oduduá. These deities, in the original myths, have exponent representations about the strength and the sacred feminine; questions that the author keeps in the enunciation of her work, but transforms them into stories for children - since different from the adult audience, this age group has individual characteristics and needs -, making the essence of greatness that the orixás bring to be a source of representativeness to black children and other ethnicities. In this way, we can reflect on how the characters that illustrate the scripture contribute, in a diversified way, to the promotion of the praise of the ethnic-racial diversity when it gives the main voice to the orixás - black par excellence - to convey the narratives, because it does not place them in a subordinate and stereotyped position that refers to the Brazilian slave past, but resists his voice in roles of great prestige and magic. The ancestry that carries the stories enunciated by Oliveira (2017) overturns the racist buildings that were built in the socio-historical processes, destabilizes and breaks with the cliché patterns of a Eurocentric colonization, as it puts the female black body in focus, freeing itself from silence compositional, existential and poetic that had been imposed for a long time. Language is used as a weapon of representation for the empowerment and resistance of black culture, serving as a basis from the early ages., O seguinte trabalho possui como objetivo compor uma análise sobre os contos trazidos no livro Omo-oba: histórias de princesas, escrito por Kiusam de Oliveira (2017); narrativas que reescrevem com uma linguagem acessível ao mundo infantil os itãs das orixás: Oiá, Oxum, Iemanjá, Olocum, Ajê Xalugá e Oduduá. Estas divindades, nos mitos originais, possuem expoentes representações sobre a força e o sagrado feminino; questões que a autora mantém na enunciação da sua obra, porém as transforma em histórias para infâncias – já que diferente do público adulto, essa faixa etária possui características e necessidades individuais –, fazendo com que a essência da grandeza que trazem as orixás sejam fonte de representatividade às crianças negras e de demais etnias. Por esse caminho, podemos refletir como as personagens que ilustram a escritura contribuem, de maneira diversificada, para a promoção do enaltecimento da diversidade étnico-racial quando dá a voz principal às orixás – negras por excelência – para veicular as narrativas, pois não as coloca numa posição subalterna e estereotipada que remete ao passado escravocrata brasileiro, mas resiste a sua voz em papéis de grande prestígio e magia. A ancestralidade que carrega as histórias enunciadas por Oliveira (2017) derruba os edifícios racistas que foram construídos nos processos sócio históricos, desestabiliza e rompe com os padrões clichês de uma colonização eurocêntrica, pois coloca o corpo negro feminino em destaque, libertando-se do silêncio composicional, existencial e poético que por muito tempo o fora imposto. A linguagem é utilizada como uma arma de representatividade para o emponderamento e resistência da cultura negra, servindo como base desde as primeiras idades. Palavras-chave: Literatura Infantil; Orixás; Sagrado Feminino.