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\textit{Cornitermes cumulans} se distribui em áreas abertas do centro e leste da América do Sul. Seus soldados e alados apresentam grande variação morfológica que podem ocorrer por diferenças genéticas ou plasticidade da espécie. Diante disso, nosso objetivo foi caracterizar molecularmente e investigar a estrutura populacional de \textit{C. cumulans} utilizando os genes mitocondriais COI e COII, e o nuclear ribossomal ITS. Foram analisadas sequencias de 198 indivíduos para COI [número de haplótipos (h)=91], 208 para COII (h=78) e 221 para ITS (h=14). As redes de haplótipos de COII e ITS, feitas no R, não mostraram estruturação. Diferente de COI, que separou dois grupos por 29 mutações. Um dos grupos apresenta haplótipos distribuídos por todas as localidades amostradas, já o outro, apenas no RJ, ES e leste de MG. Nas análises Bayesianas para cada gene, realizadas no BEAST, é possível observar o mesmo padrão encontrado nas redes de haplótipos. A AMOVA realizada a partir desses dois grupos mostrou alta estruturação populacional para COI (FST=0,79; pST=0,11; pST=0,03; pST=0,79; pST=0,11; pST=0,03; p

Apesar de serem mais conhecidos por se alimentarem de madeira, um dos aspectos mais importantes na evolução dos cupins foi a diversificação de dietas, marcante na família Termitidae, abrangendo fontes de recursos ligno-celulósicos mais humificados. Existem diversas propostas de delimitação de grupos alimentares, entretanto o conteúdo dos papos nunca foi investigado com esse intuito, embora apresente o material ingerido mais íntegro e seja possível utilizar dados de espécimes preservados em coleções. Para explorar estas possibilidades realizamos algumas investigações de caráter exploratório, sendo a mais abrangente com o conteúdo dos papos de 15 espécies, registradas em um levantamento da termitofauna de Sooretama/ES. O conteúdo do papo de cada indivíduo foi esvaziado em uma cuba de 2,5 x 2,5 mm, preparada sobre lâmina histológica, e corado com azul de alcian e safranina, para evidenciar as estruturas vegetais e/ou minerais. De cada lâmina foram sorteados seis campos de 245 x 325 micrômetros e as partículas contabilizadas e classificadas de acordo com sua natureza. Diversas inferências foram possíveis pela observação do conteúdo de cada espécime individualmente (em especial alguns casos de coabitantes), assim como um panorama geral comparativo, através de uma análise de dissimilaridade que resultou em um dendrograma mostrando dois grandes grupos, um caracterizado pela presença de fibras dissociadas (xilófagos) e outro por conter material vegetal foliar/radicular particulado (comedores de serapilheira), além de maior quantidade de partículas minerais. Esse resultado preliminar levanta considerações sobre alimentação dos Isoptera Neotropicais, especialmente a classificação generalizada dos Apicotermitinae como geófagos e a plasticidade de dietas.