Search

Introdução: O treinamento da musculatura do assoalho pélvico (TMAP) é considerado o padrão-ouro para o tratamento e prevenção de disfunções uroginecológicas na gestação e no pós parto. Portanto, é importante o incentivo da realização desses exercícios antes, durante e após o processo gestacional para que seja mantido o condicionamento funcional dos músculos do assoalho pélvico. O aumento de pessoas com acesso a telefones móveis nos últimos anos estimulou o desenvolvimento de medidas alternativas, para o autogerenciamento da saúde. Objetivo: Desenvolver, validar e verificar os efeitos de um aplicativo de dispositivo móvel de orientação do treinamento da musculatura do assoalho pélvico em primíparas. Materiais e Método: Ensaio clínico randomizado realizado a partir da construção de um aplicativo de dispositivo móvel com intuito de expansão do acesso a informações sobre saúde perineal e gestacional e de um protocolo de TMAP. O aplicativo foi nomeado como Meu Assoalho Pélvico (MAPapp), desenvolvido em linguagem Dart, framework flutter, utilizando o banco de dados Mysql, disponível na versão Android. O processo de construção foi realizado em quatro etapas com participação de fisioterapeutas. Para avaliar os efeitos do uso do TMAP com uso do MAPapp 125 primíparas foram randomizadas em 3 grupos: Grupo App (TMAP orientado por um aplicativo de celular); Grupo Sup+Esc (TMAP supervisionado de forma online duas vezes por semana e orientações escritas de exercícios); e Grupo Sup+App (TMAP supervisionado de forma online duas vezes por semana e uso do aplicativo). Antes e 12 semanas após a intervenção as participantes foram avaliadas pelo Índice de Função Sexual Feminina e pelo Questionário Internacional de Incontinência Urinária, além de um questionário de satisfação. Resultados: Cento vinte e duas participantes forneceram os dados dos resultados. Após a intervenção, não foi observada diferença significativa sobre as queixas urinárias e escore total da função sexual nos três grupos de intervenção. O grupo App apresentou a menor média de treinos realizados (30,75 + 6,36), e as participantes que tiveram acesso ao aplicativo tiveram o nível de satisfação superior (p< 0,01). Conclusão: As usuárias do aplicativo MAPapp apresentaram pouca dificuldade e alta satisfação em utilizar a ferramenta. Os diferentes tipos de orientação de TMAP apresentaram os mesmos efeitos de manutenção de queixas urinárias e sexuais, o que corrobora com as recomendações científicas sobre a realização de exercícios perineais no período gestacional. Apesar da alta taxa de satisfação do grupo App esse apresentou a menor adesão ao programa de TMAP. Introduction: Pelvic floor muscle training (PFMT) is recommended as a first-line therapy for the treatment and prevention of pelvic floor disorders in pregnancy and postpartum. Therefore, it is important to encourage the performance of these exercises before, during and after the gestational process so that the functional conditioning of the pelvic floor muscles is maintained. The increase in people with access to mobile phones in recent years has stimulated the development of alternative measures for self-management of health. Aim: To develop, validate and verify the effects of a mobile device application to guide pelvic floor muscle training in primiparous women. Method: Randomized clinical trial based on the construction of a mobile device application with the aim of expanding access to information on perineal and gestational health and a TMAP protocol. The application was named Meu Assoalho Pelvic (MAPapp), developed in Dart language, flutter framework, using the Mysql database, available in the Android version. The construction process was carried out in four stages with the participation of physical therapists. To assess the effects of using PFMT with the use of MAPapp, 125 were randomized into 3 groups: App Group (PFMT guided by a cell phone application); Sup+Esc Group (PFMT supervised online twice a week and written exercise guidelines); and Sup+App Group (PFMT supervised online twice a week and application use). Before and 12 weeks after the intervention, the participants were evaluated by the Female Sexual Function Index and the International Urinary Incontinence Questionnaire, in addition to a satisfaction questionnaire. Results: One hundred twenty-two participants provided outcome data. After the intervention, there was no significant difference in urinary complaints and total sexual function score in the three intervention groups. The App group had the lowest average number of training sessions (30.75 + 6.36), and the participants who had access to the app had a higher level of satisfaction (p< 0.01).Conclusion: Users of the MAPapp application had little difficulty and high satisfaction in using the tool. The groups of different types of PFMT guidance had the same effects in maintraining urinary and sexual complaints which corroborates the scientific recommendations on perfoming perineal exercises during pregnancy. Despite the high satisfaction rate of the App group, it showed the lowest adherence to the exercise program. Tese (Doutorado) 2024-05-01