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The text investigates the interactions between dance and music in the piece Colaboração: 16 variações sobre um tema (Collaboration: 16 variations on a theme) by the dancer Maria Alice Poppe and the musician Tato Taborda. Its structure, a set of variations on a theme that reappears at the end, echoes Bach’s Goldberg Variations. Each of the variations refers to seminal themes, works and issues in contemporary dance and contemporary music, such as silence, noise, listening and body awareness, deepening the reflection on the interaction between sound and gesture, in the works and concepts of others artists, but also in works by the two artists, created over 10 years of artistic collaboration.

Colaboração ou 16 Variações sobre um Tema: conformações paradoxais entre dança, música e conceito – O texto investiga a relação entre dança e música na peça Colaboração: 16 variações sobre um tema, criada e interpretada pela bailarina Maria Alice Poppe e pelo músico Tato Taborda. Sua estrutura, um conjunto de variações sobre um tema que reaparece ao final, ecoa as Variações Goldberg de Bach. As variações de Colaboração remetem a temas e questões seminais da dança e da música contemporânea, como o silêncio, o ruído, a escuta e consciência corporal, aprofundando uma reflexão acerca da interação entre som e gesto nas obras e conceitos de outros criadores, mas, também, nas obras dos dois artistas criadas ao longo de 10 anos de colaboração artística.

Os termos senpai e kohai referem-se a um modo de relação entre estudantes onde o mais experiente, o senpai, serve de referência para o menos graduado. Esse texto, escrito pela perspectiva de um kohay, busca apresentar de forma breve alguns aspectos da atuação do compositor Rodolfo Caesar, seja no âmbito da criação musical ou em seu modo de navegação pelas vias sinuosas da vida acadêmica, acentuando a singularidade de sua produção nos dois campos. Partindo de sua formação em ambientes fortemente marcados pela experimentação, no Brasil e na França, o pensamento de Caesar sobre a escuta, posto em ato em obras e textos ao longo de mais de 4 décadas, impõe-se por sua originalidade e elegância.

Esse texto propõe um deslocamento da noção de instrumento musical da ordem do objeto utilitário para a do indivíduo, não apenas dotado de uma voz, dadas as suas características físico-acústicas, mas também de uma fala, de uma potência discursiva. Para isso convoca o pensamento do filósofo francês Gilbert Simondon que, já a partir da década de 50, trouxe uma nova perspectiva para a questão da individuação de entes não orgânicos, técnicos, tecnológicos, propondo uma ontologia do objeto técnico com sua tese Du modes de existence des Objets Techniques. O campo de experimentação para essas reflexões é um trecho do documentário Nelson Freire, onde são investigados os modos de relação entre um piano de concerto e dois indivíduos humanos com quem interage.