1. QUESTÕES DE GÊNERO NA ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE MOÇAMBICANA: A MULHER EM XEQUE EM NIKETCHE: UMA HISTÓRIA DE POLIGAMIA DE PAULINA CHIZIANE
- Author
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TEIXEIRA, R. D. S., MARCELINO, J. L. L., PAES, I. O., SCHIFFER, M. F., QUEIROZ, A. O., and OLIVEIRA, J. J.
- Abstract
Made available in DSpace on 2018-08-23T22:01:56Z (GMT). No. of bitstreams: 1 tese_12046_RejianedosSantosTeixeira .pdf: 793508 bytes, checksum: 55805b13a51927992ef6f5083cc4188f (MD5) Previous issue date: 2018-05-03 O romance Niketche: uma história de poligamia, da autora moçambicana Paulina Chiziane, apresenta ao leitor as reflexões sobre o que é ser mulher negra em uma sociedade patriarcal e pós-colonizada. Nele são reveladas as incertezas e sofrimentos das mulheres moçambicanas que lutam pelo reconhecimento social e de si, buscando seu lugar em uma sociedade fragmentada pelas imposições da opressão colonial e da modernidade. Ao apresentar suas personagens femininas compelidas a conviver com a violência do patriarcado eurocêntrico, Niketche retrata o passado e presente destas mulheres e os obstáculos na busca por seu empoderamento. Assim, a pesquisa buscou levantar discussões que teorizam sobre as relações de opressão, subjetivas e intersubjetivas, entre gêneros conferidos às mulheres colonizadas, além de tecer uma crítica aos estudos feministas hegemônicos que não consideram as idiossincrasias femininas e veem o gênero como separado da raça e classe, tratando a categoria mulher como universal e ocultando de suas pautas as relações de opressões sofridas pelas mulheres negras. Como forma de analisar os efeitos da imposição colonial na estrutura social de Moçambique e na vida de suas cidadãs foram utilizados os estudos de gêneros da socióloga moçambicana Isabel Maria Casimiro, da pesquisadora Signe Arnfred e da teóloga Irene Dias de Oliveira que discorrem sobre as rupturas que a tradição africana sofreu com a colonização. O aporte teórico que auxilia a pesquisa no que tange sua história antes, durante e póscolonização são dos historiadores José Luís Cabaço e José Capela, além das contribuições de Pe. Raúl Altuna sobre a cultura Bantu etnia predominante em Moçambique. As discussões sobre o feminino e suas rupturas com a tradição e empoderamento na sociedade moçambicana atual foram traçadas com o olhar das teóricas femininas africanas Ana Maria Loforte, Oyeronke Oyewumi, Marie Pauline Eboh, Conceição Osório e Teresa Cruz e Silva, que analisam as relações de dominação estabelecidas pelo gênero na sociedade atual. Contribuições dos estudos da ensaísta Inocencia Mata e do filósofo camaronês Achille Mbembe enriqueceram as discussões sobre o tema estudado.
- Published
- 2018