1. Hiperlactatemia à admissão na UTI é um determinante de morbimortalidade em intervenções cirúrgicas não cardíacas de alto risco Hyperlactatemia at ICU admission is a morbid-mortality determinant in high risk non-cardiac surgeries
- Author
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Samantha L. S. Almeida, Cristina P. Amendola, Vanessa M. Horta, Érica Sousa, Célio A. B. Gusmão, João M. Silva Júnior, and Ederlon Rezende
- Subjects
lactato ,morbidade ,mortalidade ,pacientes cirúrgicos ,lactate ,morbidity ,mortality ,surgical patients ,Medical emergencies. Critical care. Intensive care. First aid ,RC86-88.9 - Abstract
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Um dos maiores desafios dos médicos intensivistas é o controle da hipoperfusão tecidual, sendo o lactato sérico classicamente aceito como indicador de hipóxia tecidual. Deste modo, estudos demonstraram boa correlação entre o lactato e o prognóstico no choque e durante a reanimação. O objetivo deste estudo foi avaliar a utilidade clínica do lactato arterial à admissão na UTI como indicador de morbimortalidade em pacientes críticos no pós-operatório de intervenções cirúrgicas não cardíacas de alto risco. MÉTODO: Estudo de coorte prospectivo observacional, realizado em UTI de hospital terciário no período de 4 meses. Foram coletados dados demográficos, lactato arterial e complicações no pós-operatório de pacientes submetidos à intervenções cirúrgicas de grande porte. Para análise estatística foi considerado significativo p < 0,05. A habilidade preditiva dos índices em diferenciar sobreviventes e não sobreviventes foi verificada utilizando curvas ROC. Estimativas de permanência na UTI foram calculadas utilizando o método de Kaplan Méier. RESULTADOS: Foram incluídos 202 pacientes, sendo 50,2% do sexo feminino, com média da idade de 66,5 ± 13,6 anos, APACHE II 17,4 ± 3,0, mediana do MODS 4 (2-6). A duração mediana das intervenções foram 4h (3 a 6h), 70,7% de cirurgias eletivas, a mortalidade na UTI e hospitalar foram 15,6% e 33,7%, respectivamente. O melhor valor de lactato que discriminou mortalidade foi 3,2 mmol/L, sensibilidade de 62,5% e especificidade de 78,8%, área sob a curva de 0,7. Não sobreviveram 62,5% dos pacientes com lactato > 3,2 versus 21,2% de sobreviventes (OR = 2,95 IC95% 1,98 - 4,38, p < 0,0001). O tempo de permanência na UTI foi mais elevado quando lactato > 3,2 mmol/L (log rank 0,007). CONCLUSÕES: Os pacientes cirúrgicos não cardíacos de alto risco admitidos na UTI com hiperlactatemia, definida com lactato >3,2 mmol/L, apresentaram risco aumentado de morte e permanência prolongada na UTI.BACKGROUND AND OBJECTIVES: One of the greatest challenges found by the intensivists in their daily activities is tissue hipoperfusion control. Blood lactate is generally accepted as a marker of tissular hypoxia and several studies have demonstrated good correlation between blood lactate and prognosis during shock and resuscitation. The aim of this study was to evaluate the clinical utility of arterial blood lactate as a marker of morbidity and mortality in critically ill patients in the post-operative period of high risk non-cardiac surgeries. METHODS: Prospective and observational cohort study realized in an ICU of a tertiary hospital during a four month period. Demographic data of the patients submitted to high risk surgeries were collected, besides arterial lactate measures and number and type of complications in the post-operative period. To the statistic analysis was considered as significant a p < 0.05. The predictive ability of the indexes to differentiate survivors from non-survivors was tested using ROC curves. Lenght of ICU stay estimation where calculated by Kaplan Meier method. RESULTS: Were included 202 patients. 50.2% were female and their mean age was 66.5 ± 13.6 years. APACHE II score was 17.4 ± 3.0 and the median of MODS score was 4 (2-6). Median lenght of surgeries was 4h (3-6h). 70.7% of the surgeries were elective ones. ICU and hospital mortality were 15.6% and 33.7%, respectively. The best lactate value to discriminate mortality was 3.2 mmol/L, with sensitivity of 62.5%, specificity of 78.8% and an area under the curve of 0.7. 62.5% of patients with lactate > 3.2 did not survive versus 21.2% of survivors (OR = 2.95 IC95% 1.98- 4.38, p < 0.0001). ICU lenght of stay was greater when > 3.2 mmol/L (log rank 0.007) lactate. CONCLUSIONS: High risk patients submitted to non cardiac surgeries and admitted to the ICU with hiperlactatemia, defined as an arterial lactate > 3.2 mmol/L, are prone to a longer ICU lenght of stay and to die.
- Published
- 2006
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