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This article analyses a series of articles published in Portuguese and Indian newspapers concerning the business trips of Portuguese Prime Minister António Costa to India in January 2017 and December 2019. It aims to scrutinise how, on the one hand, India and his Prime Minister, Narendra Modi, are presented in the Portuguese press and, on the other, how Portugal and António Costa are portrayed in the Indian press. What are the media frameworks and the language used by political actors and journalists during these trips? What are the affinities and the contrasts in the texts which circulate in the printed press in the colonial and in post-colonial periods? Does the coverage in the Portuguese and Indian presses at the beginning of the 21st century give us any indication of some post-colonial resentment in the current relations between India and Portugal? Or are commercial and technological interests overshadowing this past of Portuguese imperial rule in the Indian subcontinent? [ABSTRACT FROM AUTHOR]

O pastor metodista Justus Nelson ganhou grande destaque no Pará ao divulgar suas ideias e, consequentemente, polemizar com a Igreja Católica por meio dos jornais O Liberal do Pará, Diario de Noticias e A Republica. No intuito de cruzar os discursos dos jornais oitocentistas com as estruturas sociais vigentes, evidenciando o envolvimento entre sujeito e seu contexto por meio dos significados construídos, fiz uso dos pressupostos teóricos de Gramsci, aliado às fontes documentais, principalmente os periódicos do final do século XIX, juntamente com a bibliografia referente ao tema proposto. Com isso, minha intenção foi mostrar como a presença protestante, a partir dos discursos de Justus Nelson, foi notável em solo amazônico, abordando suas convicções religiosas e seus embates com a realidade político-jurídica da década de 1880.

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Resumo: O presente artigo analisará o romance-folhetim O Reino encantado: crônica sebastianista, de Tristão de Alencar Araripe Júnior, publicado na Gazeta de Notícias em 1878. A obra narra a história de um movimento messiânico que se instalou no sertão de Pernambuco entre os anos de 1836 e 1838 e que reuniu centenas de pessoas, entre elas sertanejos livres, índios e escravos fugidos. Partindo do pressuposto de que a escolha da literatura que preenchia os rodapés do jornal não se restringia a critérios comerciais, mas se pautava também pelo potencial da seção para se discutir questões sociais candentes, a proposta é realizar o estudo do folhetim articulando-o ao conteúdo das outras colunas da Gazeta; ao contexto histórico imediato de sua publicação; aos debates sobre os caminhos da abolição no Brasil; e à questão do protagonismo dos escravos nas lutas pela liberdade.

Resumo Artigo que apresenta o processo que culminou com a dissolução da Assembleia Constituinte de 1823 a partir das fontes jornalísticas do tempo. Ao se deter sobre o papel central da imprensa no desenrolar dos acontecimentos, o texto revela a ambiguidade da ação dos irmãos Andrada, especialmente José Bonifácio, antes e depois de sua saída do ministério. O uso que fizeram da imprensa para perseguir adversários e exaltar seus atos se evidencia não só com a publicação do Tamoio, mas também com o controle que mantiveram sobre o Diário do Governo mesmo depois da demissão. O artigo conclui com uma indagação sobre os reais objetivos da violenta campanha dos Andrada contra o governo.

O texto centra-se na participação política das mulheres portuguesas nas eleições presidenciais de 1958 em Portugal. Para enquadrar a temática, procurou-se compreender a emancipação feminina entre a I e a II República Portuguesa. O surgimento de algumas instituições, como a Mocidade Portuguesa Feminina e a Obra das Mães pela Educação Nacional, é retratado como um mecanismo de controlo e disseminação dos valores morais vigentes durante o Estado Novo. Numa abordagem metodológica reflexiva através da análise das fontes primárias e secundárias, o artigo desvenda as ações políticas das mulheres, com especial enfoque nas eleições presidenciais de 1958. Neste alinhamento, é evidenciado no artigo a exígua participação das mulheres comparativamente aos homens, de acordo com a imprensa nacional em análise: Diário de Lisboa, Novidades e República. A imprensa deu a conhecer aos leitores as comissões de senhoras de apoio aos candidatos Humberto Delgado e Arlindo Vicente e destacou alguns artigos de opinião redigidos por mulheres, sobretudo as mais instruídas da época. No que concerne à cobertura jornalística, o jornal República foi aquele que mais notícias e artigos de opinião publicou durante toda a campanha eleitoral, sendo alvo de censura permanentemente.

O presente artigo tem como objetivo analisar as relações, discussões e repercussões na imprensa piauiense a respeito da eleição municipal de 1976. Para isso, a narrativa é construída a partir dos escritos do jornal O Liberal, que surgiu quando a censura à imprensa era legalizada pelo Ato Institucional nº 5, mas que se autodescrevia fazendo um jornalismo crítico, político e noticioso. A análise é necessária para compreender a reconfiguração política, as reações e os desdobramentos após as eleições de 1974, que levaram à ascensão do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e à busca por continuidade no poder pela Aliança Renovadora Nacional (ARENA). O jornal piauiense O Liberal desempenhou papel crucial na difusão das narrativas arenistas que levaram às eleições municipais de 1976, cujo objetivo era frear o crescimento eleitoral do MDB e permanecer no controle do estado. Tais discursos são acompanhados em diferentes edições do periódico entre o segundo semestre dos anos de 1975 e 1976.

RESUMO Entre 1820 e 1823, o Brasil vivenciou o que tradicionalmente ficou conhecido como processo da independência. Em meio às disputas políticas, a imprensa teve uma participação ativa como tribuna pública, representando as ideias de seus editores e do segmento ideológico por eles representado. Este artigo analisa o discurso político presente nas páginas do jornal O Brasileiros em Coimbra, editado em Portugal pelo baiano Candido Japiassú. Para tanto, usamos como referência o conteúdo de uma carta publicada no jornal por uma baiana anônima identificada somente como “F”. A própria dinâmica do universo feminino da família Figueiredo e Melo, e a subjetividade do olhar de “F” sobre a guerra de independência na Bahia, podem ser analisadas com base no diálogo das diferentes escalas de análise entre o micro e o macro, em direta sintonia com a proposta metodológica da micro-história.

A passagem do século XVIII para o XIX foi marcada por modificações políticas e sociais nos países americanos e europeus, conectando realidades distantes e permitindo o compartilhamento de experiências. O artigo analisa como os movimentos liberais europeus foram abordados pelos periódicos do Brasil entre 1821 e a chegada da notícia do Fico nas províncias em que foram publicados. A pesquisa utiliza dados quantitativos de referências e extratos de jornais estrangeiros, além de análise qualitativa dos textos para mostrar como os editores usavam essas notícias em prol de causas políticas. Os periodistas criaram uma identidade liberal para mobilizar o público em defesa de seus interesses, com base no compartilhamento de experiências entre os dois lados do Atlântico. Essa identidade foi marcada pela polarização entre "liberais" e "déspotas", estimulada em 1821 em defesa do movimento político constitucionalista em Portugal.

O artigo tem o objetivo de investigar a utilização dos agroquímicos em Soledade/RS entre os anos de 1989 e 1990. O uso intensivo de químicos nas lavouras esteve associado à disseminação do pacote tecnológico da Revolução Verde, adotado no Brasil. Esta tecnologia fez parte do processo de modernização da agricultura que tinha como premissa o aumento da produção e da produtividade. O presente estudo emprega os referenciais conceituais e metodológicos da História Ambiental. Concluiu preliminarmente que problemas ambientais importantes estiveram ligados ao uso intensivo dos agroquímicos como a contaminação de pessoas, animais e mananciais hídricos; assim como, colaborou para estigmatizar o agricultor responsabilizando-o pelos acidentes com químicos.

Mesmo após a independência brasileira em 1822 é visível a existência de um intercâmbio entre intelectuais brasileiros e portugueses, e de iniciativas que buscavam aproximações entre os dois lados do Atlântico – todavia, numa relação permeada por conflitos e tensões. Identificamos a Revista da Instrução Pública para Portugal e Brasil (1857-58), idealizada e editada por António Feliciano de Castilho e Luís Filipe Leite, como o primeiro periódico que se propõe a tratar da aproximação entre Brasil e Portugal pela via da educação. Neste artigo, procede-se a uma análise sumária da evolução político-cultural do período que vai da Ilustração e Revolução Francesa às Revoluções da década de 1840, incluindo a Regeneração Portuguesa em meados do século XIX. Analisa-se, por fim, a Revista da Instrução Portugal-Brasil à luz do contexto histórico dos dois Países, mapeando-se os avanços e recuos no programa de geminação encetado por Castilho.

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The article analyzes two magazines produced by the Capuchin friars in two different regions, El Adalid Seráfico de Sevilla and El Heraldo Seráfico de Cartago, using a comparative methodology. It proposes to study these publications using the communication circuit developed by Robert Darnton, with an emphasis on the people involved in the processes of production, distribution, and consumption. Since the late 19th century, the Capuchin Order began financing magazines with doctrinal content and printing workshops wherever they were present. The objective of this study is to analyze the Capuchin magazines from a comparative perspective. [Extracted from the article]

The article analyzes the development of journalism in the Argentine province of Entre Ríos between 1819 and 1871. During this period, journalism in Entre Ríos was mainly state-controlled, with the emergence of official newspapers and the use of the press as a tool of war and factionalism. General Urquiza played a key role in the development of journalism in the region, financing and directly controlling the creation of newspapers. However, after his death in 1870, the system of state support for newspapers collapsed and the Entre Ríos press was at a disadvantage compared to the major newspapers in Buenos Aires. [Extracted from the article]

The aim of the article is to analyze the representations about Stroessner and his government in the Brazilian newspaper O Globo between the Paraguayan dictator presidential inauguration in August 1954 and the exile of Argentine president Juan Domingo Perón in Paraguay between October 2nd and November 2nd, 1955. Perón's exile aroused the interest of the international press and led O Globo to analyze Stroessner based on the anti-Peronism that existed in the Brazilian liberal press. For the Paraguayan opposition, it was an opportunity to denounce the authoritarianism that exists in the country. The article proposes a reading of the Stroessner dictatorship from a transnational perspective. Furthermore, it points to the existence of questions about Stroessner in the Brazilian press before the deepening of Brazil-Paraguay relations during the government of Juscelino Kubitschek (1956-1961). [ABSTRACT FROM AUTHOR]

The media possess the power to place an issue of such social importance as racism on the public agenda, in addition to their responsibility to help combat expressions of hate instead of fuelling them. This study analyses online coverage by the four main Spanish sports newspapers (Marca, As, Mundo Deportivo and Sport) of the racist insults suffered by the Real Madrid footballer Vinicius Junior in the 2022-23 season. Although similar events had occurred in the past with other players, the attacks on the Brazilian striker alone accounted for 25% of the 3,572 reports of racism in sport published by these media outlets in the player's five seasons in LaLiga. The study identifies the factors that unleashed this media storm, including the protagonist's public profile, and confirms that when faced with an exceptional situation such as this, the newspapers published in two cities with such a fierce football rivalry as Madrid and Barcelona respond with similar degrees of attention, though they do take different approaches. The capital's media (Marca and As) present the player exclusively as a victim of the attacks with no type of reproach towards him. However, one in ten texts on the Catalan portals (Mundo Deportivo and Sport) spoke of supposed provocative attitudes by the player or mention complaints of preferential treatment when compared to other sportspersons affected by similar attitudes of hatred. [ABSTRACT FROM AUTHOR]

The article aims to investigate the use of pesticides in Soledade, a municipality in Rio Grande do Sul, between the years 1989 and 1990. The intensive use of chemicals in the fields has historically been associated with the spread of the technological package of the Green Revolution, adopted in Brazil in the 1950s. This technology was part of the modernization process of agriculture, which aimed at increasing production and productivity. For the present investigation, this study employs the conceptual and methodological frameworks of Environmental History, using press and oral sources. It was concluded that various significant environmental problems were linked to the intensive use of pesticides in the mentioned region, such as the contamination of people, animals, and water sources, contributing to the stigmatization of the farmer who was socially held responsible for chemical accidents. [ABSTRACT FROM AUTHOR]

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Entre os anos de 1963 e 1995, o contista paulistano João Antônio (1937-1996) se correspondeu com o amigo, também escritor, jornalista e historiador itapirense, Jácomo Mandatto(1933-2009). Os documentos produzidos por essa troca epistolar foram, em sua maioria, doados ao Fundo João Antônio, localizado no CEDAP – Unesp/Assis, no início dos anos dois mil, tendo sido organizados no que se convencionou chamar de “Coleção Jácomo Mandatto”. Dentre as centenas de cartas enviadas pelos correspondentes, este artigo analisa um conjunto no qual o escritor denuncia o que chama de “calote” por parte de grupos com quem estabeleceu parcerias de natureza comercial. Em um tempo em que não existiam as redes sociais ligadas à internet, era preciso muita criatividade para que tais denúncias chegassem ao grande público. Nesse sentido, as cartas tinham papel estratégico, pois permitiam a articulação em rede de escritores e jornalistas Brasil a fora. Analisaremos neste artigo algumas cartas de natureza híbrida, visto que ao mesmo tempo em que são documentos pessoais, também são destinadas ao público. Trata-se das chamadas cartas ostensivas/circulares, cuja função era sair da esfera íntima e alcançar a imprensa. Para tanto, elas eram enviadas para o maior número de correspondentes possível e publicadas em jornais e revistas.

O futebol é um importante marcador dos processos de modernização que encontram lugar no século vinte. Não é diferente em Florianópolis, capital de Santa Catarina, Sul do Brasil, que se supõe ter sido o viu pela primeira vez em 1910. Nas duas décadas seguintes esse esporte já era um fenômeno que, junto com o desenvolvimento da imprensa e de uma crescente vida urbana, estabelecia-se como dispositivo de distinção social. O presente trabalho ocupa-se do lugar que tal modalidade encontrou na imprensa local nas décadas de 1920 e 1930, com especial atenção ao movimento de profissionalização do esporte. Os documentos compõem-se de notas, colunas e cartas dedicadas ao futebol, em jornais como O Tempo e O Estado. Elas foram analisadas a partir do desenvolvimento de algumas categorias-chave, como a formação do sportsman, a presença do futebol como prática efetiva de sociabilização, a emergência e circularidade de novas equipes, a instituição de um espaço público, ainda que limitado às camadas sociais mais altas. Os resultados apontam, entre outras questões, para a reafirmação do etos amadorístico demarcado na figura do gentleman, com sua específica masculinidade, a incipiente preocupação com uma pedagogia corporal adequada ao esporte, a instituição de uma retórica futebolística na imprensa periódica. Identificador permanente (ARK): http://id.caicyt.gov.ar/ark:/s18535925/yvxx0t7vj

Enquanto o Estado Novo, no contexto do pós-Segunda Guerra Mundial, se reposicionava perante o crescimento da oposição interna e a nova geopolítica da Guerra Fria, o jornal A Nação (1946-1948) foi um instrumento de propaganda e doutrinação da extrema-direita. As suas páginas foram pautadas por temas recorrentes do ideário fascista, fazendo o jornal a defesa de Mussolini e do Nazismo. Tendo presente os conceitos de «palingénese» e de «comunidades imaginadas», assim como outros elementos estruturantes do fascismo, este artigo pretende analisar de que modo os seus leitmotiven foram pensados numa estratégia discursiva agressiva e mobilizadora. Por outro lado, procura passar em revista outros elementos, como a secção poética, a iconografia e uma certa visão do mundo que, a certo ponto, se julgou transcendente. Sobretudo, a referência à palingénese permitirá mensurar de que modo a hipótese de um «renascimento» foi (ou não) equacionado.

A cultura do cancelamento é uma expressão usada para se referir a uma forma de estigmatização social em que alguém é empurrado para fora dos círculos sociais ou profissionais devido a uma conduta considerada ofensiva pelos pares e pelo público em geral. Este artigo discute as características deste processo no ciberespaço a partir de uma pesquisa documental junto à imprensa e à rede sociodigital X entre os anos de 2018 e 2022. O objetivo foi demonstrar a presença de padrões e recorrências na prática do cancelamento contra personagens públicos sugerindo haver a existência de três tipologias principais: os cancelados, os revogados e os incanceláveis. Foram analisados 18 casos de cancelamento com grande repercussão na sociedade brasileira, dos quais 4 foram selecionados para indicar a existência destas tipologias. Os resultados alcançados indicam que a cultura do cancelamento, embora multifacetada, possui características próprias a cada tipo. De um modo geral, seus desdobramentos apontam para a relevância cultural e política do debate sobre o impacto das redes sociodigitais nos comportamentos sociais offline, uma vez que os resultados revelam a possibilidade de reação e manifestação da opinião públicas a práticas e discursos considerados moralmente ofensivos, em particular direcionados a grupos historicamente marginalizados e oprimidos.

Este artigo tem por objetivo compreender a construção histórico-discursiva (AHD) do Jornal Folha de S.Paulo acerca da sua atuação como grande imprensa na ditadura civil-militar brasileira. Para constituir o corpus da pesquisa, foram analisados 7.021 editoriais publicados entre janeiro/1961 e dezembro/1988. Com base nas estratégias discursivas de nomeação, predicação, argumentação, representação e intensificação observou-se, ao longo dos 28 anos pesquisados, a oscilação entre duas construções discursivas aparentemente dicotômicas: Imprensa imparcial versus Imprensa formadora de opinião. Esse resultado explicita a atuação da imprensa na sociedade como um significativo ator político sempre vinculado ao contexto histórico e aos seus interesses empresariais.

RESUMO O presente artigo tem como objetivo analisar a produção e circulação de canções de marcha ou de guerra no Brasil durante a Primeira Guerra Mundial e imediato pós-guerra (1914-1919), utilizando como fonte a imprensa nacional. Primeiramente, propomos um pequeno debate sobre canções de marcha ou de guerra a partir da historiografia mais recente sobre a Primeira Guerra Mundial, baseada nos conceitos de cultura de guerra e propaganda, porém, com foco em estudos acerca das relações entre música e guerra. Na ausência de uma produção brasileira sobre o tema no âmbito da Primeira Guerra Mundial, procuramos agregar ao debate alguns estudos brasileiros sobre o tema das canções de marcha ou de guerra. Em seguida, analisamos o debate em torno do concurso de canções de marcha organizado pela revista carioca Selecta, lançada em meados de 1915 pelo grupo Fon-Fon! Por fim, complementamos nossa análise com a inclusão de três canções de marcha produzidas por grandes nomes da música e literatura brasileira que foram divulgadas na imprensa carioca.

RESUMO Antonio Callado e seus escritos, de maneira geral, são interpretados por analistas como pertencentes ao campo da esquerda. Entretanto, seus primeiros trabalhos no jornalismo, na dramaturgia e na literatura, quando inseridos nos respectivos campos em que foram concebidos, denotam orientações ideológicas e estéticas conservadoras. Conforme evidências de parte da correspondência - inédita - trocada entre ele e intelectuais de grande projeção pública entre as décadas de 1950 e de 1960, é possível sugerir que Callado, posicionando-se dessa forma, teceu laços com intelectuais de diferentes tendências políticas e artísticas e, assim, conquistou posições mais proeminentes no âmbito da impressa e das letras. Desse modo, os sentidos de suas variadas formas de engajamento poderiam ser compreendidos sob outra ótica.

RESUMO Este artigo apresentará o ideário do Movimento Bandeira e a composição imagética da revista S. Paulo (1936). Nosso objetivo será discutir como o ideário desse movimento político-cultural foi utilizado como estratégia discursiva para compor a visualidade do referido órgão publicitário. Para apresentarmos essa apropriação, faremos a exposição das formas como a produção cafeeira, a cidade de São Paulo e o “mito bandeirante” foram trabalhados visualmente nesse periódico. Consideramos que a leitura da revista S.Paulo será de extrema relevância, uma vez que apresentaremos a interação entre o ideário do Movimento Bandeira e os usos políticos das fotomontagens. Com a análise, esclareceremos os meios pelos quais o corpo editorial da revista lançou mão da fotografia e da fotomontagem para transmitir uma mensagem política.

RESUMO Durante a Primeira República, sobretudo após a separação entre Igreja e Estado e a instituição do casamento civil em 1890, o divórcio tornou-se tema de debate entre a população brasileira. Em meio aos políticos, juristas, clérigos e jornalistas que se ocuparam com a questão divorcista estava Carmen Dolores, pseudônimo de Emília Moncorvo Bandeira de Melo, cronista do jornal O País. Carmen Dolores atuou de forma vigorosa na defesa da causa divorcista, atrelando-a ao incipiente feminismo que começava a tomar formas no Brasil e construindo laços de solidariedade com outras/os ativistas da causa. Sua atuação não se limitou às páginas da imprensa, estando ela, também, presente nas reuniões do Instituto da Ordem dos Advogados do Brasil (IOAB) como ouvinte para apoiar as/os advogadas/os em defesa do divórcio.

O presente artigo pretende discutir a coluna semanal intitulada “Pessoas, coisas e animais”, escrita por Gilberto Freyre e publicada na revista O Cruzeiro entre 1948 e 1967. A partir de Casa-Grande & Senzala (1933), Freyre passou a ocupar um lugar de destaque na vida pública brasileira, com extensa, mas pouco estudada, participação na imprensa, cujo alcance pode ter exercido papel decisivo na difusão de sua interpretação do Brasil. A revista O Cruzeiro (Rio de Janeiro) foi o principal veículo utilizado por Freyre para alcançar grandes públicos, em escala nacional, e por onde foi capaz de rotinizar certa imagem do país, inclusive a tese da democracia racial.

In this article we intend to present some considerations (more than explanations) about the field of meanings of the words homeland and patriotism in Portugal in the aftermath of the Liberal Revolution of 1820. To this end, we will use as a reference a periodical called Patriota Portuense, published between January and December 1821 in Porto. The article is divided into two fundamental parts. Firstly, we will try to understand how the concepts of homeland and patriotism gained popularity in the educated and politicized circles of Enlightened Europe, especially in Spain, France and England. We chose these countries because of their preponderance in the experience of the first Portuguese liberalism and in the interpretations of the concepts under analysis, in the case of the last two even because of the experience and learning that exile will provide. In the second, we will focus on the revolutionary meaning that, with the military pronouncement of 1820, in Portugal, these terms definitively began to be enunciated through the Patriota Portuense. As we consider newspapers to be key analytical instruments for conceptual history, we will try to see, in an unstable political context, what meanings were attributed by this periodical to words and how it tried to act on reality. [ABSTRACT FROM AUTHOR]

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Resumo A década de 1990 é um período importante para a institucionalização do futebol de mulheres no Brasil. Impulsionado pela realização da primeira edição da Copa do Mundo de Futebol Feminino na China (1991) e pela introdução da modalidade nos Jogos Olímpicos de Atlanta (1996), o futebol de mulheres passou a aparecer nas páginas esportivas de jornais brasileiros de grande circulação. O objetivo deste artigo é analisar as representações da mídia impressa brasileira sobre o futebol de mulheres, na década de 1990, a partir das notícias que envolviam sua prática especialmente no contexto de sua seleção nacional. Para isso, foram selecionados dois jornais de grande circulação: O Estado de S. Paulo e o Jornal do Brasil. Conclui-se que as representações do futebol de mulheres na mídia impressa transitavam entre a erotização do corpo das jogadoras e o estranhamento àquelas que não se adequaram a determinados padrões considerados socialmente como aceitos, observando-se claros indícios de lesbofobia na imprensa brasileira. Resumen La década de 1990 es un periodo importante para la institucionalización del fútbol de mujeres en Brasil. Impulsado por la primera edición del Mundial Femenino en China (1991) y la introducción de este deporte en los Juegos Olímpicos de Atlanta (1996), el fútbol de mujeres comenzó a aparecer en las páginas deportivas de los principales periódicos brasileños. El objetivo de este artículo es analizar las representaciones de los medios impresos brasileños sobre el fútbol de mujeres en la década de 1990, a partir de las noticias que involucran su práctica especialmente en el contexto de su selección nacional. Para ello, se seleccionaron dos periódicos de gran circulación: O Estado de S. Paulo y Jornal do Brasil. Se concluyó que las representaciones del fútbol femenino en los medios de comunicación impresos se movían entre la erotización de los cuerpos de las jugadoras y el distanciamiento hacia aquellas que no se ajustaban a ciertos estándares considerados socialmente aceptados, observándose claros signos de lesbofobia en la prensa brasileña. Abstract The 1990s are a crucial period for institutionalizing women’s soccer in Brazil. Driven by the first edition of the Women’s World Cup in China (1991) and the introduction of the sport in the Atlanta Olympic Games (1996), women’s soccer started to appear on the sports pages of major Brazilian newspapers. This article aims to analyze the representations of Brazilian printed media about women’s soccer in the 1990s, based on the news involving its practice, especially in the context of the national team. For this purpose, two prominent circulation newspapers were selected: O Estado de S. Paulo and Jornal do Brasil. It was concluded that the representations of women’s soccer in the printed media moved between the eroticization of the players’ bodies and the estrangement to those who did not fit specific standards considered socially accepted, observing clear signs of lesbophobia in the Brazilian press.

O objetivo desse artigo é problematizar o período de euforia econômica dos anos Juscelino Kubitschek – e seu Plano de Metas – apresentados nas páginas da revista semanal Manchete e um contraponto a partir dos relatos – de vida difícil e miséria absoluta – contidos no livro Quarto de Despejo de Carolina Maria de Jesus. Mostrar os "Brasis", da segunda metade da década de 1950, a partir do olhar dessa mulher preta, pobre e favelada que, como tantas outras, não vislumbrou ou foi contemplada com a política desenvolvimentista dos "cinquenta anos em cinco". Buscamos uma análise interdisciplinar entre história, literatura, política e economia, tendo como base a obra e a ideia da escrita de si. Além disso, utilizaremos a revista Manchete para mostrar a euforia com os anos JK.

Este artigo tem como objetivo apresentar ao leitor o início da carreira jornalística de Azevedo Amaral como correspondente internacional do jornal Correio da Manhã, por meio de sua coluna intitulada "Cartas de Londres". Publicada entre os anos de 1910 e 1917, a coluna tinha como objetivo central discutir o cenário político europeu, com destaque para os acontecimentos relacionados à Primeira Guerra Mundial, os quais obtiveram grande aceitação do público leitor do jornal. O sucesso da coluna "Cartas de Londres" projetou Azevedo Amaral como um importante jornalista no início da década de 1920, no Rio de Janeiro. Além de apresentar a trajetória do jornalista, este estudo busca contribuir com a História da Imprensa, já que a imprensa periódica tem se tornado uma importante fonte documental para os historiadores nos últimos anos.

O artigo busca analisar como a Revista Veja contribuiu para o processo de desconstrução/desqualificação da imagem da presidenta Dilma Rousseff, contribuindo para a construção do golpe de Estado executado no Brasil no ano de 2016. O estudo perfaz uma discussão teórica acerca do cenário político e da ascensão dos governos de centro-esquerda no Brasil após o ano de 2002, destacando as alianças e a política neodesenvolvimentista adotada pelo bloco liderado pelo Partido dos Trabalhadores, e construindo uma cronologia do golpe de estado de 2016. Analisou-se, ainda, a narrativa presente em 5 capas da Revista Veja do ano de 2016 sobre o processo de impeachment, demonstrando como esse meio de comunicação teve papel relevante em todo o contexto que levou ao golpe da presidenta Dilma Rousseff com sua desqualificação midiática no cenário político.

O presente artigo se constrói no marco teórico da Análise de Discurso (AD) de linha francesa, considerando as reformulações e ampliações que têm sido propostas no Brasil. A temática abordada é constitutiva do discurso editorialista em torno da Democracia e da dinâmico do jogo político no cenário nacional. Nosso olhar repousa nos saberes próprios das formações discursivas que são constitutivas do discurso da imprensa enquanto forma de produção da opinião pública. Analisamos as marcas linguístico-discursivas buscando tornar visíveis as formas de dizer do discurso da mídia e as relações com suas condições de produção. As estruturas homogeneizadas pelo dizer comportam relações com implícitos e com um imaginário já instituído. No interdiscurso, buscamos o contínuo discursivo desencadeado pelo discurso da imprensa e neste o funcionamento ideológico que se possibilita no jogo discursivo que ali se apresenta.

O artigo tem por objetivo traçar o percurso do jornal A Província de São Paulo, desenvolvido nos anos mais agudos da transição monarquia-república, procurando situá-lo no contexto de expansão do movimento republicano, na então, Imperial Cidade de São Paulo, momento em que a capital paulista vivia intenso processo de mudanças no campo econômico, refletindo em sua conformação urbanística e cultural. O jornal, em suas diferentes fases, reuniu grupo de intelectuais que, visando expressar os interesses de ascensão de uma nova elite econômica em busca de prestígio e poder político, lançaram mão de uma semântica política baseada em conceitos opostos, tendo em vista a deslegitimação do sistema monárquico. Em termos teórico-metodológico, o artigo contempla os conceitos de semântica do político, de Reinhart Koselleck, em diálogo com os de repertório, de Sidney Tarrow e de ação cultural de Ann Swindler.

O trabalho discute as disputas delineadas no espaço público de Toledo, no estado do Paraná, em torno das memórias do “pioneirismo”, remissivas à fundação e emancipação do local, ocorridas nas décadas de 1940 e de 1950. Analisa como, em períodos mais recentes, tais memórias são mobilizadas nos debates sobre projetos do poder público municipal para transformar o espaço urbano. Também analisa maneiras como trabalhadores migrados para o lugar no final do século XX – e que não são considerados “pioneiros” locais – dialogam com essas memórias. Por fim, conclui que as memórias fundacionais do lugar têm um grande peso no debate público, razão pela qual muitas pessoas reivindicam para si e suas famílias reconhecimento público como “pioneiros”, algumas vezes chegando a questionar os marcos oficiais estabelecidos pelo poder público municipal.

O presente artigo situa e problematiza o imaginário social que vincula o rio Guandu, na Baixada Fluminense, às práticas de extermínio. Diversos veículos da imprensa carioca reafirmam o uso comum desse rio como ponto de desova de cadáveres, permitindo a construção e a perenização de um imaginário social expresso em diversos bens culturais brasileiros, como a poesia, a crônica policial, o cinema, as artes plásticas e a música. Buscando uma compreensão sobre a formação histórica desse imaginário, foi realizado um levantamento de edições de três jornais cariocas no terceiro quartel do século XX junto à Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional, compilando a produção de conteúdo com referências diretas a cadáveres no rio Guandu. A sistematização das informações mapeadas evidenciou três regiões de interesse, entre os anos de 1961 e 1964, que mereceram melhor atenção quanto à eventual formação de um imaginário social associando o Guandu às práticas de extermínio: o caso do “Assalto ao trem pagador”, a “Operação mata-mendigos” e caso dos “Vigilantes da Morte”.

O artigo visa refletir sobre a representação e a presença de mulheres no humor gráfico da imprensa brasileira no início do século XX. Tomaremos como fontes principais da análise três exemplos distintos: as caricaturas de mulheres feitas pela artista Nair de Teffé (com o pseudônimo Rian) na década de 1910, as ilustrações que a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino utilizou nas publicações da seção “Feminismo” do jornal O Paiz no final da década de 1920 e, por fim, as tirinhas cômicas “Malakabeça, Fanika e Kabelluda” de Patrícia Galvão (popularmente conhecida como Pagu), publicadas no periódico O Homem do Povo em 1931. Além de analisar as obras dessas mulheres, o artigo propõe uma comparação com os quadrinhos publicados pela revista O Malho, um periódico humorístico massivo do início do século XX. As ilustrações destacadas, de autoria dos caricaturistas J. Carlos e Leônidas, são representativas da produção hegemônica da época, que evocava concepções sexistas das relações de gênero. Nosso objetivo é discutir as particularidades e as similaridades das obras idealizadas pelas mulheres, em que predominaram o olhar crítico e subversivo dessas figuras diante da sociedade de seu tempo. A abordagem histórica e comparativa possibilitará recuperar essas narrativas gráficas pouco conhecidas, bem como lançar luz às relações de gênero e de poder que constituem o universo da imprensa e das publicações humorísticas do período.

O presente artigo tem por objetivo apresentar alguns aspectos da Grande Iguaçu, região localizada na Baixada Fluminense, região metropolitana do estado do Rio de Janeiro, a luz das chamadas “Epistemologias do Sul”, conceito criado pelo pesquisador Boaventura de Sousa Santos. Para tal fim, utilizando-se do livro homônimo, em especial o capítulo escrito pelo geografo Milton Santos, os conceitos de espaço, lugar e território serão evocados para balizar o entendimento do quem vem a ser esta região marcada por egressos do cativeiro, como também apresentar o periódico Correio da Lavoura, um jornal capitaneado por mão pretas, fundado pelo intelectual afroiguaçuano Silvino de Azeredo em 22 de março de 1917. O “Sul” deste artigo se fará presente ao propor um debate do que vem a ser esta região marcada por muito tempo como um lugar dominado somente pela violência, abandono e miséria. Espera-se, a partir da Pesquisa Bibliográfica enquanto metodologia de pesquisa, apresentar uma das possíveis formas de compreender as ricas Histórias de Nova Iguaçu.

António Antunes é um dos mais relevantes cartoonistas mundiais. Apresenta uma produção com características muito próprias e com uma extensão significativa, quer nacional, onde colabora com o importante semanário Expresso, quer internacionalmente, com a publicação em periódicos de grande difusão e o averbamento de vários prémios. Ao longo da sua carreira não tem escapado a grandes polémicas, como a havida com Donald Trump, mas lutando sempre por causas que considera justas através da sua Arte.