As fraturas múltiplas do terço médio da face apresentam um diagnóstico complexo e difícil de ser realizado devido ao estado clínico do paciente no momento da admissão hospitalar. Tomografias computadorizadas têm sido fundamentais para o sucesso terapêutico dos pacientes, evitando retardos e imprevistos durante o procedimento cirúrgico, bem como sequelas no pós-operatório. Sendo assim, torna-se necessário o verdadeiro conhecimento de suas indicações para usufruto dos benefícios relativos ao diagnóstico, planejamento e evolução do caso, sem que haja maiores perdas para o hospital, profissional e principalmente para o paciente. Objetiva-se estabelecer a validade dos cortes axiais e reconstruções coronal, sagital e em três dimensões (3D) no diagnóstico das fraturas do terço médio da face. Foram avaliadas imagens tomográficas de 65 pacientes com suspeita de fraturas do terço médio da face, obtidas em um tomógrafo multislice SOMATON SENSATION 64 canais (SIEMENS). A aquisição das imagens foi realizada sob o seguinte protocolo tomográfico em janela óssea: fatia com 1,0 mm de espessura com 0,5 mm de intervalo, 120kVp, 150mA, matriz de 512x512 pixel. As imagens foram analisadas através do programa Syngo fastView. O instrumento de coleta de dados constituiu de uma ficha de identificação de fraturas destinada a um Cirurgião Buco-Maxilo-Facial e a um médico especialista em Radiologia, responsáveis pela elaboração de 4 hipóteses diagnósticas, sendo: a) após a interpretação dos cortes axiais, b) após visualização da reconstrução sagital, c) após visualização da reconstrução coronal, d) após visualização da reconstrução em 3D. O padrão ouro foi a hipótese clínico-cirúrgica elaborada por um segundo Cirurgião Buco-Maxilo-Facial responsável por operar os pacientes. Para avaliar os níveis de informação dos cortes axiais, reconstruções multiplanares e reconstrução em 3D no acerto das hipóteses diagnósticas foram calculados, além do Índice Kappa, a sensibilidade, a especificidade, valor preditivo positivo, valor preditivo negativo e a acurácia. A reconstrução em 3D obteve os melhores resultados em todas as fraturas do terço médio da face enquanto que as reconstruções sagitais obtiveram os resultados menos significativos no diagnóstico dessas fraturas. As reconstruções coronais apresentaram maior validade do que os cortes axiais no diagnóstico das fraturas do teto, parede medial e soalho da órbita, osso nasal e palato, enquanto que nas 10 fraturas do osso frontal, parede lateral da órbita e arco zigomático foi possível identificar uma maior contribuição dos cortes axiais. Uma equidade de valor na acurácia dos cortes axiais e reconstruções coronais foi observada nas fraturas do seio maxilar. O protocolo tomográfico utilizado em nosso estudo está indicado para o diagnóstico das fraturas do terço médio da face. Multiple fractures of the midface exhibit a complex and difficult diagnosis to be made because the patient`s clinical status at the time of admission. CT scans have been very important in the successful treatment of patients, avoiding delays and unforeseen events during the surgical procedure and postoperative sequelae. Therefore, it is necessary to real knowledge of the indications to take advantage of the benefits for diagnosis, planning and development of the case, without further loss to the hospital, mainly for professional and patient.This study aims to establish the value of axial slices and three types of computadorized tomography reconstructions (sagittal, coronal and three dimension - 3D) to diagnose third midfacial fractures. Tomography images of 65 patients were evaluated in order to assess facial fractures. These images were obtained from 64 channels multislice SOMATON SENSATION (SIEMENS).The tomography protocol for bone tissue was: slice of 1,0 mm of width with 0,5mm interval, 120kVp, 150 mA, pattern of 512x512 pixel. The images were evaluated by Syngo FastView program. The data was based on ID sheet for facial fractures which was specific for Oral and Maxillofacial surgeons and a Radiologist specialist. Then, it elaborates 4 hypothesis after a) evaluation of axial slices, b) sagittal reconstruction, c) coronal reconstruction and d) 3D reconstruction. The gold standard was a clinical-surgical hypothesis which was done for another Oral and Maxillofacial surgeon who performed surgical procedures on these patients. Some tests were done to evaluate the levels of data from axial slices, multi field reconstructions and 3D reconstruction to get a correct diagnostic hypothesis. The tests used were Kappa index, the sensitivity, the specificity, positive and negative predictive value and the accuracy. The best results were achieved using the 3D reconstruction in all midfacial fractures, while the sagittal reconstructions had the least significant results in diagnosis these fractures. The coronal reconstructions showed greater validity than the axial slices to diagnose in orbital fractures (superior, medial walls and floor), nasal and palate fractures. On the other hand, axial slices were more valuable in other fractures such as frontal sinus fractures, orbital lateral wall fractures and zygomatic arch fractures. 12 The similar accuracy was observed on the maxillary sinus fractures using axial slices and coronal reconstruction. The tomography protocol used on this study is indicated to diagnose midfacial fractures.