Resumen En el presente artículo se someten a exégesis cuatro dimensiones composicionales de la obra El desierto prodigioso y prodigio del desierto, de Pedro de Solís y Valenzuela: en primera instancia, se precisan los fundamentos disciplinares de una poética de la ficción colonial y la pertinencia de la obra seleccionada; a continuación, se profundiza en las intertextualidades de El desierto que perfilan los mecanismos de apropiación y resignificación que, sobre los modelos culturales hegemónicos de la metrópoli, esgrimieran los sujetos culturales del Nuevo Mundo. Además, se desarticulan los paratextos del sistema, con el fin de probar que algunas de las subversiones dentro de la disputa por los significantes contrarreformistas están veladas con recursos ficcionales de altísimo valor heurístico. Finalmente, se examinan los elementos metaficcionales del texto y el estatuto de "poética en sí misma" de la obra literaria, desde el corte sincrónico de su proyección genérica, en el Campo de Referencia del siglo XVII. Abstract This article presents four exemplary compositional dimensions of the literary piece El Desierto Prodigioso y Prodigio del Desierto by Pedro de Solís y Valenzuela. In the first place, is specified the disciplinary foundations of a poetics of colonial fiction and the relevance of the selected work. Next, the article delves into the intertextualities of "El Desierto", that outlines the mechanisms of appropriation and resignification that allow the cultural subjects of the "New World" to destabilize the hegemonic cultural models of the metropolis. Concomitant to this study, the paratexts of the system are dismantled to prove that some of the subversions within the dispute over the signifiers of the "Contrarreforma" are veiled with fictional resources of the highest heuristic value. Finally, we examine the metafictional elements of the text and the statute of "poetic in itself" of the literary work, from the synchronic cut of its generic projection, in the Field of Reference of the seventeenth century. Resumo O presente artigo submete à exegese quatro dimensões composicionais da obra El desierto prodigioso y prodigio del desierto de Pedro de Solís e Valenzuela. Em um primeiro momento, os fundamentos disciplinares de uma poética da ficção colonial e a relevância da obra selecionada são especificados. Em seguida, aprofundam-se as intertextualidades do El desierto, que delineiam os mecanismos de apropriação e ressignificação que, nos modelos culturais hegemónicos da metrópole, os sujeitos culturais do "Novo Mundo" exerceram. Concomitantemente a este estudo, os paratextos do sistema são desmontados, a fim de provar que algumas das subversões na disputa pelos significantes da Contrarreforma são veladas com recursos ficcionais de maior valor heurístico. Finalmente, são examinados os elementos metaficcionais do texto e o estatuto de "poético em si" da obra literária, a partir do recorte sincrónico de sua projeção genérica, no Campo de Referência do século XVII.