This study examines some discursive strategies that have guided treatment of political issues relating to public safety. We first exert ourselves to describe the arguments deployed in defense of an intensive model of repression to crime, usually referred to by the motto “law and order”. Then, we discussed the commitment of the formalization of such practices, emblematically undertaken by Jakobs (2007), with the “enemy criminal law”. Whereas the work of Wacquant (2001; 2007; 2012), Giorgi (2006), and Zaffaroni (2007), we identified a rupture in relation to criminal technologies described by Foucault, in the 1970s, as devices for standardization of bodies and regulation of the population. According to these authors, it deals with the social construction of a “negative” population “surplus” (GIORGI, 2007, p. 105), situated on the edge of the order, and stigmatized, as a threat to the security of society, which it transforms into an elementary target of apparatus of repression. Finally, we conclude that the security strategies inspired by the neoconservative ideals, as well as the proposals for modification of the legal system, drawn up under the prism of the “social enemy”, insidiously evidence as an affront to the Democratic State of Law, increasingly identifying itself with totalitarian forms of domination., Este estudio examina algunas estrategias discursivas que han guiado el tratamiento político de cuestiones que son relacionadas a la seguridad pública. Nos empeñamos, desde el comienzo, en describir los argumentos que son movilizados en la defensa de un modelo intensivo de represión a la criminalidad, generalmente descrito a través del lema “ley y orden”. Discutimos, en seguida, el empeño de formalización de dichas prácticas, emprendido emblemáticamente por Jakobs (2007), con el “derecho penal del enemigo”. Considerando los trabajos de Wacquant (2001; 2007; 2012), Giorgi (2006) e Zaffaroni (2007), identificamos una ruptura en relación a las tecnologías penales descriptas por Foucault, en la década de 1970, siendo éstos, dispositivos de normalización de los cuerpos y de reglamentación para la población, ya que, de acuerdo con dichos autores, ahora se trata de la construcción social de un “excedente” poblacional “negativo” (GIORGI, 2007, p.105) que, situado al margen del ordenamiento y estigmatizado como amenaza a la seguridad de la sociedad, se transforma en el blanco principal de los aparatos de represión. De este modo, concluimos que las estrategias de seguridad, inspiradas en el ideal neo-conservador, tanto como las propuestas de modificación del orden jurídico, elaboradas bajo el prisma del “enemigo social”, se comprueban, de forma insidiosa, como un enfrentamiento al Estado Democrático de Derecho, identificándose, cada vez más, con formas totalitarias de dominación., Este estudo examina algumas estratégias discursivas que têm balizado o tratamento político de questões relativas à segurança pública. Empenhamo-nos, inicialmente, em descrever os argumentos mobilizados na defesa de um modelo intensivo de repressão à criminalidade, usualmente referido por meio do lema “lei e ordem”. Discutimos, em seguida, o empenho de formalização de tais práticas, empreendido, emblematicamente, por Jakobs (2007), com o “direito penal do inimigo”. Considerando os trabalhos de Wacquant (2001; 2007; 2012), Giorgi (2006) e Zaffaroni (2007), identificamos uma ruptura em relação às tecnologias penais descritas por Foucault, nos anos 70, como dispositivos de normalização dos corpos e de regulamentação da população, uma vez que, de acordo com tais autores, trata-se, agora, da construção social de um “excedente” populacional “negativo” (GIORGI, 2007, p. 105) que, situado à margem do ordenamento e estigmatizado como ameaça à segurança da sociedade, transforma-se em alvo elementar dos aparatos de repressão. Concluímos, enfim, que as estratégias de segurança, inspiradas no ideário neoconservador, assim como as propostas de modificação do ordenamento jurídico, elaboradas sob o prisma do “inimigo social”, evidenciam-se, insidiosamente, como uma afronta ao Estado Democrático de Direito, identificando-se, cada vez mais, com formas totalitárias de dominação.