Submitted by Maicon Juliano Schmidt (maicons) on 2015-07-08T18:48:37Z No. of bitstreams: 1 Juliana Silva.pdf: 2538429 bytes, checksum: e38e3a5558aa1da279cae93d065120a3 (MD5) Made available in DSpace on 2015-07-08T18:48:37Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Juliana Silva.pdf: 2538429 bytes, checksum: e38e3a5558aa1da279cae93d065120a3 (MD5) Previous issue date: 2014-03-28 CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior O ultrassom obstétrico faz parte do pré-natal de quase todas as mulheres em todo o mundo, seja ofertado pelo sistema público de saúde ou pelo privado. Realizado diversas vezes ou não durante a gestação, o contexto criado com a realização desse exame suscita a reflexão de questões de diferentes ordens, sejam macro ou micro. A partir desse contexto, objetiva-se com esta dissertação analisar a interação entre médicos ultrassonografistas e gestantes durante o exame. Pretende-se especificamente com esta pesquisa (1) analisar como o assunto parto ? questão de ordem macro ? é trazido às interações e (2) sistematizar o conceito de orientação, utilizado abertamente pelos analistas da conversa, analisando-o como um tópico, observando momentos interacionais que evidenciem problemas de orientações entre os interagentes durante os exames de ultrassonografia obstétrica. A pesquisa fundamenta-se, principalmente, por meio do aparato teórico-metodológico da Análise da Conversa (SACKS; SCHEGLOFF; JEFFERSON, 1976). Utiliza-se também como aporte para as análises desenvolvidas estudos que reflitam a questão do parto e textos da Análise da Conversa que fomentem a tentativa de definição para o termo orientação. Os dados analisados são provenientes de exames de ultrassom obstétrico gerados em uma clínica da rede privada de saúde, em um total de 85 interações. Quanto ao primeiro objetivo analisado, verificou-se que as gestantes, mesmo antes da realização e resultado do exame, trazem o tipo de parto, principalmente cesáreo, como já definido. Foi possível identificar também em relação ao parto que há compreensões distintas do médico e da gestante sobre a palavra ?encaixe?, produzindo impasses interacionais. Concernente ao segundo objetivo, a orientação dos participantes tornou-se evidente ? em termos de ter sido observada pelo analista e demonstrada pelos interagentes ?, quando foi divergente entre eles e relacionada a divergentes conhecimentos, como técnico e leigo, e a informações obtidas pela tela do ultrassom. A partir da análise das orientações divergentes, foi possível compreender que a orientação está presente na interação para auxiliar na manutenção da intersubjetividade entre os participantes. Obstetric ultrasound examinations are a part of almost all women’s prenatal care around the world, be it offered by either public or private healthcare systems. Being undertaken several times or not throughout pregnancy, the context created by the exam arouses some reflection upon issues of different orders, both at micro and macro levels. With the present investigation, we aim at analyzing interactions between sonographic practitioners and pregnant women during the exam. We specifically intend (1) to analyze how the topic delivery – here understood as a macro-level issue – is brought up at the interactional level and (2) to systematize and (re)define the term orientation (widely used by conversation analysts), by means of reviewing the literature and analyzing the moments during the interactions in which problems of orientation between participants were made evident. This research study is mainly based on the theoretic-methodological apparatus of Conversation Analysis (SACKS; SCHEGLOFF; JEFFERSON, 1976). In order to support the analysis, we also rely on studies that reflect upon childbirth issues and Conversation Analysis literature that fosters the attempt to define orientation. The data analyzed consist of 85 obstetric ultrasound examinations which were audio e and video recorded at a private healthcare clinic. With respect to the first objective of this investigation, we found that pregnant women, even before the exam and its findings, bring up the type of childbirth, mainly caesarean, as their desired (if not already chosen) form of delivery. It was also possible to identify that there are distinctive understandings by physicians and pregnant women about the meaning of the word engagement, which ends up leading to interactional conflicts. With regards to the second objective, the investigation shows that the participants’ orientation becomes evident – on what concerns being demonstrated by the participants and observed by the analyst – when divergent between them and related to differing knowledge (such as technical and lay) and to the interpretation of the images projected on the screen. From the analysis of divergent orientations, it was possible to understand that orientation is present in the interaction to help intersubjectivity maintenance between participants.