DESAFIOS DA NORMOTERMIA NO POTENCIAL DOADOR NA SALA DE TRAUMA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.

Introdução: Um dos maiores desafios para os profissionais de Enfermagem dentro do diagnóstico de morte encefálica é a manutenção da normotermia, visto que a fisiopatologia envolve o descontrole da temperatura corporal e comprometimento dos sinais vitais, levando muitas vezes aos episódios de hipotermia, onde não há resposta aos estímulos. Diante disso, para que se cumpra o protocolo de morte encefálica, é necessário que a temperatura corpórea esteja acima de 35°C. Objetivo: Identificar os principais desafios de manter a temperatura normal em um potencial doador de órgãos e tecidos em uma sala de traumas, destacando os cuidados de Enfermagem para alcançar a normotermia. Relato de Experiência: Durante a realização de estágio supervisionado na sala de trauma de um hospital de referência no município do Rio de Janeiro, foram realizados cuidados ao paciente com suspeita de morte encefálica. Dentre os múltiplos desafios relacionados à manutenção da homeostasia, o maior deles foi o controle da normotermia. Considerando que para a abertura do processo de manutenção de potencial doador é mandatório que o paciente se mantenha acima de 35°C, a hipotermia passa a ser um dos diagnósticos de enfermagem mais desafiadores. Desse modo, foi necessário realizar intervenções imediatas com plano de cuidados a curto prazo como: instalação da manta térmica e manutenção de cobertores como aquecimento passivo, administração de fluidos aquecidos intravenoso, mínima manipulação para evitar perda de calor e controle rigoroso da temperatura. Foram postergados, para benefício do próprio paciente, alguns cuidados rotineiros como banho no leito para minimizar riscos de perda de calor, levando à reflexão da importância de realizar a sistematização do cuidado de enfermagem ao paciente potencial doador de órgãos. A educação da equipe de enfermagem a respeito da priorização e não padronização de cuidados foi um dos aprendizados mais importantes aplicados à época. Conclusão: Por fim, a experiência relatada demonstra a eficácia das intervenções e cuidados de enfermagem prestados ao potencial doador de órgãos, que foram fundamentais para estabilizar a temperatura corporal e possibilitar a abertura do protocolo de morte encefálica, promovendo a possibilidade para a doação de órgãos. [ABSTRACT FROM AUTHOR]