Borges e o cinema

Por uma infeliz coincidência, embora significativa, o escritor começa aperder a visão quando surge o cinema moderno. Sendo assim, não pôde assistiraos filmes que puseram em xeque sua ideia da estética cinematográfica cujos fundamentosse reduzem a uns poucos princípios: o modo sinóptico de certos filmesclássicos para apresentar o argumento, o caráter romântico de seus personagens,o tom épico do relato. De repente, os diretores de que tanto gosta começam a pertencerao passado do cinema e Borges torna-se um observador um pouco démodé.Mas essa inatualidade, essa maneira de estar fora de lugar, é um traço característico,tem efeitos significativos sobre sua literatura. Poder-se-ia até pensar: é porquese torna um espectador antiquado (e não apesar disso) que Borges encontra aestratégia para construir-se como o grande escritor moderno. Fil: Oubiña, David Leonardo. Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas; Argentina. Universidad de Buenos Aires. Facultad de Filosofía y Letras. Instituto de Literatura Hispanoamericana; Argentina. New York University; Argentina