EPIDEMIOLOGIA DOS ACIDENTES OFÍDICOS NOTIFICADOS EM UM CENTRO DE ASSISTÊNCIA TOXICOLÓGICA DE 2011 A 2015

O Brasil é um dos países sul-americanos com maior prevalência de acidentes ofídicos por ano, entretanto esses acontecimentos são considerados negligenciados por países tropicais e subtropicais em desenvolvimento. O objetivo deste artigo foi traçar o perfil epidemiológico dos acidentes ofídicos notificados no período 2011-2015, em um Centro de Assistência Toxicológica. Para tanto, fez-se uma pesquisa transversal de abordagem quantitativa realizada com dados epidemiológicos registrados e documentados nas fichas de notificação e de atendimento de acidentes ofídicos. Foram coletadas, para análise, nove variáveis, e os dados encontrados foram analisados por meio de estatística descritiva. Assim, os resultados indicaram a notificação de 183 casos, sendo 19,13% relativos aos acidentes botrópicos. O sexo masculino foi o mais acometido, com 67,76%, e predominou a faixa etária de 10 a 49 anos (73,22%), tendo os membros inferiores como a região anatômica mais afetada (74,32%). A maioria das ocorrências foi na zona rural (54,10%), principalmente agricultores (26,23%), na ocasião em que exerciam sua ocupação (13,66%). Concluiu-se que é necessário o desenvolvimento de pesquisas que contribuam para o (re)conhecimento do perfil epidemiológico desses acidentes como forma de favorecer o desenvolvimento de estratégias preventivas, bem como reforçar a importância da identificação das espécies responsáveis pelos acidentes para que haja um tratamento efetivo e menor risco de ocorrência de óbitos e sequelas nos indivíduos acometidos. Palavras-chave: Mordeduras de serpentes. Epidemiologia. Serpentes.