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Zoological orientalisms, camel quarrels
- Source :
- Alea: Estudos Neolatinos, Volume: 25, Issue: 1, Pages: 254-276, Published: 28 APR 2023, SciELO Brazil-OJS
- Publication Year :
- 2023
- Publisher :
- FapUNIFESP (SciELO), 2023.
-
Abstract
- Resumo O artigo trata de histórias sobre o camelo no imaginário zoológico do Ocidente. Tem como centro uma querela entre artistas e letrados que ocorre na Academia de Pintura e Escultura, em Paris, no fim do século XVII, sobre a ausência de camelos em um quadro de Poussin, em época na qual códigos retóricos e poéticos invadem a pintura. O problema enfrentado diz respeito à pertinência da contiguidade entre o animal e o homem na pintura de história, com seus temas e personagens elevados; e tem como desdobramento a questão da admissão do animal no universo da semelhança do homem. Há duas questões de fundo, uma diz respeito ao animal incômodo, na mediação entre culturas, aquele que é veículo e símbolo do outro e está prestes a atravessar a fronteira, criando desconforto no universo das taxonomias e no sistema de representações; outra, relativa à constituição simbólica do dualismo global Oriente-Ocidente, na qual o camelo terá um papel. Abstract The article deals with stories about camels in the zoological imaginary of the West. The focus lies in a quarrel that occurred between artists and scholars at the Academy of Painting and Sculpture in Paris in the 17th century about the absence of camels in a Poussin painting, at a time when rhetorical and poetic codes invaded painting. The problem addressed is about the significance of contiguity between animal and man in history painting, with its lofty themes and characters, and the question of the admission of the animal in the universe of man’s resemblance. There are two fundamental questions, one concerns the bothersome animal, in the mediation between cultures, the one that is the vehicle and symbol of the other and can cross the boundaries, creating discomfort in the universe of taxonomies and in the system of representations; the other concerns the symbolic constitution of the global East-West dualism, in which the camel will play a role. Résumé L'article traite des récits du chameau dans l'imaginaire zoologique occidental. Il est centré sur une dispute entre artistes et érudits qui eut lieu à l'Académie de peinture et de sculpture, à Paris, à la fin du XVIIe siècle, à propos de l'absence de chameaux dans un tableau de Poussin, à une époque où les codes rhétoriques et poétiques envahi la peinture. Le problème posé concerne la pertinence de la contiguïté entre l'animal et l'homme dans la peinture d'histoire, avec ses thèmes et ses personnages élevés ; et elle a pour dépliement la question de l'admission de l'animal dans l'univers de la ressemblance de l'homme. Il y a deux questions fondamentales, l'une concerne l'animal qui gêne, dans la médiation entre les cultures, celui qui est le véhicule et le symbole de l'autre et qui s'apprête à franchir la frontière, créant un malaise dans l'univers des taxonomies et dans le système des représentations ; l'autre concerne la constitution symbolique du dualisme global Est-Ouest, dans lequel le chameau jouera un rôle.
Details
- ISSN :
- 18070299 and 1517106X
- Volume :
- 25
- Database :
- OpenAIRE
- Journal :
- Alea: Estudos Neolatinos
- Accession number :
- edsair.doi.dedup.....707fa513edb21d7a3ecb06ab82e61c51
- Full Text :
- https://doi.org/10.1590/1517-106x/202325115