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A organização escolar em ciclos e a questão da igualdade substantiva

Authors :
Marilia Gouvea de Miranda
Source :
Revista Brasileira de Educação v.14 n.40 2009, Revista Brasileira de Educação, Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd), instacron:EAA, Revista Brasileira de Educação, Volume: 14, Issue: 40, Pages: 24-34, Published: APR 2009, Revista Brasileira de Educação, Vol 14, Iss 40, Pp 24-34 (2009)
Publication Year :
2009
Publisher :
FapUNIFESP (SciELO), 2009.

Abstract

O artigo discute alguns fundamentos das propostas da organização escolar em ciclos e suas implicações, a partir da compreensão de que a proposta de ciclos precisa agregar novo sentido de escola ao critério de não-retenção para afirmar sua distinção perante propostas de progressão continuada. Pergunta: se a escola deve mudar, quais são os princípios que orientam essa mudança na perspectiva da escola de ciclos? O entendimento é de que o debate acerca dessas políticas nem sempre apresenta claramente o conjunto de princípios que as fundamenta. Propõe uma discussão inicial acerca da pertinência de aludir à psicologia como sua principal referência, passando à questão considerada mais determinante: a compreensão dos sentidos atribuídos à educação escolar contemporânea, em que se insere o embate entre o discurso liberal da igualdade, com suas variantes atuais em defesa das diferenças, e o princípio da igualdade substantiva. Aborda a tendência à redefinição ou mesmo à supressão do princípio de igualdade, o que se expressa predominantemente: a) pela proposição de um "liberalismo igualitário", que tende a substituir igualdade por equidade, e b) pela defesa de um princípio da diversidade como crítica ao preceito da igualdade. Em contraposição a essas perspectivas, ressalta a igualdade substantiva (Mészáros) como um princípio orientador geral no enfrentamento das desigualdades sociais. O artigo indica, assim, a importância de investigar como as propostas de ciclos se situam em relação a esse embate. The article discusses some of the fundamental propositions for the organization of school in cycles and their implications, based on the understanding that the proposal of cycles needs to aggregate a new meaning of school to the criterion of non-retention in order to assert its distinction in relation to the proposals of a regime of continued progression. It questions: if the school should change, what would be the principles that orient this change from the perspective of school in cycles? It understands that the debate concerning these policies does not always present clearly the set of principles that substantiates it. The article proposes initially to discuss the pertinence of alluding to psychology as its main reference, before tackling the issue considered as determinant: the dispute between the liberal discourse of equality, with its current variations in defence of differences, and the principle of substantial equality. It approaches the tendency to redefine or even to suppress the principle of equality, which is expressed (1) by the proposition of an "equalitarian liberalism", which tends to substitute equality by equity and (2) by the defence of a principle of diversity as critical of the precept of equality. In contraposition to these perspectives, it underlines the principle of substantial equality (Mészáros) as a general guiding principle in facing social inequalities. Thus, the article indicates the importance of investigating how the proposals for cycles are situated in relation to this dispute. El artículo discute algunos fundamentos de las propuestas de la organización escolar en ciclos y sus implicaciones, a partir de la comprensión de que la propuesta de ciclos necesita agregar un nuevo sentido de escuela al criterio de no reprobación, para afirmar su distinción delante de las propuestas de progresión continuada. Se pregunta: si la escuela debe cambiar, ¿cuáles son los principios que orientan este cambio en la perspectiva de la escuela de ciclos? El entendimiento es el de que el debate sobre estas políticas ni siempre presentan claramente al conjunto de principios que las fundamenta. Se propone, así, una discusión inicial acerca de la pertinencia de aludirse a la psicología como su principal referencia, pasando la cuestión considerada más determinante, que es la comprensión de los sentidos atribuidos a la educación escolar contemporánea, en la que se insiere el embate entre el discurso liberal de la igualdad, con sus variantes actuales en defensa de las diferencias, y el principio de la igualdad sustantiva. Se aborda la tendencia a la redefinición o hasta la supresión del principio de igualdad, lo que se expresa, predominantemente, (1) por la proposición de un "liberalismo igualitario", que tiende a sustituir igualdad por equidad, y (2) por la defensa de un principio de la diversidad como crítica al precepto de la igualdad. En contraposición a estas perspectivas, se destaca la igualdad sustantiva (Mészáros) como un principio orientador general en el enfrentamiento de las desigualdades sociales. El artículo indica, así, la importancia de investigar como las propuestas de los ciclos se sitúan en relación a este embate.

Details

ISSN :
14132478
Volume :
14
Database :
OpenAIRE
Journal :
Revista Brasileira de Educação
Accession number :
edsair.doi.dedup.....b5b82ec60897ee3f1a6fd8fac55cf42b
Full Text :
https://doi.org/10.1590/s1413-24782009000100003