Validação de modelos portugueses para Pinus pinaster em parcelas situadas na Galiza, Espanha

A Pinus pinaster tem uma grande importância em termos produtivos e ecológicos na Galiza e no Norte de Portugal. Na Galiza elaboraram-se modelos de crescimento e produção de árvore individual para a espécie mas a disponibilidade de modelos está mais generalizada em Portugal. Este trabalho teve como objetivo avaliar o comportamento de modelos de crescimento e produção existentes em Portugal em povoamentos de Pinus pinaster na Galiza. Para o efeito, utilizaram-se 25 parcelas disponíveis, com idades entre 21 e 58 anos, para validação dos modelos. Nestas parcelas, o primeiro inventário dendrométrico foi realizado em 2006, tendo-se medido o diâmetro à altura do peito (d) e a altura total (h) em todas as árvores de cada parcela. O segundo inventário ocorreu em 2009 e posteriormente efetuou-se um terceiro inventário em 2012. Ao nível da parcela determinaram-se as variáveis altura dominante (hdom), área basal (G), o diâmetro médio quadrático (dg), o índice de qualidade da estação (Sl) e o volume em pé (V). Utilizou-se o simulador StandsSlM que prevê a evolução de diferentes povoamentos existentes numa região tendo em conta o impacto de fatores externos como a gestão florestal. O StandsSlM permite simular desbastes de vários tipos e baseando-se em vários critérios como o fator de Wilson, área basal residual ou % de área basal removida. As variáveis de input para simular cada parcela são: altitude, idade, área, número de árvores, idade de corte, d de todas as árvores, h das árvores dominantes, estado de cada árvore (viva ou morta), número de árvores por hectare, número de anos a projetar e fator de Wilson para as parcelas com desbaste ou alguma perturbação que implique a remoção de madeira (e.g., derrubes pelo vento). Para a previsão do crescimento em altura dominante, para além da equação embutida no StandsSlM estudaram-se 4 equações GADA (generalized algebraic difference approach). Para os dados das parcelas estudadas, a GADA 1, derivada da função Korf, sobrestimou a hdom em cerca de 0.73 m em 2009 e 1 m em 2012. Detetou-se que esta equação pode apresentar, pontualmente, estimativas de S que podem ser desajustadas por excesso para idades de referência avançadas (e.g., 50 anos), associadas a parcelas jovens com SI elevado. Este resultado foi também já observado para algumas parcelas jovens com SI elevado, em Portugal. A tendência de sobrestimação de hdom manteve-se, tendo mesmo aumentado ligeiramente quando se usou a versão da GADA1 com expansão dos parâmetros de modo a incorporar informação de variáveis climáticas da Galiza. Estudaram-se 3 novas equações GADA que revelaram um comportamento preditivo que parece adequado, próximo do comportamento da equação ADA (algebraic difference approach) que o StandsSlM utiliza e sem o problema mencionado para o SI da GADA1. Os resultados obtidos com o simulador revelaram-se, em geral, bastante satisfatórios. Observou-se uma tendência de subestimação de G (entre 0 e 4 m2/ha) e dg (entre 0 e 2 cm) na maioria das parcelas estudadas. Quanto ao volume em pé, observou-se uma tendência de sobrestimação, maioritariamente no intervalo entre 0 e 50 m3/ha. Este fato poderá estar associado a uma ligeira sobrestima da altura individual em algumas parcelas. info:eu-repo/semantics/publishedVersion