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GEOGRAFIAS INDÍGENAS E TERRITÓRIOS ANCESTRAIS

Authors :
Mondardo, Marcos
Source :
Tocantinense Journal of Geography; Bd. 12 Nr. 26 (2023): Tocantinense Geographie-Magazin; 145-176, Tocantinense Journal of Geography; Vol. 12 No. 26 (2023): Tocantinense Geography Magazine; 145-176, Revista Tocantinense de Geografía; Vol. 12 Núm. 26 (2023): Revista Geografía Tocantinense; 145-176, Journal de géographie Tocantinense; Vol. 12 No. 26 (2023): Magazine de géographie Tocantinense; 145-176, Revista Tocantinense de Geografia; v. 12 n. 26 (2023): Revista Tocantinense de Geografia; 145-176
Publication Year :
2023
Publisher :
Universidade Federal do Tocantins, 2023.

Abstract

Indigenous geographies have very deep relations: even if sometimes colonial and Eurocentric, the research and study of the links between indigenous peoples and/or traditional societies and nature is, in fact, one of the oldest and most founding roots of Geography. However, especially in Brazil, the lack of studies and the lack of prestige that this focus has sometimes been considered, has made this linkage suffer within the discipline. Contemporary indigenous geographies have emerged in the last fifteen or twenty years as an attempt to revitalize that heritage on new bases, although, in a way, this academic and indigenous movement can only be seen as a relatively recent phenomenon. Its challenges are multiple, among which the following stand out: i) elaborate an understanding of the relationship of indigenous peoples with the environment and/or nature, through their cosmologies, cosmovisions and cosmopolitics ; ii) promote dialogues of knowledge between scientific knowledge and ancestral/peoples' knowledge, through the re-actualization/reinvention of concepts, not fitted, but open to otherness, in becoming, taking care not to slip exclusively into empiricism or field of practices; ii) build a greater approximation of Geography with the field of Anthropology; iv) value, through the decolonial and intercultural debate, the dialogue between indigenous geographies and Latin American critical social thought; v) stimulate and create conditions for a greater participation of young indigenous students in undergraduate and graduate Geography. Finally, it is necessary to understand indigenous geographies rather as a perspective, in which indigenous people are protagonists of the spatial dimension.<br />As geografias indígenas possuem relações muito profundas: mesmo que por vezes coloniais e eurocêntricas, a pesquisa e o estudo dos vínculos entre povos indígenas e/ou sociedades tradicionais e a natureza constitui, na verdade, uma das raízes mais antigas e fundantes da Geografia. Entretanto, especialmente, no Brasil, a falta de estudos e o desprestígio que foi considerado esse enfoque, por vezes, o trabalho, fez com que padecesse essa vinculação no interior da disciplina. As geografias indígenas contemporâneas vêm emergindo nos últimos quinze ou vinte anos como uma tentativa de revitalizar aquela herança em novas bases, embora, de certo modo, esse movimento acadêmico e indígena possa ser visto, somente, como um fenômeno relativamente recente. São múltiplos seus desafios, entre os quais sobressaem-se os seguintes: i) elaborar uma compreensão da relação dos povos indígenas com o ambiente e/ou a natureza, por meio de suas cosmologias, cosmovisões e cosmopolíticas ; ii) promover diálogos de saberes entre o conhecimento científico e saberes ancestrais/dos povos, por meio da re-atualização/reinvenção de conceitos, não encaixados, mas abertos à alteridade, em devir, tomando o cuidado para não resvalar exclusivamente para o empirismo ou campo das práticas; ii) construir uma maior aproximação da Geografia com o campo da Antropologia; iv) valorizar, por meio do debate descolonial e intercultural, o diálogo entre as geografias indígenas e o pensamento social crítico latino-americano; v) estimular e criar condições para uma maior participação de jovens estudantes indígenas na graduação e pós-graduação em Geografia. Por fim, é preciso entender as geografias indígenas antes como uma perspectiva, em que os indígenas são protagonistas da dimensão espacial.

Details

Language :
Portuguese
ISSN :
23179430
Database :
OpenAIRE
Journal :
Tocantinense Journal of Geography
Accession number :
edsair.periodicosuf..baf9de65fee9bcbdcaff206b0b8d483e
Full Text :
https://doi.org/10.20873/rtg.v12i26