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O campesinato brasileiro: uma história de resistência

Authors :
Maria de Nazareth Baudel Wanderley
Source :
Revista de Economia e Sociologia Rural, Vol 52, Iss suppl 1, Pp 25-44 (2014)
Publication Year :
2014
Publisher :
Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural, 2014.

Abstract

A representação da agricultura brasileira associada a grandes propriedades monocultoras e agroexportadoras é fruto de uma "amnésia social" que nega a contribuição do campesinato para a sociedade. Definido como uma forma social de produção, ao campesinato corresponde a um modo de vida e à uma cultura. É necessário, pois, compreender as estratégias fundiárias, produtivas e familiares que favoreceram, no Brasil, a ocupação de espaços precários e provisórios ou a criação efetiva de comunidades camponesas com maior perenidade. A modernização da agricultura no século XX provocou a expulsão dos moradores e dos posseiros. Com a redemocratização, os movimentos sociais rurais reinscrevem no debate da sociedade a atualidade da questão fundiária e a pertinência das lutas pela terra. Os recentes debates teóricos e políticos a respeito das categorias "campesinato" e "agricultura familiar" confirmaram a constituição de um setor de agricultores não patronais e não latifundiários, que exercitam formas próprias de viver e trabalhar, confirmada pelos dados do Censo Agropecuário de 2006. Os estabelecimentos agrícolas economicamente mais precários foram considerados, inicialmente, como uma "franja periférica", enquanto os programas territoriais os incorporaram na condição de "pobres do campo". A inclusão produtiva que corresponde a este tipo de agricultor deveria considerar sua histórica resistência como camponeses.

Details

Language :
English, Portuguese
ISSN :
18069479
Volume :
52
Issue :
suppl 1
Database :
Directory of Open Access Journals
Journal :
Revista de Economia e Sociologia Rural
Publication Type :
Academic Journal
Accession number :
edsdoj.24d8ef23f6e40aba06f194d1013bc49
Document Type :
article