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Mulheres, médicos, ativismo e Estado: a produção da violência obstétrica

Authors :
Jaqueline Ferreira
Stephania Klujsza
Source :
Antropolítica : Revista Contemporânea de Antropologia, Vol 1, Iss 56 (2024)
Publication Year :
2024
Publisher :
Universidade Federal Fluminense, Programa de Pós-Graduação em Antropologia, 2024.

Abstract

O objetivo deste artigo visa aborda o modo como se dá a produção de um conceito que tem sido alvo de controvérsias que revelam os conflitos entre os campos médico, político, jurídico e das ativistas dos movimentos sociais em prol dos direitos reprodutivos das mulheres. Abordaremos essas controvérsias especificamente entre entidades médicas e ativistas do parto humanizado. O contexto histórico e político é o da gestão do presidente Jair Bolsonaro (2019-2022), no qual os direitos humanos, entre eles o das mulheres e o dos direitos reprodutivos, foram seriamente abalados. Os dados apresentados aqui referem-se a entrevistas, observações de sessões clínicas e análise de documentos sobre o assunto que revelam os diferentes interesses desses campos, onde há uma disputa pela legitimidade dos atores diretamente envolvidos – obstetras e parturientes – como vítimas. Nossa compreensão é que a violência obstétrica, de difícil consenso entre entidades médicas e vítimas, deve ser amplamente discutida entre as partes de forma não competitiva e que as gestantes e parturientes conheçam e lutem por seus direitos. Da mesma forma, o Estado deve propiciar condições e infraestrutura adequada para o trabalho de obstetras para que a assistência ao parto se concretize de forma digna.

Details

Language :
English, Spanish; Castilian, French, Portuguese
ISSN :
21797331
Volume :
1
Issue :
56
Database :
Directory of Open Access Journals
Journal :
Antropolítica : Revista Contemporânea de Antropologia
Publication Type :
Academic Journal
Accession number :
edsdoj.67390b160ab4643a8fde7bd24c66812
Document Type :
article
Full Text :
https://doi.org/10.22409/antropolitica.i.a56481