Avaliação da dinâmica de movimentação de peixes em um estabelecimento de pesca esportiva tipo 'pesque e solte'

Analisou-se a dinâmica de movimentação de peixes (aquisição, estocagem e venda) em um empreendimento de pesca esportiva do tipo “pesque e solte”. No período compreendido entre outubro de 1999 e dezembro de 2003 foram realizadas visitas mensais a um empreendimento situado na Via Castelo Branco, no Estado de São Paulo, efetuando-se o levantamento dos dados a partir das “comandas de venda” e das notas fiscais de compra de peixes. Obtiveram-se, para cada uma das espécies citadas, as quantidades (em quilos) adquiridas pelo pesqueiro (entrada de peixes) e pelos clientes-pescadores (saída de peixes), cujo número também registrou-se. Tais dados permitiram determinar a aquisição média de peixes por pescador por mês, conhecer as épocas de maior freqüência de público, as espécies preferidas para aquisição, a biomassa estocada no viveiro etc. O acompanhamento mostrou que a dinâmica de movimentação de peixes praticada leva à imobilização de capital, põe em risco a segurança sanitária do plantel e torna a propriedade uma exportadora de poluição via água de despejo. Os parâmetros para a seleção das espécies, as técnicas de manejo, bem como os estímulos oferecidos à aquisição dos exemplares pescados são insuficientes, conspirando para a perda de rentabilidade do empreendimento. O povoamento com novos exemplares deve obedecer ao ritmo de saída (pesca/venda) dos peixes, evitando-se ultrapassar a capacidade suporte do viveiro. Portanto, não se deve ter na disponibilidade de exemplares por m3 o único fator para aumentar a captura por unidade de esforço de pesca, pois isso pode levar a um aumento descontrolado da população total do viveiro.