Resumen A casi cuatro años de finalizados los Juegos Olímpicos de Río 2016, es posible observar con mayor claridad los efectos de algunas intervenciones promovidas por el poder público para atender a este mega evento. En algunas áreas, principalmente en las favelas, esos efectos han sido profundos y, las respuestas del poder público, poco atentas a los procesos de ajuste entre la vida de los barrios afectados y la escala infraestructural de las intervenciones. Ese proceso de adaptación ha evidenciado una residualidad espacial entre las diferentes escalas del territorio intervenido, objeto de estudio de este trabajo. Dichas tensiones fueron generadas, principalmente, por el teleférico del Complexo do Alemão (Río de Janeiro), en espacios proyectados y remanentes de la intervención en los que surgieron usos y apropiaciones no programadas, propias del desajuste entre la escala infraestructural y la arquitectónica. Metodológicamente el trabajo opera sobre la base de la investigación en campo, con observaciones comparadas entre 2013 y 2019. Los resultados son analizados a la luz de tres conceptos: residualidad, infraestructura y el componente espacio-afectivo de la apropiación. Esos espacios residuales ganan significado una vez que, como espacio habitado, son modificados por las dinámicas de uso y apropiación de la población. Abstract After almost four years since the end of Rio 2016 Olympic Games, it is possible to observe with a critical distance the effects of some of the interventions promoted by the government to reply the mega-events. In some areas, mainly in favelas, these effects have been profound, and the answers of the government have been inattentive to the adjustment processes between the life in the neighborhoods and the in-frastructural scale. This process of adjustment has shown a space residuality between the different scales of the intervening territory. This paper is focused on the study of these tensions, in spaces in which not planned uses and appropriations arose, a feature of the mismatch between the infrastructure scale and the architectural scale. Methodologically, the works with field research and comparative observations made between 2013 and 2019. The results were analyzed using three concepts: Residuality, infrastructure and the space-affective component of appropriation. These spaces gain meaning when, as an inhabited space, they are modified by the dynamics of use and appropriation of the population. Résumé Après presque quatre ans de la fin des Jeux Olympiques de 2016, c'est possible d'observer avec plus de clarté les effets de quelques-unes des interventions réalisées par le Pouvoir Public pour répondre à ce méga-événement. Dans certaines zones de la ville, principalement dans des favelas, ces effets sont profonds et les réponses du pouvoir public peu vigilantes aux processus d'ajustement entre la vie des quartiers et l'échelle infrastructurelle des interventions. Ce processus d'adaptation met en évidence une résidualité spatiale parmi les différentes échelles du territoire brouillé. Ce travail observe ces tensions et a comme objet d'étude le phénomène de la résidualité spatiale générée par le Téléphérique du Complexe de l'Alemâo (Rio de Janeiro), des espaces dans lesquels ont émergés d'usages et d'appropriations imprévues, propres à l'ajustement entre l'échelle infrastructurelle et l'échelle architectonique. La méthodologie du travail est basée sur l'enquête de terrain avec des observations comparées réalisées entre les années 2013 et 2019. Les résultats sont analysés à la lumière de trois concepts : la résidualité, l'infrastructure et la composante de l'espace affectif d'appropriation. Ces espaces prennent sens une fois que, en tant qu'espace habité, sont modifiables par les dynamiques d'usage et d'appropriation de la population. Resumo Passados quase quatro anos do fim das Olimpíadas de 2016, é possível observar com maior clareza os efeitos de algumas intervenções realizadas pelo poder público para atender a este mega evento. Em algumas áreas da cidade, principalmente em favelas, esses efeitos têm sido profundos e as respostas do poder público pouco atentas aos processos de ajuste entre a vida dos bairros e a escala infraestrutural das intervenções. Esse processo de adaptação tem evidenciado uma residualidade espacial entre as diferentes escalas do território interferido. Este trabalho observa estas tensões, tendo como objeto de estudo o fenómeno da Residualida-de Espacial gerada pelo Teleférico do Complexo do Alemão (Rio de Janeiro), em uma série de espaços nos quais surgiram usos e apropriações não programadas, próprias do ajuste entre a escala infraestrutural e a escala arquitetónica. Metodologicamente, o trabalho opera sobre a base de pesquisa de campo, com observações comparadas realizadas entre os anos de 2013 e 2019. Os resultados são analisados à luz de três conceitos: residualidade, infraestrutura e o componente espaço-afetivo da apropriação. Estes espaços residuais ganham significado uma vez que, como espaços habitados, são modificados pelas dinâmicas de uso e apropriação da população.