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Este artigo comenta um projeto pedagógico conduzido com estudantes do segundo ano de graduação em História. O projeto tinha como objetivo desenvolver a percepção dos alunos com relação aos diferentes usos da Antiguidade clássica em criações contemporâneas, especialmente filmes e séries de televisão (Troy, Troy the fall of a city, Cleopatra, Astérix et Obélix…). Os estudos sobre Recepção são uma preocupação em grande desenvolvimento e, utilizando uma abordagem inspirada pelo conceito de interculturalidade, tentamos conscientizar os alunos sobre diversas questões contemporâneas e como a Antiguidade clássica pode ser reinterpretada, adoptada e adaptada.

A abordagem da Arqueologia histórica foi forjada para o estudo da sociedade americana após a conquista europeia das terras coloniais no novo mundo. Interessada na comparação entre cultura material e registros escritos, opôs-se à Prehistória e à Antropologia e aos métodos de pesquisa dessas disciplinas. Sua principal proposta é usar todos os dados disponíveis, materiais e escritos, independentemente, sem qualquer hierarquia, mas em estreita comparação. Como tal, esta perspectiva estuda a arqueologia dos indivíduos “sem história”, como indígenas, escravos, mulheres, ou mesmo as diásporas africanas na América, em antagonismo com o colonizador masculino e branco. Proposta a partir de um contexto pós-colonial explícito, esta abordagem pode dar um importante contributo para o estudo de outras sociedades antigas para as quais as interpretações se baseiam em discussões entre restos arqueológicos e textos, como as comunidades coloniais gregas na Magna Grécia.

L’article insiste sur les échanges entre Grecs et indigènes en Grande-Grèce, notamment lorsque ces derniers utilisent des modes d’expression empruntés du modèle grec, comme l’usage de l’alphabet, d’inscriptions gravées ou de monnaies. Ces emprunts peuvent être perçus à travers certains cas d’études, comme la borne de Tortora et les émissions monétaires des communautés italiques sous l’influence de Sybaris. Néanmoins, ces usages ne représentent pas forcément l’adoption des valeurs grecques, comme nous montre la réprobation du comportement homosexuel tel que l’ostrakon de Pisticci. Inversement, l’inscription sur l’olpè de Fratte indique la diffusion de la pratique pédérastique dans le milieu étrusque de la Campanie. Le témoignage épigraphique constitue ainsi un dossier fort adapté pour une analyse qui vise à confronter sources textuelles et artefacts, puisque ces inscriptions réunissent, sur un même objet, les approches d’analyse de la culture matérielle et textuelle, avec des analyses nuancées sur les modalités d’interaction culturelle entre Grecs et indigènes.

O artigo enfatiza os intercâmbios entre gregos e nativos na Magna Grécia, especialmente quando os últimos utilizam formas de expressão emprestadas do modelo grego, como o uso do alfabeto, de inscrições gravadas ou de moedas. Estes empréstimos podem ser percebidos através de alguns estudos de caso, como o horos de Tortora e as emissões monetárias das comunidades itálicas sob a influência de Sybaris. No entanto, estes usos não representam necessariamente a adoção de valores gregos, como mostra a desaprovação do comportamento homossexual tal como o ostrakon de Pisticci. Por outro lado, a inscrição na olpè de Fratte indica a difusão da prática homossexual no ambiente etrusco da Campânia. A evidência epigráfica constitui assim um tipo de fonte bastante adequado para estudos cujo objetivo é de confrontar fontes textuais e artefatos, já que essas inscrições reúnem, num mesmo objeto, as abordagens de análise da cultural material e textual, com análises nuançadas sobre as modalidades de interação cultural entre os gregos e os nativos.

Esse artigo se propõe a discutir a interação entre a testemunho escrito e a cultura material, seguindo uma perspectiva inspirada da abordagem da arqueologia histórica, que convida o pesquisador a “ler” os artefatos em seu contexto. O estudo de alguns horoi, de Atenas (ágora, Cerâmico), de Quios ou do interior das terras da colônia grega de Heracleia no sul da Itália, permite comentários sobre vários aspectos da antiga representação dos espaços e como estes podiam ser materializados por meio dessas pedras. A conclusão é que a interação entre espaços, sua materialização, representação e memória são muito mais complexos que seus contextos cronológico ou topográfico.

No final do seculo XIX, F. J. Turner estudou a historia do Oeste americano e propos analisar a conquista de terras como um processo: uma fronteira que se move em direcao ao Oeste e que diz respeito nao somente ao aspecto militar, mas tambem os processos sociais e economicos. Depois de retomar as principais ideias do conceito de frontier history, proponho integrar algumas novas abordagens sobre colonizacao conhecidas como pos-colonialismo. A terceira parte constitui uma analise de um caso de estudo: uma colonia grega do sul da Italia, Sibaris. Argumento que certos conceitos modernos podem ser usados como uma ferramenta operacional para interpretar dados arqueologicos, desde que o contexto historico da cultura material seja observado atentivamente.

The objective of this paper is to apprehend the visibility of subaltern classes via the analysis of archaeological evidence. In order to do so, necropoleis constitute a major case study : are not the tombs a privileged source of information, most often an irreplaceable one, about ancient societies ? Indeed, the diversity of rituals in tombs allows scholars to individualize possible synchronic differences, such as those of class, gender, origin or ideology, as well as, in a diachronic perspective, ideological and social transformations. But what is the limit of our interpretations ? Rather than pointing towards definite answers, our goal is to propose some historiographical landmarks about these aspects, underlining the methodological difficulties inherent to the variability of funerary rites and practices. Our paper is based on some case study from Greek colonial contexts in South Italy., Le propos de cet article est d’envisager la question de la visibilité des classes subalternes par le biais des témoignages archéologiques. Pour ce faire, les nécropoles s’avèrent être un cas d’étude fort intéressant : les tombes ne constituent-elles pas une source d’information privilégiée, souvent même irremplaçable, sur les sociétés disparues ? Elles permettent en effet au chercheur d’individualiser des possibles différences synchroniques de classe, de genre, d’origine ou d’idéologie à partir de la diversité des rituels ou de cerner, cette fois-ci dans une perspective diachronique, les changements idéologiques et sociaux. Mais jusqu’à quel point peut-on pousser nos interprétations ? Notre but n’est pas ici d’apporter des réponses définitives, mais de fournir quelques points de repère historiographiques sur ces questions tout en mettant en évidence des difficultés méthodologiques inhérentes à la variabilité des rites et des pratiques funéraires. Nous avons choisi d’organiser notre propos autour de quelques études de cas provenant des contextes coloniaux grecs d’Italie, Pollini Airton,Esposito AriannaPollini Airton, Esposito Arianna. La visibilité des classes subalternes dans les sources archéologiques. Considérations sur quelques cas d'études en Grande Grèce. In: Ktèma : civilisations de l'Orient, de la Grèce et de Rome antiques, N°38, 2013. La question des pauvres et de la pauvreté dans le monde grec. pp. 117-134.

En prenant appui sur quelque quarante ans d’études sur le territoire des colonies grecques d’Italie du Sud, la présente contribution se concentre sur la définition et l’évolution des limites de l’occupation de l’espace rural par les colons grecs. Les enjeux des frontières sont différents en fonction de qui se trouve en face, si la cité analysée s’oppose à une autre cité grecque coloniale ou à une population italique, autochtone ou venue d’une autre région de la péninsule. Sans sous-estimer l’importance des rapports entre Grecs et non-Grecs, seront privilégiées l’opposition entre deux cités grecques et la tendance à la constitution d’une zone d’influence hégémonique, plus large que le territoire civique d’une colonie. L’étude suit un parcours à la fois thématique, chronologique et topographique : elle part de l’idée de l’« empire » de Sybaris, en analysant les territoires les mieux connus du monde grec qui sont ceux de Métaponte et de Poseidonia, pour aller vers Tarente avec un autre type d’organisation territoriale et finir par les fortifications de Vélia et par l’exemple de la frontière entre Locres et Rhégion. Taking into consideration approximately forty years of study on the territory of Greek colonies of South Italy, this paper concentrates on the definition and the evolution of the limits of the rural-space occupation by Greek colonists. The borderline’s issue is different according to whom is on the other side, whether the analyzed city-state is opposed to another Greek city-state or to an italic population, either native or coming from another region of the Italian peninsula. Without underestimating the importance of the relations between Greeks and non-Greeks, priority will be given to the opposition between two Greek city-states and the tendency to the constitution of a hegemonic zone of influence, larger than the civic territory of a colony. The paper follows an order at the same time thematic, chronological, and topographical : it starts with the idea of the Sybarite “empire”, analyzing the best known territories of Metapontum and Poseidonia, it analyzes another type of territorial organization with the example of Taras (Tarentum), and it finishes with the fortifications of Velia and with the case study of the border between Locris and Rhegion.

Les congrès de Tarente constituent le lieu privilégié pour la présentation des principales recherches en histoire et archéologie des sociétés grecques coloniales d’Italie du Sud. L’analyse des thèmes étudiés pendant les quarante ans des rencontres tarentines nous permet d’établir une certaine évolution dans les méthodes utilisées et de souligner la présence française dans les discussions. Nous pouvons identifier assez clairement le passage d’une perspective qui cherchait à définir des modèles explicatifs généraux, pendant les deux premières décennies, à la méthode actuelle qui privilégie les comparaisons. Aussi, à travers deux exemples particulièrement marquants, qui sont les congrès de 1967 sur le territoire et de 1997 sur la frontière, il est possible d’observer en détail l’évolution des recherches sur la Grande Grèce, en ce qui concerne tant les thèmes que les méthodes d’étude. The Taranto congress is the favoured event for the presentation of the main historical and archaeological research on Greek colonial societies of southern Italy. An analysis of the themes studied during the meetings in Taranto over the last 40 years allows us to trace a certain evolution in the methodologies and to highlight the French presence in these discussions. We can clearly identify the move from a perspective that sought to define the general models, during the first two decades, to the methodology used today that favours comparative approaches. Also, through two particularly good examples – the congress of 1967 on the territory and that of 1997 on the frontier, it is possible to observe in detail the evolution of research on Magna Grecia, in relation to both the themes and the methods of study.

A temática da colonização grega nos Períodos Arcaico e Clássico faz parte de um conjunto de debates historiográficos recentes e destaca os vieses antigos e modernos no estudo das mobilidades individuais e coletivas dos antigos gregos. A Antiguidade se faz, assim, muito atual. Abstract :The issue of Greek colonization in Archaic and Classic periods stands from a set of recent historiographical debate and it underlines ancient and modern standpoints in the study of Greek individual and collective mobility. Antiquity becomes thus very present.

O recurso ao termo "diáspora" no contexto de alguns estudos recentemente publicados na França e em outros lugares constitui uma clara tentativa de evitar o termo "colonização". Se a palavra “colonização” não é neutra, em razão de sua historiografia recente, seria o termo “diáspora” pertinente para falar dos antigos assentamentos gregos, especialmente no Período Arcaico? O problema lexical é evidentemente uma das principais áreas da pesquisa contemporânea e ele condiciona em grande medida a apreciação que podemos fazer das diferentes experiências de mobilidade de contingentes de população grega no Mediterrâneo. Eis por que nos parece oportuno começar por essas questões de vocabulário, tanto sobre categorias heurísticas quanto sobre vocabulário grego.Abstract:The use of the expression “diaspora” in the context of some recently published works in France and elsewhere constitutes an obvious attempt to avoid the term “colonization”. If the word colonization is not a neutral one, due to its recent historiography, is that of “diaspora” suitable to refer to ancient Greek establishments, especially in the archaic period? The lexical problem is obviously one of the major issues of contemporary research and it determines, to a great extent, the appreciation one can have of the different types of mobility of Greek populations in the Mediterranean. That’s why it appeared appropriate to start with those questions of vocabulary.

This article aims at the presentation of Greek archaeology in the past and its recent evolution. It includes the origins of the discipline in Greece, in the middle of the nineteenth century, and it is organized by themes. The main themes are the city and its civic buildings, sanctuaries and their various constructions, habitat in its different forms (urban and countryside, as well as palatial), necropoleis, and economic activities. Greek archaeology is broadly defined in its chronological and geographical limits, since Greek culture is to be found from the prehistoric period until the Roman conquest in the second century BCE and in various places around the Mediterranean Sea; most of these regions are treated in another article concerning Greek colonies and this one focuses only on non-colonial Greece (Mainland Greece, Aegean islands, Anatolian coast).

Intercultural relations in South Italy and Sicily. In order to have a better understanding of intercultural processes and, at the same time, to discuss our methodological models, this paper analyzes intercultural and political relations of Greek colonies of South Italy and Sicily. We give special emphasis on the nature and forms of reciprocal relations between Greek colonial contexts and the Natives. The first aspect of our paper consists in highlighting the nature of certain mixed dynamics in colonial encounters, “internal” as well as “external”. This can be viewed as a draft of the modes of elaboration of Greek identity in a colonial context. We also comment an example of “archaeology of encounter”. In this perspective, we analyze the archaeological evidence coming from some necropoleis of the territory of Poseidonia, dated to the period of Lucanian hegemony, i. e. from the end of 5th century to the first quarter of the 3rd century BCE., Afin de mieux comprendre les processus interculturels et, en parallèle, de réfléchir à nos modèles méthodologiques, il s’agit ici d’analyser les relations interculturelles et politiques à partir de l’étude des colonies grecques d’Italie du Sud et de Sicile, avec une attention particulière portée à la nature et aux formes de relations réciproques entre milieu colonial grec et milieu indigène. Le premier aspect de notre travail consiste à mettre en exergue la nature de certaines dynamiques mixtes des rencontres coloniales, tout autant « internes » qu’ « externes » . Ce qui se traduit par une ébauche des modes d’élaboration de l’identité grecque en milieu colonial. Le dernier volet est celui d’une « archaeology of encounter » . Dans cette perspective, on analyse certains vestiges archéologiques provenant de quelques nécropoles du territoire de Poseidonia datées de la période d’hégémonie lucanienne, c’est-à-dire de la fin du Ve siècle av. J.-C. jusqu’au premier quart du IIIe av. J.-C., Esposito Arianna,Pollini Airton. Relations interculturelles en Grande Grèce. In: Dialogues d'histoire ancienne. Supplément n°9, 2013. Le point de vue de l’autre. Relations culturelles et diplomatie. 1ère rencontres SoPHiA (23-24 mars 2012, Mulhouse) pp. 17-38.

Este artigo tem como objetivo analisar o contexto arqueológico da tumba do Mergulhador (Tuffatore) de Paestum: esta tumba, única do mundo grego, faz parte de um certo modo de ocupação do território de Poseidonia nas épocas arcaica e clássica. Suas pinturas apresentam um paradoxo: os elementos gregos são usados de uma maneira inconcebível para um grego. A cultura material nos permite ressaltar o caráter misto da população de Poseidonia e o contexto arqueológico é utilizado para propor uma origem possível para as anomalias encontradas na iconografia representada.

How to envisage research on the ancient city? What are the most appropriate instruments to analyse it? What are the relationships between the emergence of the city as an independent community and the urbanization as archaeology can restore it? Without claiming to resolve these difficult questions, the contributions gathered here show that urbanization and the definitions of the ancient city used by contemporary historians and archaeologists are far from being precisely determined; they can even vary according to the authors, disciplines, periods and contexts. As a consequence, there is no town, but towns; no city, but cities. The issue of a definition is also the evaluation of theories, in several aspects. Our introduction raises a number of questions which have served as a framework for our research program., Comment envisager la recherche sur la cité antique ? Quels sont les instruments les plus appropriés pour l’analyser ? Quels sont les rapports entre l’émergence de la cité en tant que communauté indépendante et l’urbanisation telle que l’archéologie peut la restituer ? Sans prétendre résoudre toutes ces questions difficiles, les contributions réunies dans ce dossier montrent que les définitions de la ville et de la cité antiques utilisées par les historiens et les archéologues contemporains sont loin d’être précisément fixées. Elles peuvent même varier selon les auteurs, les disciplines, les périodes et les contextes. Il n’y a donc pas de ville, mais des villes ; pas de cité, mais des cités. L’enjeu d’une définition c’est aussi l’évaluation des théories, sous plusieurs aspects. Cet article introductif soulève ainsi un certain nombre d’interrogations qui ont servi de cadrage à notre programme de recherche dont les articles réunis dans ce dossier sont un premier résultat.

Em uma seqüência do filme de Fellini, Encólpio, o protagonista, discute com Eumolpo, o poeta, em uma sala chamada Galeria de Arte (Pinacoteca, em italiano). Nesta sala, a decoração é composta por trabalhos de arte antiga, na grande maioria pinturas vindas de Pompéia e da região do Vesúvio. Esse artigo trata de uma das imagens da Galeria de Arte, a reprodução da pintura da tumba do Mergulhador. O objetivo é, em primeiro lugar, enfatizar o caráter excepcional das pinturas para, em um segundo momento, comentar como a iconografia se adequou aos objetivos de Fellini.

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OCLC: on1045373252