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As áreas litorâneas são consideradas sistemas de elevada complexidade ambiental, relacionada aos fatores atuantes em sua formação, como as dinâmicas oceanográfica, fluvial, climática, geológica, geomorfológica e, atualmente, a ação antrópica. A evolução destas regiões pode ser mais bem compreendida a partir do uso da Cartografia Geomorfológica, já que os procedimentos de elaboração de mapas detalhados do relevo buscam inter-relacionar as formas, seus processos morfogenéticos e sua cronologia. Assim, este trabalho tem como objetivo analisar e discutir as alterações do relevo no município de Ilha Comprida, a partir de cartas geomorfológicas de detalhe elaboradas em séries temporais (1962, 1981 e 2011-2012), na escala original 1:10.000. Apesar da intensa especulação imobiliária, a Ilha Comprida ainda apresenta formas de relevo bem preservadas. O cenário de 1962 é marcado pela conservação de características naturais, enquanto nos cenários de 1981 e de 2011-2012 são observadas alterações das feições geomorfológicas por influência das atividades humanas. As principais modificações observadas são o fracionamento de cordões litorâneos e a alteração de áreas de dunas. Desta maneira, a utilização de cartas geomorfológicas na área de estudo pode contribuir no planejamento urbano e direcionamento da ocupação humana, bem como fornecer subsídios para a determinação de zonas de expansão urbana e de proteção às propriedades naturais da área de estudo.

Mining territories live with interest conflict involving heritage conservation and mineral exploration. The prospect of alternative uses for these areas has frequently been mentioned in the context of regional development, and called for the conversion. This article aims at proposing territorial scenarios that focus on the integration of mining activity, focusing on those paralyzed, abandoned or closing processes, with conservation measures of geological and mining heritage of São Thomé das Letras, Minas Gerais. The method involved spatial dynamic modelling linked to geotechnology and Multicriteria Analysis for building an integrated scenario considering both the use for mining and for geoconservation. It is expected that this result may support the territorial planning of the municipality and assist in the conversion of that territory by pointing out its historical, tourist, didactic and educational values linked to geodiversity and abandoned mines, paralyzed or closing processes that integrate the history of mining in the region., Territórios mineradores convivem com conflitos de interesse envolvendo a conservação do patrimônio e a exploração mineral. A perspectiva de usos alternativos para essas áreas vem sendo frequentemente mencionada no contexto do desenvolvimento regional, sendo denominada de reconversão. Este artigo tem como objetivo propor cenários territoriais que priorizem a integração da atividade minerária, com foco naquelas paralisadas, abandonadas ou em processo de fechamento, com medidas de conservação do patrimônio geológico e mineiro do município de São Thomé das Letras, Minas Gerais. O método empregado envolveu a modelagem dinâmica espacial vinculada às geotecnologias e análise multicritério para construção de um cenário integrado, considerando tanto o uso para extração mineral como para geoconservação. Espera-se que este resultado possa subsidiar o ordenamento territorial do município e auxiliar na reconversão desse território ao apontar seus valores histórico, turístico, didático e educativo ligados à geodiversidade e às minas abandonadas, paralisadas ou em processo de fechamento que integram a história da mineração na região.

Dentes tipo cladodonte são conhecidos desde o século XIX, sempre associados a Chondrichthyes do Paleozóico. A maioria das referências a cladodontes paleozóicos da America do Sul são do Brasil, com exceção apenas de uma ocorrência na Bolívia. Um apanhado geral dos cladodontes, todos do Neopaleozóico são aqui apresentados. Após breve consieração sobre os cladodontes sul-americanos. Três formas de dentes cladodontes, provenientes de arenito conglomerático basal do Membro Taquaral, unidade inferior da Formação Irati (Cisuraliano), são aqui descritos. O referido arenito conglomerático aflora na região centro-leste do Estado de São Paulo, próximo a borda leste da Bacia do Paraná., Cladodont kind teeth from the Paleozoic, always found together with Chondrichthyes orders, are known since XIX century. The present paper deals with South American cladodonts, all of then from the Late Paleozoic. After a brief exposition about every South American taxa, this paper deals with three forms of cladodont teeth from a conglomeratic sandstone, cropping out at the base of Taquaral Member, lower unit of the Irati Formation (Cisuralian). This conglomeratic sandstone is located at the center-east State of São Paulo, Brasil, near the eastern border of the Parana Basin.

Durante o Eo-Paleozóico depositaram-se no Rio Grande do Sul, espessos pacotes de sedimentos interdigitados com um vulcanismo espasmódico de caráter intermediário a ácido. Essa associação litológica ocorre confinada em bacias deposicionais, estabelecidas no Embasamento, estruturalmente correspondendo a sinclinais de formas alongadas, paralelas à direção nordeste da orogênese. A revisão das características sedimentológicas, ambientais e tectono-estratigráficas identificaram os sedimentos eo-paleozóicos como típicos depósitos molássicos de pós-inversão da orogênese Porongos no Rio Grande do Sul, Brasil.

No Rio Grande do Sul ocorrem <> (essencialmente Fe2O3 nas formas de goethita e hematita) resultantes de intensa ferrificação, em escala regional, e estratigraficamente no topo dos arenitos da Formação Rio Bonito, do Sub-Grupo Guatá, do Gondwana do Estado. Os tipos de crostas encontradas são: arenitos de impregnação; crostas conglomeráticas; preenchimento de juntas e crostas escoráceas não oolíticas. Dados de subsuperfície, obtidos em explorações das camadas de carvão em diversos locais do Estado, mostram que essas ferrificações normalmente não ocorrem em subsuperfície. Este couraçamento, na opinião dos autores, não está condicionado pelos fatores fatores morfo-bioclimáticos responsáveis pela evolução dos solos ferralíticos (laterização) representando, contudo, um registro paleo-climático distinto no Rio Grande do Sul. A gênese da ferrificação é, entretanto, relacionada à evolução dos solos desenvolvidos sobre a Formação Palermo, imediatamente sobreposta às áreas ferrificadas. Tal relação é fundamentada na descrição do modo de ocorrência das couraças, características morfológicas e mineralógicas dos solos da Formação Palermo e em considerações teóricas do comportamento geoquímico do ferro a baixa temperatura e a baixa pressão.

O presente trabalho constitui-se de um mapeamento geológico que faz parte de um projeto internacional para o estudo da geotransversal que acompanha, aproximadamente, o meridiano 50º oeste. Refere-se apenas aos contatos entre as formações que ocorrem na área, delimitando as formações gonduânicas da região e mostrando a estratigrafia mais recente a ser adotada. Inclui também a delimitação da área de ocorrência típica da Formação Tupanciretã, pós basáltica, e apresenta um esboço da tectônica do basalto, com a interpretação dos alinhamentos existentes e seu agrupamento em diagramas estatísticos.

O Platô de São Joaquim (PSJ) situa-se no Planalto Sul de Santa Catarina, no extremo sudeste do Planalto Meridional do Brasil. Seu embasamento é formado pelos basaltos da Formação Serra Geral, dispostos principalmente na forma de derrames pahoehoe, mas também de derrames a’a’. Informações de campo indicam que as rochas félsicas do Platô de São Joaquim configuram extensos derrames de geometria tabular e espessura de até 100 m que se distribuem por 280 km². Morros testemunhos nas circunvizinhanças conservam porções remanescentes destes derrames, evidência de que sua extensão fora muito maior e que agora se encontra reduzida pela erosão. A estratigrafia da sequência sobreposta aos basaltos comumente arquiteta-se da seguinte forma: (1) nível decamétrico de rochas de caráter transicional, representadas por vulcanitos afaníticos de cor cinza-avermelhada ou vermelha, maciços a amigdaloides podendo conter geodos decimétricos; (2) nível métrico saprolítico amigdaloide de cor amarela e geometria ondulada, com amígdalas estiradas e atualmente preenchidas por argilas brancas, brechas autoclásticas formadas por púmice/escória intemperizados e lentes de pitchstone; (3) nível basal félsico decamétrico formado por lentes de pitchstone e rochas afaníticas com bandamento de fluxo laminar plano-paralelo, contorcido ou dobrado; (4) nível félsico decamétrico com disjunções em lajes; (5) nível félsico de espessura decamétrica (até 65 m) formado por rochas faneríticas finas maciças, com ou sem disjunções tabulares; (6) na porção superior do nível maciço observam-se raras amígdalas. Devido à falta de evidências que atribuam uma gênese ignimbrítica a estas rochas, tais vulcanitos do platô de São Joaquim são preliminarmente designados como Riolitos de Platô da Formação Serra Geral.

Há décadas a principal forma de compartilhar e armazenar dados geográficos era realizada por meio de arquivos impressos e gravados em meio analógico (papel ou foto). Hoje, com a implementação dos sistemas digitais e a internet tornou isto mais prática e rápida, culminando na disseminação da informação. No Brasil, um dos órgãos responsáveis pelo mapeamento territorial é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que possui um sítio eletrônico no qual disponibiliza inúmeros documentos cartográficos, como por exemplo as Cartas Topográficas. Todavia, a maioria destes materiais foram confeccionados no meio analógico, sendo necessário efetuar a sua conversão para o meio digital. Este processo envolve a discretização da informação e foi realizado no modo monocromático, acarretando na separação de seu conteúdo em Fotolitos. O objetivo deste trabalho é demonstrar como adquirir este material no sítio eletrônico do IBGE e descrever o processo de conversão do meio analógico para o digital e a sua divisão em Fotolitos, bem como as normativas utilizadas na nomenclatura destes arquivos. Com isto, estes arquivos podem ser melhor aproveitados e utilizados, principalmente num banco de dados geográfico ou num Sistema de Informação Geográfica., For decades the main way to share and store spatial data was performed by means of printed files and recorded in analog medium (paper or photo). Today, with the implementation of digital systems and the internet it has become more practical and fast, culminating in information dissemination. In Brazil, one of the agency responsible for territorial mapping is the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), which has an electronic site in which offers numerous cartographic documents, such as the Topographical Maps. However, most of these materials were fabricated in analog medium, being necessary to effect the conversion to digital. This process involves the discretization of the information and it was done in monochrome mode, resulting in the separation of its content in Photolithography. The objective of this work is to demonstrate how to get this stuff on the website of the IBGE and to describe the process of converting from analog to digital and its division into Photolithography, as well the normative used in the naming of these files. With this, these files can be better harnessed and used, especially in a geographic database and a Geographic Information System.

O presente trabalho compreende o estudo de uma área situada às vizinhanças da cidade de Santa Maria, no Estado do Rio Grande do Sul, visando primordialmente ao conhecimento da estratigrafia da Formação Santa Maria na área de sua “secção-tipo”. Tendo em vista a posição dessa Formação dentro da coluna gonduânica regional, o estudo foi estendido às demais formações que compõem o Grupo São Bento na área em referência, com a finalidade de caracterizar cada uma delas sob o ponto de vista estratigráfico e sedimentológico, da mesma forma que determinar as relações recíprocas de contacto.

As 586 amostras de fundo nas quais o presente trabalho se baseia foram coletadas ao longo da Plataforma Continental Brasileira (34º04’S a 05º05’N – 34º31’ a 52º57’W). Associações bentônicas típicas da região tropical foram encontradas em latitudes inferiores a 23ºS. As espécies mais representativas são: Spiroloculina antillarum d’Orbigny var. angulata (Cushman), Spiroloculina mosesi Tinoco, Quinqueloculina cuveriana d’Orbigny, Quinqueloculina microcostulata Natland, Quinqueloculina parkeri (Brady) var. bowdenensis Cushman, Quinqueloculina sawanensis Asano, Dentostomina enoplostoma d’Orbigny, Pyrgo alata d’Orbigny, Pyrgo tainanensis Ishizaki, Triloculina baldai Bermudez e Seiglie, Triloculina reticulata d’Orbigny forma bicarinata d’Orbigny, Triloculina reticulata d’Orbigny forma carinata d’Orbigny, Triloculina reticulata d’Orbigny forma sagra d’Orbigny, Triloculina reticulata d’Orbigny forma typica d’Orbigny, Articulina multilocularis Brady, Parker e Jones, Articulina mucronata d’Orbigny, Peneroplis bradyi Cushman, Peneroplis proteus d’Orbigny, Archaias angulatus Fitchel e Moll, Alveolina melo Fitchel e Moll, Discorbis mira Cushman, Siphonina reticulata (Czjzek), Elphidium sagrum d’Orbigny, Heterostegina suborbicularis d’Orbigny, Amphistegina lessonii d’Orbigny e Gypsina vesicularis Parker e Jones. Em latitudes superiores a 23ºS encontramos associações típicas do Sul do Brasil como: Quinqueloculina hórrida Cushman, Pyrgo nasuta Cushman, Triloculina tricarinata d’Orbigny, Cancris sagra d’Orbigny, Elphidium discoidale d’Orbigny, Hanzawaia bertheloti d’Orbigny, juntamente com alguns elementos da corrente fria das Malvinas: Buccella peruviana campsi Boltovskoy, Cibicides aknerianus d’Orbigny e Cassidulina crassa d’Orbigny (Boltovskoy, 1959). Considerando a latitude de 23ºS como a linha divisória entre as áreas Norte e Sul, observamos que existem dois grandes grupos de espécies restritas a cada uma das áreas e um terceiro grupo de espécies cosmopolitas que ocorre em ambas

O autor apresenta os resultados de uma pesquisa básica efetuada para determinar o limite de aplicabilidade da análise discriminatória multivariada na determinação do mecanismo físico deposicional, a partir de dados de parâmetros granulométricos de sedimentos modernos, conforme proposto por SAHU (1964)2. São analisados os limites de sua aplicabilidade para um caso particular de ambiente transicional.

O trabalho apresenta uma discussão sobre as relações estratigráficas das rochas atribuídas ao Grupo Tubarão, na faixa de afloramentos do Estado do Rio Grande do Sul, com base no estudo detalhado das áreas de Mariana Pimentel – Cerro do Roque e da Folha Coxilha do Tabuleiro. Nestas áreas o Grupo Tubarão é subdividido nas Formações Itararé e Rio Bonito, a primeira incluindo a facies Budó, aqui redefinida, e a facies Mariana Pimentel, proposta neste trabalho. Estas duas unidades são essencialmente clásticas e contemporâneas. Do Subgrupo Guatá somente a Formação Rio Bonito está representada nas áreas estudadas. A revisão do conteúdo paleontológico da Formação Itararé no Estado indicou para a facies Mariana Pimentel uma tafoflorula composta dos gêneros Paracalamites, Glossopteris, Gangamopteris, Samaropsis, Cornucarpus, Noeggerathiopsis, Buriadia, Ginkgophyllum e cfr Nephropsis, enquanto a facies Budó apresenta espículas mono e triaxônicas, escamas e dentes de peixes, escolecodontes, além dos gêneros Orbiculoidea, Langella, Aviculopecten, Paracalamites, Glossopteris, Gangamopteris, Noeggerathiopsis, Botryochiopsis e Chiropteris. Com base na tafoflora presente em ambas as facies é sugerida uma idade eopermiana (Sakmariano) para a Formação Itararé. Quanto à Formação Rio Bonito, a escassez de dados paleontológicos nas áreas estudadas não nos permitiu identificações mais precisas, sendo sugerida uma idade mais jovem que a da Formação Itararé, talvez artinskiana. É proposto um ambiente marinho raso para a deposição das rochas da facies Budó, com base na fauna presente, e lacustre para a facies Mariana Pimentel. A Formação Rio Bonito apresenta, essencialmente, depósitos fluviais.