Submitted by Boris Flegr (boris@uerj.br) on 2021-01-05T15:07:56Z No. of bitstreams: 1 Elaine Brito_dissertacao.pdf: 1007417 bytes, checksum: a1947bdffb26c770b0c1a4d66fc1fa33 (MD5) Made available in DSpace on 2021-01-05T15:07:56Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Elaine Brito_dissertacao.pdf: 1007417 bytes, checksum: a1947bdffb26c770b0c1a4d66fc1fa33 (MD5) Previous issue date: 2008-03-25 Jornal do Brasil was first published in 1891, when the proclamation of the Republic still divided opinions among politicians, intellectuals, writers and people of the press. In the same year, Said Ali signs the first article of literary critique of the new periodical, until José Veríssimo assumes the post of head critic. In the leaflet Às segundas-feiras all our orderly literary life, obscured by political debates, went through a revision. At the turn to the 20th century, Osório Duque-Estrada transfers his column Registro literário , until then part of Correio da Manhã, to Jornal do Brasil, where it remains until 1927, year of the death of Carlos de Laet, a controversial collaborator and former arts critic of the paper. Duque-Estrada is then succeeded by João Ribeiro, who keeps the column Dia sim, dia não until 1934, when Múcio Leão becomes in charge of the literary critique. In the 30 s come into scene the first specialists in literature who graduated from university, which provided the clash between the foot-note critics, sovereign in the newspapers up to the 40 s, and the academics, more and more interested in taking part of the country s cultural life. In 1956 appears the Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, which starts the editorial reform suffered by the carioca paper. Concentrating intellectuals and representatives of the most diverse artistic tendencies, the supplement soon assumed a position of vanguard, which becomes more radical when the ideals of concrete poetry figure in its front page. The Sunday session staged the split between concrete poets of Rio and São Paulo, making public a debate from which the echoes are still present, thirty years later, when Ferreira Gullar and Haroldo de Campos exchange insults on the pages of Idéias: suplemento de livros, the literary session created by Jornal do Brasil in 1986, year when the Brazilian editorial market went though an expansion never before seen, due to the process of political opening. In 2006, the supplement, now entitled Idéias e Livros, completed thirty years of existence, surviving to the successive financial crisis through which the newspaper has gone. Nevertheless, the polemics no longer take up the literary pages, currently occupied by reviews of a more divulging than analytical character. Even so, once in a while there is a debate involving the declarations of a critic, but it does not go past the reply. In order to trace the evolution of Brazilian literary critique, since the 19th century up to the present, we have appealed to the pages of Jornal do Brasil at various historical moments. Despite the changes suffered by the press and the social role attributed to the writer, it is possible to say that little has changed in the relation between journalism and literature. In the same manner as the novelists of the 19th century, contemporary writers continue to work at editorships in order to fulfill their material needs. The dilemma between survival and literary vocation still remains in our literary life O Jornal do Brasil surgiu em 1891, quando a proclamação da República ainda dividia opiniões entre políticos, intelectuais, escritores e homens de imprensa. No mesmo ano, Said Ali assina os primeiros artigos de crítica literária do novo periódico, até que José Veríssimo assume o cargo de crítico titular. No folhetim Às segundas-feiras passou em revista a nossa pacata vida literária, ofuscada pelos debates políticos. Na virada para o século XX, Osório Duque-Estrada transfere sua coluna Registro literário , antes mantida no Correio da Manhã, para o Jornal do Brasil, onde permanece até 1927, ano da morte de Carlos de Laet, controverso colaborador e ex-crítico de arte do jornal. Duque-Estrada é sucedido por João Ribeiro, que mantém a coluna Dia sim, dia não até o ano de 1934, quando a crítica literária fica a cargo de Múcio Leão. Nos anos trinta, surgem os primeiros especialistas em literatura formados pelas universidades, o que proporcionou o embate entre os críticos de rodapé, que imperaram nos jornais durante os anos quarenta, e os acadêmicos, cada vez mais empenhados em participar da vida cultural do país. Em 1956, surge o Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, que deu início à reforma editorial sofrida pela folha carioca. Concentrando intelectuais e representantes das mais diversas correntes artísticas, o suplemento logo assumiu uma postura de vanguarda, radicalizada quando leva para suas páginas os ideais da poesia concreta. A seção dominical foi palco da cisão entre os concretistas paulistas e cariocas, trazendo à público uma debate cujos ecos ainda se fazem sentir trinta anos depois, quando Ferreira Gullar e Haroldo de Campos trocam insultos através das páginas do Idéias: suplemento de livros, o caderno literário criado pelo Jornal do Brasil em 1986, ano em que o mercado editorial brasileiro sofreu uma expansão nunca antes sentida em função do processo de abertura política. Em 2006, o suplemento, agora intitulado Idéias e Livros, completou trinta anos de existência, sobrevivendo às sucessivas crises financeiras por que passou o jornal. No entanto, as polêmicas já não ocupam as páginas das seções literárias, hoje dominadas pelas resenhas, de caráter mais divulgativo do que analítico. Mesmo assim, vez por outra, surge um debate envolvendo as declarações de algum crítico, mas que não passa da réplica. Para traçar a evolução da crítica literária brasileira, desde o século XIX ao atual, recorreu-se às páginas do Jornal do Brasil em diferentes momentos históricos. Apesar das transformações sofridas pela imprensa e pelo papel social atribuído ao escritor, pode-se dizer que pouca coisa mudou na relação entre jornalismo e literatura. Assim como os romancistas do século XIX, os escritores contemporâneos continuam a trabalhar nas redações para dar conta de suas necessidades materiais. O dilema entre sobrevivência e vocação literária permanece na nossa vida literária