A inovação que entidades de Educação e Saúde austríacas delineiam na abordagem de práticas de intervenção e reabilitação psicossocial na sua comunidade desperta para a consciência da necessidade de países como Portugal seguirem novos métodos e aplicação mais conscientizada de técnicas e competências no atendimento e promoção da saúde mental e bem estar das suas populações. Em virtude da avaliação/observação do funcionamento de várias instituições do país austríaco, foi oportuno verificar como é feita a validação de competências, planificação e supervisão de Formação, financiamentos e relatórios finais de Projectos de inserção e reabilitação psicossocial, a estrutura da organização e práticas dos Serviços destinados à intervenção com crianças, jovens e famílias. Nesta intervenção, de forma geral, os sujeitos com experiência migratória directa ou indirecta são entendidos como um público susceptível de necessidades especiais de acompanhamento na sua aprendizagem física, psicossocial, cultural e académica. Aqueles podem tornar-se alunos de risco na sua aprendizagem académica e na adaptação sócio-cultural e psicológica devido a factores tais como stress, ansiedade, baixa motivação, depressão, atitudes negativas, acompanhados de um locus de controlo interno extremo, manifestações desenvolvidas aquando da chegada ao país de acolhimento e/ou traumas provocados pela vivência directa ou não de experiências desagradáveis no país de origem, partilhadas pelas respectivas famílias. Acreditamos que um trabalho de diagnóstico, nas escolas, em relação a estes factores psicológicos (e competências gerais académicas) seja o mais adequado para iniciar a intervenção bem-sucedida nestes alunos de modo a promover um crescimento psicossocial e académico positivos. Neste tipo de intervenção, também as respectivas famílias e as escolas terão de ser formadas para estimular, intervir e aceitar técnicas de intervenção, bem como aceitar e contribuir para a criação de uma equipa que integre diferentes profissionais para actuar nas escolas na fase de diagnosis e, se necessário, na intervenção que aquela determine.