A Perturbação Bipolar foi classicamente conceptualizada como uma perturbação recorrente do humor, com completa recuperação sintomática e funcional entre os episódios. No entanto, vários estudos empíricos têm demonstrado que os doentes com Perturbação Bipolar apresentam algum grau de disfunção cognitiva, em vários domínios – memória verbal, funções executivas, atenção sustentada – evidente nos episódios agudos de alteração do humor e persistindo após recuperação, no estado eutímico. Além disso, as dificuldades funcionais, a nível ocupacional, social e residencial, persistem num número significativo de doentes, mesmo após a remissão sintomática. A presença de disfunção neurocognitiva e em diferentes dimensões da cognição social, durante o estado eutímico, pode ser um dos factores determinantes desta incapacidade funcional, tal como ocorre nos doentes com Esquizofrenia. Contudo são ainda poucos os estudos que comparam directamente o perfil de desempenho neurocognitivo e de processamento emocional de doentes com Perturbação Bipolar, em fase eutímica, com doentes com Esquizofrenia e que explorem as relações entre neurocognição, processamento emocional e funcionamento psicossocial, nas suas múltiplas dimensões, nesta população clínica. O objectivo do presente estudo consiste na caracterização do perfil de desempenho em tarefas neurocognitivas e de processamento emocional, e das suas relações com o funcionamento, numa amostra de doentes bipolares eutímicos (n=50), em comparação com uma amostra de doentes com Esquizofrenia (n=50) e uma amostra de controlos normais (n=50). Pretende-se ainda, mais especificamente, dar resposta às seguintes questões: Existem défices neuropsicológicos independentes do estado clínico, na Perturbação Bipolar, que se mantenham em doentes bipolares eutímicos? Qual a natureza e magnitude dos défices neuropsicológicos nos doentes bipolares eutímicos? Quais os domínios cognitivos mais afectados? Existem diferenças no perfil de desempenho neurocognitivo entre a Perturbação Bipolar e a Esquizofrenia? Essas diferençassão qualitativas ou quantitativas? Existem diferenças no desempenho, em tarefas de processamento emocional, entre doentes bipolares eutímicos, doentes com Esquizofrenia e controlos saudáveis? Qual a natureza e a magnitude dessas diferenças? Quais as relações entre as variáveis clínicas, as variáveis neurocognitivas e o processamento emocional com o funcionamento psicossocial na Perturbação Bipolar? Diferentes métodos de avaliação do funcionamento modificam as características dessas relações? Os instrumentos utilizados na presente investigação podem ser divididos em instrumentos de avaliação diagnóstica (SCID I), de avaliação psicopatológica (Hamilton Depression Rating Scale, Young Mania Rating Scale), de avaliação funcional (Escala de Avaliação da Actividade Social e Laboral, Disability Assessment Schedule II e FAST) e avaliação neuropsicológica através de uma bateria de testes que avalia os seguintes domínios: funções executivas, memória verbal, memória visual, memória imediata e de trabalho, capacidades visuoconstrutivas e visuoespaciais, atenção sustentada e processamento emocional. Dos resultados obtidos, verificou-se que os doentes bipolares eutímicos apresentavam uma disfunção neurocognitiva generalizada, com défices de maior magnitude nos domínios das funções executivas, memória verbal e memória visual, qualitativamente similar aos doentes com Esquizofrenia, apesar das diferenças em relação ao desempenho cognitivo dos controlos saudáveis ser quantitativamente de menor dimensão. A disfunção no reconhecimento emocional foi semelhante aos doentes com Esquizofrenia, em relação à capacidade global de identificação de emoções, mas os doentes bipolares eutímicos apresentaram uma disfunção de maior magnitude na emoção de medo, além de apresentarem uma diminuição da capacidade de identificação da repulsa e um enviesamento para falsas identificações da emoção de cólera. Do estudo das relações entre a neurocognição, o processamento emocional e o funcionamento foi possível extrair um conjunto de achados significativos. Por um lado, os resultados obtidos com os diferentes instrumentos utilizados sugerem que a distinção entre diferentes dimensões do funcionamento, conceptualizada na investigação na Esquizofrenia, pode ser também útil na Perturbação Bipolar e que os instrumentos multidimensionais desão qualitativas ou quantitativas? Existem diferenças no desempenho, em tarefas de processamento emocional, entre doentes bipolares eutímicos, doentes com Esquizofrenia e controlos saudáveis? Qual a natureza e a magnitude dessas diferenças? Quais as relações entre as variáveis clínicas, as variáveis neurocognitivas e o processamento emocional com o funcionamento psicossocial na Perturbação Bipolar? Diferentes métodos de avaliação do funcionamento modificam as características dessas relações? Os instrumentos utilizados na presente investigação podem ser divididos em instrumentos de avaliação diagnóstica (SCID I), de avaliação psicopatológica (Hamilton Depression Rating Scale, Young Mania Rating Scale), de avaliação funcional (Escala de Avaliação da Actividade Social e Laboral, Disability Assessment Schedule II e FAST) e avaliação neuropsicológica através de uma bateria de testes que avalia os seguintes domínios: funções executivas, memória verbal, memória visual, memória imediata e de trabalho, capacidades visuoconstrutivas e visuoespaciais, atenção sustentada e processamento emocional. Dos resultados obtidos, verificou-se que os doentes bipolares eutímicos apresentavam uma disfunção neurocognitiva generalizada, com défices de maior magnitude nos domínios das funções executivas, memória verbal e memória visual, qualitativamente similar aos doentes com Esquizofrenia, apesar das diferenças em relação ao desempenho cognitivo dos controlos saudáveis ser quantitativamente de menor dimensão. A disfunção no reconhecimento emocional foi semelhante aos doentes com Esquizofrenia, em relação à capacidade global de identificação de emoções, mas os doentes bipolares eutímicos apresentaram uma disfunção de maior magnitude na emoção de medo, além de apresentarem uma diminuição da capacidade de identificação da repulsa e um enviesamento para falsas identificações da emoção de cólera. Do estudo das relações entre a neurocognição, o processamento emocional e o funcionamento foi possível extrair um conjunto de achados significativos. Por um lado, os resultados obtidos com os diferentes instrumentos utilizados sugerem que a distinção entre diferentes dimensões do funcionamento, conceptualizada na investigação na Esquizofrenia, pode ser também útil na Perturbação Bipolar e que os instrumentos multidimensionais desão qualitativas ou quantitativas? Existem diferenças no desempenho, em tarefas de processamento emocional, entre doentes bipolares eutímicos, doentes com Esquizofrenia e controlos saudáveis? Qual a natureza e a magnitude dessas diferenças? Quais as relações entre as variáveis clínicas, as variáveis neurocognitivas e o processamento emocional com o funcionamento psicossocial na Perturbação Bipolar? Diferentes métodos de avaliação do funcionamento modificam as características dessas relações? Os instrumentos utilizados na presente investigação podem ser divididos em instrumentos de avaliação diagnóstica (SCID I), de avaliação psicopatológica (Hamilton Depression Rating Scale, Young Mania Rating Scale), de avaliação funcional (Escala de Avaliação da Actividade Social e Laboral, Disability Assessment Schedule II e FAST) e avaliação neuropsicológica através de uma bateria de testes que avalia os seguintes domínios: funções executivas, memória verbal, memória visual, memória imediata e de trabalho, capacidades visuoconstrutivas e visuoespaciais, atenção sustentada e processamento emocional. Dos resultados obtidos, verificou-se que os doentes bipolares eutímicos apresentavam uma disfunção neurocognitiva generalizada, com défices de maior magnitude nos domínios das funções executivas, memória verbal e memória visual, qualitativamente similar aos doentes com Esquizofrenia, apesar das diferenças em relação ao desempenho cognitivo dos controlos saudáveis ser quantitativamente de menor dimensão. A disfunção no reconhecimento emocional foi semelhante aos doentes com Esquizofrenia, em relação à capacidade global de identificação de emoções, mas os doentes bipolares eutímicos apresentaram uma disfunção de maior magnitude na emoção de medo, além de apresentarem uma diminuição da capacidade de identificação da repulsa e um enviesamento para falsas identificações da emoção de cólera. Do estudo das relações entre a neurocognição, o processamento emocional e o funcionamento foi possível extrair um conjunto de achados significativos. Por um lado, os resultados obtidos com os diferentes instrumentos utilizados sugerem que a distinção entre diferentes dimensões do funcionamento, conceptualizada na investigação na Esquizofrenia, pode ser também útil na Perturbação Bipolar e que os instrumentos multidimensionais de são qualitativas ou quantitativas? Existem diferenças no desempenho, em tarefas de processamento emocional, entre doentes bipolares eutímicos, doentes com Esquizofrenia e controlos saudáveis? Qual a natureza e a magnitude dessas diferenças? Quais as relações entre as variáveis clínicas, as variáveis neurocognitivas e o processamento emocional com o funcionamento psicossocial na Perturbação Bipolar? Diferentes métodos de avaliação do funcionamento modificam as características dessas relações? Os instrumentos utilizados na presente investigação podem ser divididos em instrumentos de avaliação diagnóstica (SCID I), de avaliação psicopatológica (Hamilton Depression Rating Scale, Young Mania Rating Scale), de avaliação funcional (Escala de Avaliação da Actividade Social e Laboral, Disability Assessment Schedule II e FAST) e avaliação neuropsicológica através de uma bateria de testes que avalia os seguintes domínios: funções executivas, memória verbal, memória visual, memória imediata e de trabalho, capacidades visuoconstrutivas e visuoespaciais, atenção sustentada e processamento emocional. Dos resultados obtidos, verificou-se que os doentes bipolares eutímicos apresentavam uma disfunção neurocognitiva generalizada, com défices de maior magnitude nos domínios das funções executivas, memória verbal e memória visual, qualitativamente similar aos doentes com Esquizofrenia, apesar das diferenças em relação ao desempenho cognitivo dos controlos saudáveis ser quantitativamente de menor dimensão. A disfunção no reconhecimento emocional foi semelhante aos doentes com Esquizofrenia, em relação à capacidade global de identificação de emoções, mas os doentes bipolares eutímicos apresentaram uma disfunção de maior magnitude na emoção de medo, além de apresentarem uma diminuição da capacidade de identificação da repulsa e um enviesamento para falsas identificações da emoção de cólera. Do estudo das relações entre a neurocognição, o processamento emocional e o funcionamento foi possível extrair um conjunto de achados significativos. Por um lado, os resultados obtidos com os diferentes instrumentos utilizados sugerem que a distinção entre diferentes dimensões do funcionamento, conceptualizada na investigação na Esquizofrenia, pode ser também útil na Perturbação Bipolar e que os instrumentos multidimensionais de hetero-avaliação, como a FAST, apresentam vantagens em relação a instrumentos globais do funcionamento e de auto-avaliação. Os resultados do estudo também permitem considerar que o desempenho executivo tem um papel central, não só como factor preditivo do desempenho funcional e do processamento emocional, mas também como mediador da relação entre factores clínicos, como a cronicidade, e o funcionamento. Tem sido discutida a possibilidade de utilizar medidas neuropsicológicas como endofenótipos da Perturbação Bipolar. Neste contexto, a clarificação das relações entre desempenho nas tarefas neurocognitivas e funcionamento social e ocupacional poderá contribuir para a definição de grupos específicos de doentes que possam beneficiar de programas de reabilitação funcional. Assim a avaliação neuropsicológica pode desempenhar um papel importante não só na investigação translacional nesta população clínica mas, também, como instrumento adjuvante, na criação de planos de intervenção que permitam apoiar a recuperação de pessoas com Perturbação Bipolar.