La masacre de Bojayá, como lo mostró el informe del Centro Nacional de Memoria Histórica, constituye un caso representativo para pensar los efectos de la guerra en las comunidades negras del Medio Atrato y sus territorios colectivos. En este artículo, se pone en evidencia cómo las dinámicas y tensiones que han vivido los habitantes de este municipio, por temas como la construcción de memorias colectivas, la reparación, el restablecimiento y el perdón, también son emblemáticas y plantean retos y controversiascon respecto a los discursos más institucionalizados sobre la memoria, en tiempos de guerra y de construcción de horizontes de paz. Se estudian algunos espacios de emergencia de las memorias, tales como la producción del informe Bojayá. La guerra sin límites, la conmemoración de la masacre cada 2 de mayo y los actos públicos, por ejemplo, el del 6 de diciembre del 2015, en el que las Farc-ep reconocieron su responsabilidad en la perpetración de la masacre. Los eventos ocurridos después de la masacre, la violencia armada, política y social que persiste en el Medio Atrato y las transformaciones que la gente de esta región ha vivido han puesto temporalidades y moralidades en tensión y llevan a considerar los múltiples retos que el país tiene al pensar los procesos de reparación colectiva y la consolidación de una paz duradera en los territorios. En este sentido, en el artículo se reconocen los trabajos de la memoria en Bojayá como detonantes de discusiones políticas sobre el futuro y sobre la manera en que se representan las experiencias vividas en medio de la guerra presente y pasada. Se muestra cómo un evento —la masacre de Bojayá— pone entensión y activa otra serie de memorias que señalan una relación particular con el tiempo, la construcción de paz y el territorio. El artículo es una reflexión fruto del trabajo de las investigadoras en diferentes proyectos y procesos de acompañamiento en la región, especialmente en iniciativas lideradas por el Centro Nacional de Memoria Histórica y el desarrollo de investigaciones etnográficas con diversas comunidades afrocolombianas del municipio de Bojayá. As shown in the report of the National Center for Historical Memory, the Bojayá massacre is a representative case in thinking about the effects of the war on the Black communities of the Middle Atrato and their collective territories. The article shows how the dynamics and tensions experienced by the inhabitants of this municipality, due to issues such as the construction of collective memories, reparation, reestablishment, and forgiveness, are emblematic and pose challenges and controversies with respect to the more institutionalized discourses on memory, both in times of war and of building horizons for peace. The paper examines some of the spaces of emergence of memories, such as the production of the report Bojayá. La guerra sin límites (Bojayá, A Boundless War), the commemoration of the massacre every May 2nd, and public acts, such as that of 6 December 2015, in which the Farc-ep acknowledged their responsibility in perpetrating the massacre.The events occurred after the massacre, the continued political and social armed violence in the Middle Atrato, and the transformations experienced by the inhabitants of the region have put temporalities and moralities into tension and made it essential to considerthe multiple challenges the country must face when thinking about collective reparation processes and the consolidation of a lasting peace in the territories. In this sense, the article sees the work of memory carried out in Bojayá as fostering political discussionsabout the future and the way in which experiences lived during the past and present wars are represented. It shows how an event —the Bojayá massacre— triggers another series of memories that reveal a peculiar relationship to time, peacebuilding, and territory. Thearticle is a reflection resulting from the work of the researchers in different projects and assistance processes in the region, especially in initiatives led by the National Center for Historical Memory, as well as in the development of ethnographic research projects indifferent Afro-Colombian communities in the municipality of Bojayá. O massacre de Bojayá, como foi mostrado pelo relatório do Centro Nacional de Memória Histórica, constitui um caso representativo para pensar nos efeitos da guerra nas comunidades negras do Medio Atrato e de seus territórios coletivos. Neste artigo, evidencia-se como as dinâmicas e as tensões que os habitantes desse município têm vivido, por temas como a construção de memórias coletivas, a reparação, o restabelecimento e o perdão, também são emblemáticas e apresentam desafios e controvérsias a respeitodos discursos mais institucionalizados sobre a memória, em tempos de guerra e de construção de horizontes de paz. Estudam-se alguns espaços de emergência das memórias, tais como a produção do relatório Bojayá. La guerra sin límites, a comemoração do massacrea cada 2 de maio e os atos públicos, por exemplo, o do dia 6 de dezembro de 2015, no qual as Farc-ep reconheceram sua responsabilidade na perpetração do massacre. Os eventos ocorridos depois do massacre, a violência armada, política e social que persistem no Medio Atrato, e as transformações que os habitantes dessa região têm vivido colocam temporalidades e moralidades em tensão e levam a considerar os múltiplos desafios que o país tem ao pensar nos processos de reparação coletiva e na consolidação de uma paz duradoura nos territórios. Nesse sentido, neste artigo, reconhecem-se os trabalhos da memória de Bojayá como detonantes de discussões políticas sobre o futuro e sobre a maneiraem que as experiências vividas são representadas em meio à guerra presente e passada. Mostra-se como um evento —o massacre de Bojayá— coloca em tensão ativa outra série de memórias que indicam uma relação particular com o tempo, com a construção de paz e com o território. Este artigo é uma reflexão fruto do trabalho das pesquisadoras em diferentes projetos pelo Centro Nacional de Memória Histórica e no desenvolvimento de pesquisas etnográficas com diversas comunidades afro-colombianas do município deBojayá.