Omeprazole, the first proton pump inhibitors developed, is still widely used in clinical practice and has its widespread use in the population. Despite its great efficacy and considerable safety profile, recently clinical studies have been linking its chronic use to central effects. Currently, the increase in the occurrence of neuropsychiatric disorders is a global concern, and it is essential to identify preventable factors, such as adverse effects to the use of medications. This study aimed at identifying the chronic administration effects of Omeprazole in the CNS of adult mice in a dose equivalent to that used in the clinic, investigating alterations in behavioral, inflammatory and oxidative parameters. For this, C57BL/6 adult male mice, weighing between 20-30g, were used and divided into two groups: OME and Sham, each received either solutions of Omeprazole (8 mg/kg) or vehicle (sodium bicarbonate pH 8.4) respectively, orally by gavage for 28 days. 24 hours after the last administration, the animals were submitted to the following behavioral tests: Open Field (OF) and Rotarod, Forced Swimming Test (FST), elevated plus maze, Y maze (YM), passive avoidance, object recognition (OR) and pre-pulse inhibition. The weight of the animals was registered in 48-72h intervals during the protocol. Moreover, the following brain areas - hippocampus (HP), prefrontal cortex (PFC) and striatum - were dissected, weighted, and the serum was collected. Oxidative stress parameters, malondialdehyde (MDA), nitrite/nitrate and reduced glutathione (GSH), were quantified in brain areas. The inflammatory markers, IL-1β and TNF-α, were measured in peripheral blood and in HP and PFC. The project was approved by the Ethics Committee on the Use of Animals of the Federal University of Ceará filed under no. 1977300718. The following results were observed: a decrease in the crossing parameter in the OF, no change in the motor performance verified by the Rotarod test, a reduction in the immobility time in the FST, an improvement in the percentage of correct alternances in the YM and a reduced in the exploration time in the novel object in the OR. Furthermore, a reduced weight gain and hippocampal weight were observed in Omeprazole-treated mice. Regarding the inflammatory and oxidative stress parameters, there was an increase in the cytokine IL1-β levels in the PFC and serum, whereas TNF-α only in the PFC. Nitrate/nitrite levels increased in HP and PFC, while MDA and GSH levels decreased. These findings suggest that Omeprazole improves depressive-like behavior and working memory, likely through the increase in Nitrate/Nitrite and reduction in MDA levels in PFC and HP. Whereas, the finding regarding the impairment of the recognition memory is more likely to be related to the reduced hippocampal weight. The diminished weight gain might be associated with the IL-1β increased levels in the peripheral blood. Lastly, the results of the present study alongside with the evidence already published, reinforces the cautions and attention concerning the long-term use of Omeprazole should be considered as well as the necessity of doing more studies to better understand the underlying mechanisms behind these effects. O Omeprazol, primeiro representante da classe dos inibidores da bomba de prótons, é ainda o mais utilizado na prática clínica e tem seu uso bastante difundido na população. Apesar de sua ótima eficácia e considerável perfil de segurança, estudos de natureza clínica têm relacionado seu uso crônico a efeitos centrais. O aumento da ocorrência de transtornos neuropsiquiátricos é uma preocupação global, sendo fundamental a identificação de fatores evitáveis, como efeitos adversos ao uso de medicamentos. O objetivo deste trabalho foi, então, compreender os efeitos da administração crônica de Omeprazol no sistema nervoso central de camundongos em dose equivalente à utilizada na clínica, investigando alterações comportamentais, inflamatórias e oxidativas. Para isto, camundongos C57BL/6 adultos machos, com peso entre 20-30 g foram utilizados e divididos em dois grupos: OME e Sham, os quais receberam as soluções de Omeprazol (8 mg/kg) e do veículo (bicarbonato de sódio pH 8.4), respectivamente, por gavagem, via oral, durante 28 dias. 24h após a última administração, os animais foram submetidos aos testes comportamentais: Campo Aberto (CA), Rotarod, Nado Forçado (NF), Labirinto em Cruz Elevado, Inibição Pré-Pulso, Esquiva Passiva, Labirinto em Y (LY) e Reconhecimento de Objetos (RO). Ademais, foi registrado o peso dos animais com intervalos de 48-72h durante o protocolo. Após a eutanásia, as áreas do hipocampo (HP), córtex pré-frontal (CPF) e corpo estriado (CE) foram dissecadas, pesadas, e o soro, coletado. Os parâmetros do estresse oxidativo, malondialdeído (MDA), nitrato/nitrito e glutationa reduzida (GSH) foram dosados nas áreas cerebrais. Os marcadores inflamatórios, IL-1β e TNF-α, foram dosados no soro, HP e CPF. O estudo foi aprovado no Comitê de Ética no Uso de Animais da Universidade Federal do Ceará, protocolado sob o nº 1977300718. Os resultados mostram diminuição do parâmetro de crossing no CA, sem nenhuma alteração no desempenho motor no Rotarod, redução do tempo de imobilidade no NF, aumento no número de alternâncias corretas no LY e redução do tempo de exploração ao objeto novo no RO. Houve redução do peso do HP e do ganho de peso corporal no grupo OME. A avaliação neuroquímica revelou aumento dos níveis de IL-1β no CPF e no soro, e de TNF-α apenas no CPF. Os níveis de nitrato/nitrito aumentaram no HP e CPF, enquanto os de MDA e GSH diminuíram em todas as áreas cerebrais. Diante dos resultados, sugere-se que Omeprazol melhorou o comportamento tipo depressivo e a memória de trabalho por meio do aumento dos níveis de nitrato/nitrito e redução de MDA no CPF e HP. Em relação ao prejuízo na memória de reconhecimento pode estar associado à diminuição do peso do hipocampo. A redução do ganho de peso corporal pode estar relacionada ao aumento dos níveis de IL-1β no sangue periférico. A partir dos resultados encontrados junto às evidências já publicadas, reforça-se a importância de maior cautela no uso crônico de Omeprazol e a necessidade de realizar mais estudos visando à melhor compreensão dos mecanismos por trás dos efeitos desse fármaco.